via nova

12-06-2007

OCORRÊNCIAS, IMAGENS, PÓVOA-VILA

via nova

e, de repente, a epifania. habituado já à modorra suburbana, ainda não absorvi bem esta novidade. o meu bairro, chamado de mourões (imagino eu), tem daquelas maravilhas que me lembram, todos os dias, que moro em portugal.

se a póvoa é a capital dos desastres urbanísticos oitentistas do norte litoral, o meu bairro é a sede das réplicas dos desastres urbanísticos oitentistas. pois se não foi construído nos anos oitenta (mas sim nos últimos anos), é como é porque a câmara não conseguiu proibir os direitos adquiridos de construção que vinham dessa década nefasta. assim não houve arquitectos, paisagistas ou sequer urbanistas a darem uma ligeira vista de olhos ao loteamento de mourões. tudo à vontade do freguês.

o trânsito é outra das maravilhas. como podem ver em cima, eu moro no x. em cima da imagem têm a alameda do modelo (o nome não é este??? não me lixem), que ainda está por concluir. o trânsito urbano entre a póvoa e a vila, assim, encana por onde pode. como até agora as vias estavam apenas meias feitas, praí um terço do trânsito da póvoa encanava onde? na minha rua. (aproveito para relembrar que moro no x). a minha rua, para além de não estar preparada para tanto trânsito (por ser, acreditem ou não, larga demais, e ter paralelos), teve ainda a bênção de lombas de velocidade. parece uma gincana. todos a desviarem-se das lombas. qualquer dia subiam passeios.

com as duas vias a concretizarem-se (a do modelo-modelo e a do cemitério), na minha humilde rua viana do castelo passará apenas o trânsito de quem cá mora.

mas o essencial disto, que já me perdi, era a minha epifania. ora bem. nos dois últimos dias percorri as novas vias, ainda fechadas ao trânsito. já sabia que morava junto aos campos, mas sem perceber bem o que isso queria dizer. e percebi. as novas vias passam (literalmente) sobre os campos. puseram a descoberto coisas que para mim pareciam apenas pertencentes a contos de fadas. ou de gente maluquinha. já via coelhos, muros imensos de granito (alguns infelizmente cortados pela estrada), ramadas, campos de milho e outros tubérculos não identificados, famílias inteiras a passear de bicicleta. entretanto, no meio deste meu deslumbramento de ter encontrado o lado escondido do meu bairro, percebi o perigo que existe sobre ele. nunca podemos esquecer que cidade é cidade. densa. mas adoro a ideia da diferenciação clara cidade/campo, e não esta ambiguidade em que vivemos aqui no minho. e pensar que somos dos países na europa com menor participação cívica. acordem, carambas!

tornando uma entrada comprida curta, sr. macedo vieira, pense bem antes de encher aquela via de prédios. ainda não são precisos. faça isso no centro. até lá, deixe-nos este pedacinho de natureza. e faça uma linha a tracejado para as famílias continuarem a ir às compras de bicicleta.

BLOGADO ?S 22:44:38

1 comentário

Comentário de: Tex [Visitante]  
Tex

Boa sorte,
Os terrenos foram cedidos em troca de licensas de contrução.
Mas bá lá, sempre tens o “parque” da cidade pra tomar um banho no lago artificial :)

18-06-2007 @ 14:53
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