crónica

02-04-2008

LÍNGUA, GALIZA, NOVAS DA GALIZA

crónica

E para fechar em beleza o 'dia da Galiza', publico o último texto que enviei para o Novas. Normalmente escrevia notícias uma vez por mês, mas eles assediaram-me (sabiamente) a escrever crónica de quando em vez. Nem sabem o bem que me fizeram.



aguarda que verás

Cá pelo Norte todos sabemos o que é Santiago de Compostela. Cidade, estrangeiro, Espanha. Alguns dirão Galiza. Alguns. Muitos (se não todos) falarão d?A Coruña, e não estranharão se a virem grafada à portuguesa (Corunha, sem o artigo). Vigo sempre foi Vigo e Lugo sempre foi Lugo, mas poucos perceberão que Ponte Vedra se refere à espanholíssima Pontevedra. Para muitos, minha mãe incluída, Ourense nunca deixou de ser Orense. De nada adiantou a galeguização de La Guardia para A Guarda; mesmo dizendo-lhes que a Guarda galega é como a Guarda beirã, eles não deixam de desconfiar. É que a galega é A Guarda! Logo, tem um A antes, é totalmente diferente da portuguesa. Que diferença faz a sonoridade e grafia mais portuguesas, se estamos a falar de España? De facto, nenhum português cruza a fronteira a Norte para que lhe digam que não está en España. Vai-se lá para falar español, comprar recuerdos e comer hamburguesas. Para portuguesismos chega-lhes bem Portugal.

Imaginem então que os convencemos que o artigo A é um espanholismo, uma reminiscência do La castelhano que invade abruptamente a grafia natural dos topónimos galegos. Que se por cá fizéssemos igual teríamos de grafar Porto como O Porto, ou como muitos fazem agora para agradar à ignorância inglesa (Oporto). Se por momentos os convencêssemos que Gondomar, Póvoa e Viana existem dos dois lados da fronteira, o que conseguíamos? No máximo, um sorriso. Tendo prestado muita ou pouca atenção, o que se aprendeu na escola é lei. Galiza é Espanha. Deste lado somos portugueses, do outro espanhóis. E tudo o resto é ruído.'

BLOGADO ?S 02:02:04

Ainda sem comentários

multiblog