* Falavam no Público sobre Projecto "Casa no Gerês" distinguido nos EUA e em Israel e a M, matreira como sempre, logo percebeu que o interesse não residia na notícia em si mas na caixa de comentários. Ora vejamos:
Comentário 27.02.2009 - 18h46 - Anónimo, arquitecto desempregado
O projecto é sem dúvida excepcional... Só falta referir que foi feito á base de trabalho não remuneado ( ou melhor 200 euros por mês.. que somente servem para pagar alimentação nos dias de hoje). É assim.. a arquitectura portuguesa actualmente é feita á base da completa exploração dos jovens arquitectos que têm que aceitar qualquer condição de trabalho, quer a nível de renumeração quer a nível de horas de produção, para não estarem no desemprego. Mas que condição é esta?? De país de 3º mundo em que os que têm algum trabalho limitam-se a explorar aqueles que agora começam a sua carreira profissional
27.02.2009 - 20h01 - Anónimo, Lisboa
De facto, é como o meu colega (de profissão e de desemprego) diz. Mas a exploração atinge os jovens e os ditos mais experientes. Hoje em dia os anos de experiência não contam. Contam sim as propostas de trabalho por 7 dias da semana, com horários entre as 9.30/10/11 e as "até conseguir acabar o trabalho", com pagamentos de 600 euros mensais ou menos e sempre com aquela grande instituição - presente em todos os ateliers de arquitectura portugueses - que é o recibo verde. É como se todos já estivessem formatados para o mesmo: "Sabe como é, a crise está por todo o lado, nunca sabemos como é o dia de amanhã, no fundo todos estamos nesta situação. Até os sócios recebem a recibo verde, veja lá!!!!" O curioso deste "modelo" é que ele existe desde que me conheço como arquitecto já vai para 9 anos. E a crise de que se fala agora é um bocadinho mais recente...
27.02.2009 - 20h13 - Anónimo, (outro) arquitecto desempregado, Lisboa
Tanto que se fala na precariedade no trabalho e no combate aos recibos verdes... Apresento uma proposta ao Público: vão de atelier de arquitectura em atelier de arquitectura. Investiguem as condições de trabalho que têm. Vejam há quantos anos alguns trabalham a recibo verde e quanto ganham. Há uns anos veio a público uma notícia que falava num salário médio mensal de 2000 euros para arquitectos... Confirmem-no. Vão verificá-lo ao local devido. Porque isto dos prémios é muito bonito, mas se existe exploração por trás, já não tem tanta piada assim. Até porque, na maioria dos casos, são um ou dois arquitectos a ganhar o prémio e duas mãos cheias de explorados a fazer o trabalho a sério...
Pelo meio, houve tempo para o habitual idiota de serviço:28.02.2009 - 09h18 - Arquitecto , no Estrangeiro
Com 26 escolas de arquitectura algum resultado tem de dar. Um deles e a emigracao de arquitectos porque e verdade nao ha trabalho para todos. Os estagios em Portugal sao pateticos: ou nao sao pagos ou sao simbolicamente pagos 100 euros/mes. Vamos ultrapassar qualquer pais europeu em numero de arquitectos por 1000 habitantes inevitavelmente e so resta uma solucao para isto: fechar cursos de arquitectura ou entao aceitar que se faz um curso de arquitectura para nao ter trabalho nessa area. A respeito do recibo verde - o qual e norma em muitos gabinetes de arquitectura - era bom que o Sr. Presidente da Republica desfizesse a asneira que criou quando foi primeiro ministro. A precariedade faz-se, e ele e o responsavel por esta.
Quando o que se fala são as práticas laborais vigentes em todo o país na área da arquitetura, é óbvio que não é um caso de 'só se deixa explorar quem quer'. O caso é mais de 'se queres trabalhar em arquitetura em Portugal queres ser explorado'. O que este comentário revela é a coisa mais óbvia, que ninguém combate: os jovens arquitetos não são explorados por outra classe profissional má, sem escrúpulos. São, a maior parte das vezes, explorados por colegas de profissão.27.02.2009 - 21h46 - Luis, Almada
Desculpem lá mas só se deixa explorar quem quer. Andar 7 anos a tirar um Curso, fazer um Estagio para ser Arquitecto e depois aceitar um salario baixo só faz sentido para 'artistas' e só lhe veste a pele quem quer
Mais interessante seria a ideia do "Concelho livre de eucaliptos". Obviamente que um movimento destes nunca começaria no Minho. Como sabem, o Minho é aquela região escondida atrás dos eucaliptos.Segundo disse, o Município segue, assim, o exemplo de 52 cidades e vilas do país vizinho e de outras três localidades francesas "que proibiram, também, a realização de touradas".
BLOGADO ?S 06:09:15
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