jorge de sena, sinais de fogo, pp. 525

20-12-2006

GAMANÇOS, PROSA

jorge de sena, sinais de fogo, pp. 525

No fundo, o que eu queria era regressar a um estado de inocência, de que ambos me haviam roubado, e, embora sentindo que o regresso era impossível, instalar-me na sossegada complacência de mim mesmo e da vida como a de toda a gente (tal como, na aparência, toda a gente vive até que saibamos que uma, e outra, e outra, não?), ainda que levando para ela a certeza inquieta que nenhuma mulher me seria mais do que a recordação da que eu perdera, e de que nenhum amigo me tocaria sem que eu suspeitasse nem que só das suas intenções subconscientes.

BLOGADO ?S 18:08:58

2 comentários

Comentário de: paula [Visitante]  
paula

Escrita inteligente, realista de um sentir a vida em demasia.A desilusão de ser Português, e o agarrar o que se deixa.
O maior nº de parvos/m2 assenta que nem uma luva a Portugal.

01-11-2009 @ 23:51
Comentário de: gomes [Membro]  
ptolo

És portuguesa?

02-11-2009 @ 00:10
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