Cheguei há pouco à pousada. É, como em Wien, uma Jugendgästehaus (casa de hóspede / hospedaria para jovens), mas caríssima. 19?5, sem internet e sem cozinha. Já devia saber, mas acabei por vir aqui parar aqui por acidente, pois estava a ler no guia informações duma pousada e a olhar para o mapa de outra pousada. Mas está-se bem. Se a pousada de Bratislava era a com mais estilo, esta é a com mais arquitectura. Um pouco como se o Scharoun fizesse pousadas. Corredores angulosos, espaços amplos a distribuir as escadas, o tecto inclinado. E, apesar de estar bem perto do centro por metro, a zona é calminha e de pequena escala.
Li num guia que esta é a terceira cidade em dimensão, a segunda em termos económicos e a primeira em tecnologia. A rede de metro é de capital europeia, e apesar de uma viagem custar 2?2 e as carruagens pararem de quando em vez, parece funcionar.
Estou a ficar com fome. O jantar é às 18h30.
Depois da França a viagem começou a tornar-se mais difícil. A bebedeira não ajudou, claro; mas são tantos dias acumulados que começa a ser saturante. Mas sempre é melhor que ficar em casa. Ou que um pontapé no cu.
Só para acabar a saga Bratislava / Wien. Em Bratislava, como em qualquer outra pousada, não me deixaram ficar a dormir de manhã. A empregada foi lá duas vezes, e o gajo da recepção uma. Só quando o Giovanni foi tomar banho é que me levantei. Demorei talvez três vezes mais tempo a chegar à estação do que no dia anterior. Entre no primeiro quim que dizia Wien, e entre Bratislava e Wien terei ido umas dez vezes à casa de banho. Bebi imensa água (não-potável) e comi duas tangerinas, que acabaram no lavatório. Em Wien comprei uma garrafa de água, que acabou no chão da estação. Algures noutra ligação (talvez no metro) vomitei, mas desta mais controlado, entre duas carruagens. Ainda era cedo quando cheguei à pousada. Fui logo dormir.
Ontem cheguei duas pessoas em Salzburg. A?o Whu, chinês que orientei para a pousada, e um irlandês. Não cheguei a saber o nome dele. É bem capaz de mo ter dito, mas falava tão rápido (inglês e espanhol) que não percebi muito do que me disse. Entendi que tinha passado cinco anos na Andaluzia, e como há Irish Pubs por todo o lado, ele andava de um lado para o outro. Já estava há três semanas em Salzburg, e já tinha comido uma gaja ali naquela cama, com um japonês no beliche de cima. ?You only live once, right??
Tenho uma ferida nojenta entre o lábio e o queixo. Um pouco como pão de rato.
Basta. Vou comer.
BLOGADO ?S 00:59:26
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