Atualizações 7-12/12/08

13-12-2008

INSTANTÂNEOS, LÍNGUA, LIGAÇÕES, GALIZA

Atualizações 7-12/12/08

* A mata que se vê ao longo da estrada não anima. Os eucaliptos dominam, e nos espaços sobrantes acácias e pinheiros entopem a vista de sombra. Daqui, da janela da cozinha, descubro uma segunda leva de árvores, mais densa e idosa, perenemente guardando o Vouga que se adivinha mais abaixo. Alguns carvalhos e outras árvores igualmente dignas mas ainda por identificar. Espero que os companheiros de viagem acordem e as chamas fazem-me esquecer as dores e os pés da caminhada de ontem. Olho lá para fora e volto a querer caminhar. A dor atrai mais dor.

Eles descem, um por um. Ela fala que a mata é bonita mas que só os eucaliptos restarão - uma barragem a jusante, impositiva, inundará todos esses carvalhos e afins. Como se a barragem decidisse por si qual as árvores a manter. Como se, enquanto dormíssemos, a ordem natural fosse continuamente redesenhada. Acordamos e já não sabemos bem o que existia. O dinheiro substitui a natureza. Os dólares são verdes o ano inteiro.


* Depois do choque de saber que o português da Galiza (com o belo reintegrado do Quiroga) necessitava de adaptação para ser publicado em Portugal, percebi com horror que mesmo os livros brasileiros são adaptados. Lembro-me que o Jorge Amado usava tremas e, era logicamente, não adaptado (na edição do Público, pelo menos). Sei que o Paulo Coelho é adaptado porque, no outro dia, numa farmácia (ou numa bomba de gasolina, ou numa estação dos correios, já nem sei), alcei o braço e vi. O Chico e o Ubaldo, admito, já não me lembro. O Veríssimo leio-o em circunstâncias especiais, no Expresso, e sei que também é adaptado. Nos livros já não me lembro. O que queria dizer era que lembrava-me das tremas do Jorge Amado e a minha memória achava, esquecidamente, que o brasileiro era também português para os editores portugueses. E como o Paulo Coelho usa letras para construir palavras sem fazer o que quer que seja com isso, a grafia interessa pouco ou nada.

Até ver isto. Cíntia Moscovich, A Arquitetura do Arco-íris. Em Portugal publicaram o livro como A Arquitectura do Arco-íris. Já agora ?aportuguesavam? também a autora, e passaria a Jacinta Moscovita. Não?


* Ah! Todos querem ser arquitetos mas ninguém quer ser empregada de limpeza. Seja, eu quero desenhar a casa, mas limpá-la, nem por isso.

Uh! Ninguém se atreve a substituir-se ao cirurgião. Não não, cirurgia é coisa séria, eles tiraram cursos e eu não posso ver sangue. Dar aulas? Ai, eu? É deixá-los estar, eu de aulas sei pouco, é deixá-los aturar os miúdos. Desenhar a minha casa? Mas isso sou eu que faço, sou eu, pois. Eu dou os meus deseinhos ao gaijo (deseinhos, bem, um deseinho. Se não um deseinho, uma descrição), ele vai para casa passar aquilo ao contador, ele volta na semana seguinte, eu aprovo, chama-se os homes para avançar com a obra e quando responderem da Câmara, com jeito, já?tá a obra feita. E quando estiverem os tetos estucados chama-se o desenhador cá a casa e paga-se o serviço com um borrego assado e duas garrafas de Monte Velho, a ver se ele se queixa.

Ih! Arquiteto. Arquiteto fazem tudo igual, é bota caixote e bai?buscar. Há o Cinza Vieira, e vão todos atrás. Mas deixem o senhor proprietário desenhar a sua casinha e o que sai é um pouco isto, mais vigota menos vigota: um cubo branco (casa) com fenestrações retangulares (janelas) e um chapéu triangular encarnado (telhado). Sem saber para onde é o norte ou qual a inclinação do terreno (qual terreno!?!?). As paredes têm a espessura do tijolo que se arranjar e passados vinte anos a casa já é velha e, por isso, naturalmente fria.


* Aparentemente sou a única pessoa no mundo civilizado que nunca escutou a seguinte palavra: gambiarra. Para quem não sabe, uma gambiarra é uma espécie de. Não. Não, esqueçam. Eu não sei e todos mais sabem-no. E, se não sabem, uma solução simples. Uma ponte alta ou um frasco de comprimidos avulsos. É fácil. Esqueçam a vergonha de admitir tal coisa em público.


* N tenho ideia!o q achas q é?
N faco ideia. Q é feito d ti?
Arrisco festa c gambas
é uma coisa improvisada. mas nao, n sabia

É um convite para um jantar com um amigo!!!Pode ser no sabado??? A proposito essa coisa é uma lanterna; ).
É uma especie de candeeiro que tem um gancho numa ponta e q pode pendurar-se no tecto.É muito usado nas oficinas de mecanica.Prende-se no capot e alumia o motor.So vi o sms agora.Espero ter ido a tempo e ter sido util.*
É qd se usa 1 técnica alternativa p solucionar 1 problema.é um improviso
É uma lanterna
É uma espécie de lanterna portatil à moda antiga. acho.pk?
Lanterna daquelas de pendurar? Acho eu!
tem que ver com novos processos e improvisaçao.
E uma extensao de fio eléctrico. Pode ter lampada na extremidade.
Ora bem, uma gambiarra é uma lâmpada com um fio/extensão (ou vice-versa), para alumiar. na minha terra é isso. porque perguntas?
Para mim é um daqueles cabos eléctrico com uma lampada dentro de uma estrutura de ferro tipo lanterna. mas acho q verdadeira e tecnicamente é uma fiada de luzinhas, tipo as vulg luzes do pinheirinho
Luzes de teatro, um feixe de luz. É?
É tipo uma lanterna mas c lampada das grands d casa. Dp tem protecao de arame a toda a volta.
Sei.. Tu não?
Uma luz transportavel normalmente protegida por uma gaiola, muito usada pelos mecanicos?
É uma lampada ligada a uma extensao?
Uma lanterna. Estä na minha recolha d celorices.
Sim, uma especie de lanterna. Ta tudo?
Sei. e uma lampada

BLOGADO ?S 01:40:26

1 comentário

Comentário de: alice [Visitante]
alice

Para mim, quem constrói uma casa sem projecto nem nada, como der jeito e a improvisar conforme vai, está precisamente a fazer uma gambiarra. E não precisa de usar lanternas, mas também pode.

Mas como és o especialista, podias ilustrar-nos :)

13-12-2008 @ 11:29
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