Voltando à chegada a Bratislava. Cheguei facilmente ao hostel. Não sendo barato nem caro ? 15 euros ? tinha uma coisa que nenhum antes tinha tido ? estilo. Sofás no ?lounge?, cozinha com balcão de madeira, paredes pintadas com cores vivas nos quartos. Quando cheguei, perto das 11h, estava uma senhora a aspirar o quarto. Saí logo que pude, ainda tinha que arranjar bilhetes para o jogo. Logo na primeira praça topei um grupo de cinco que me pareceram ?normais?. Ok, são portugueses. Eram mesmo. Cinco estudantes de marketing em Praha, quatro do Porto. E, sorte a minha, tinham um bilhete extra para mim. Custava 15 euros, mas eu apenas tinha comigo 50 euros e eles não tinham troco. ?Ok, vais ali ao câmbio e pedes para trocar euros por euros.? Parecia um esquema capaz de funcionar. Mas só quando mostrei a nota à rapariga do câmbio é que me apercebi que a nota de 50 euros estava rasgada. Poucas vezes me tinham vindo parar às mãos notas de 50 euros, e tinha de vir rasgada? Shit! Ela obviamente que recusou a nota. Quem não recusaria? Dá mesmo a ideia de ser uma nota roubada! No banco o resultado foi o mesmo. ?No good.? Tive de sacar chlóques (a moeda local) do multibanco e trocá-los por euros. Mas fiquei com o bilhete. Continuava a chover, com o vento a obrigar a chuva a danças?/acrobacias? delirantes. Fui com eles até ao castelo, um dos poucos sítios que ainda não conhecia em Bratislava.
Eu era o único com guarda-chuva, e um deles não tinha capucho, por isso andou sempre comigo. Acho que se chamava João. Acabámos por adoptar alguns comportamentos íntimos, decorrentes do acto de partilhar um guarda-chuva. ?Deixa que eu levo o guarda-chuva, já deves estar cansado.? ?Queres tirar a foto agora?? Esse tipo de coisas. Achei piada ao facto de ele, tão inusitadamente, se ter tornado tão próximo de mim. Pela conversa dos outros, percebi que tinham ido para os copos no dia anterior, e tinham saído do hostel porque já não podiam estar lá mais tempo a dormir. O meu companheiro de chusso, esse, tinha comido uma israelita. Tinha ido para casa dela, com o pai dela lá também, e tinham tido sexo.
IR'05 é a transcrição do diário escrito durante uma viagem de comboio através da Europa entre Novembro e Dezembro de 2005. todas as entradas aqui
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