Acho que até os eucaliptos me eram simpáticos quando era novo. As mimosas, talvez. As giestas, então. A minha avó fazia vassouras com elas. E como eu adorava a minha avó, adorava as vassouras e consequentemente gostava bastante das giestas.
Bem. As giestas. Eu queria era falar das mimosas. Eu gostava das mimosas. Amarelo bonito. As minhas alergias respiratórias ganhavam vida perante um amarelo tão bonito. Até que minha sagrada mãe, na sua sua ufana vontade de esclarecer meio mundo, nos elucidou. As mimosas, importadas para Portugal como plantas ornamentais, são MEGA-PRAGA. Crescem por todo o lado, sobrepõe-se às espécies endógenas e, para piorar tão animador cenário, são tão custosas de erradicar que, prontos, ainda andam por aí. De repente, o amarelo das mimosas ficou amarelo cor de vómito. E, ainda mais de repente, passei a culpar as mimosas de todos os meus problemas respiratórios. E também dos meus pés rasos.
Isto a propósito da Carla Bruni. De início, era apenas A modelo com os menores seios (mamas) do negócio da moda. Nada se salvava naquele corpinho subnutrido. Começando a menina a editar discos, o espaço de tempo na minha perceção entre a modelo escanzelada e a cantora romântica fez-me esquecer a primeira versão. De fato, Quelqu'un m'a dit é um cd porreirinho. Gostava do tom confessional da rapariga e tal e coisa. E não é que ela, num espaço de tempo que não pode ter sido de mais do que algumas horas, lança o No Promises e casa com o Sarkozy (e, pois, fez aquele anúncio onde assassinou o Bang Bang que a Nancy ainda deve estar às voltas no túmulo). Ou seja, Carlinha sozinha a fazer passagens, not, Carlinha quietinha a cantar em francês, ou ié, e Carlinha casada com o megera do Sarko a cantar versões em inglês, not. De novo.
Só para falar das perceções. Quando tudo nos parece muito bem, acontece uma pequena coisinha e tudo nos parece muito mal.
(a mimosa não é uma mimosa mas uma acácia. fica o aviso)
BLOGADO ?S 22:38:15
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