Guilherme Pinto garante que futuro retail na Via Norte não vai dificultar o trânsito
Empreendimento terá uma área bruta locável de 40 mil metros quadrados. Vai acolher
16 lojas, divididas por dois pisos, e um parque de estacionamento para 2000 viaturasO presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, garante que o futuro Matosinhos Retail Park, que deverá nascer junto à Via Norte, próximo da confluência entre as estradas nacionais 13 e 14 (em frente à Estalagem Via Norte), não vai colocar dificuldades ao intenso tráfego rodoviário. "Tenho a certeza absoluta de que não afectará o trânsito na Via Norte", afirmou ontem Guilherme Pinto, no final da reunião privada do executivo da Câmara de Matosinhos.
A convicção de Guilherme Pinto baseia-se no facto de estar prevista a construção de mais uma faixa de rodagem na EN13, que passa assim de três para quatro. Além disso, o actual tramo de inversão de marcha será substituído e incorporado numa rotunda desnivelada sob a futura plataforma da EN13.Na reunião de ontem foi aprovada a "desafectação" de 13.247,80 metros quadrados de terrenos integrados na Rede Ecológica Nacional (REN), que servirão para construir os acessos ao retail. A votação mereceu votos favoráveis da maioria PS e do CDS, que esteve representado por Filipe Melo e não por Paulo Coutinho, como é habitual. PSD e PCP votaram contra.
Um dos argumentos que mais seduzem Guilherme Pinto é a previsão de o futuro espaço comercial vir a criar 2300 postos de trabalho, dos quais 1800 directos e 500 indirectos. Este investimento de 40 milhões de euros terá uma área bruta locável próxima de 40.000 metros quadrados, prevendo-se a construção de 16 lojas em dois pisos e um estacionamento com 2000 lugares.
Nesta altura, está a ser elaborada a declaração de impacte ambiental do projecto. Falta ainda que a "desafectação" da parcela integrada na REN seja aprovada pela Assembleia Municipal de Matosinhos para que, depois, o processo siga para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, que dará um parecer vinculativo.Para Guilherme Pinto, "estas grandes superfícies têm muito pouco impacto a nível do comércio local". O autarca recordou ainda que, em 1998/99, foi aprovado para aquele mesmo local um projecto de loteamento que previa a construção de um hipermercado Feira Nova e de um edifício para escritórios. O projecto ter-se-á então gorado por os promotores não aceitarem construir as infra-estruturas de acesso.
Em declarações ao PÚBLICO, Nelson Cardoso explicou por que é que os vereadores do PSD votaram contra a "desafectação". "A câmara vai sempre a reboque dos promotores e nunca é ela a definir o plano económico para o concelho", aponta. Por outro lado, o social-democrata não percebe a razão de instalar a futura superfície comercial naquele espaço, quando há áreas em Matosinhos mais vocacionadas para esse fim. "É incrível que seja necessário fazer o retail num terreno em que um terço do total está em REN, quando há terrenos em Matosinhos destinados à actividade industrial e já resta muito pouco de área ecológica".
"Relevante interesse privado"
Também o vereador do PCP, Honório Novo, considerou, em comunicado, que o futuro retail é "um empreendimento privado que nada acrescenta de novo e que poderá ter mais impactos negativos no tecido económico e social". O vereador recorda que o projecto "pretende utilizar 40.000 metros quadrados de nova área comercial, dos quais mais de 25 por cento, isto é, mais de 10.000 metros quadrados, estão situados em REN, bem ao lado do Rio Leça".
Ao contrário dos serviços da autarquia, que consideram o Matosinhos Retail Park um projecto de "relevante interesse municipal", Honório Novo atribui outro tipo de interesse à natureza do empreendimento: "Um relevante interesse privado, mas este é um interesse que não se pode sobrepor ao interesse colectivo dos cidadãos de Matosinhos."
(negrito meu)
tudo isto e muito mais em coisar.tumblr.com
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