Jean-Paul Sartre, A Náusea (La Nausée), pp. 190

23-05-2007

GAMANÇOS, PROSA

Jean-Paul Sartre, A Náusea (La Nausée), pp. 190

tenho a impressão penosa de não termos mais nada a dizer um ao outro. ainda ontem pensava em tantas perguntas a fazer-lhe: onde tinha ela estado, que tinha , quem tinha encontrado... mas isso só me interessava na medida em que Anny se tivesse entregado com todas as veras do coração. agora, nenhuma curiosidade me resta: todos os países, todas as cidades por que ela passou, todos os homens que a cortejaram e que ela talvez tenha amado, tudo isso era inconsciente, tudo isso, no fim de contas, lhe era tão indiferente! pequenos clarões de sol à superfície dum mar escuro e frio. Anny está à minha frente, há quatro anos que não nos víamos, e não temos mais nada a dizer um ao outro.

BLOGADO ?S 01:24:46

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