Mega-regiões

02-07-2009

RECORRÊNCIAS, IMAGENS, CENTRALISMO

Mega-regiões

É o que dá adiar textos e projetos ? passado tempo suficiente, e se a ideia é boa, aparece sempre alguém a fazê-lo por nós. A minha sorte, neste caso, foi ter sido Rui Tavares a voltar ao tema.



É de mega-regiões que falo, conceito criado por Richard Florida. Através duma curiosa relação entre a intensidade luminosa com o PIB (LRP), Florida reconheceu as quarenta regiões mais importantes do Mundo. Não será a análise mais científica, mas é a que tem os resultados mais convincentes. Sem fronteiras, sem regiões tradicionais, e sem a obsessão com as grandes cidades, mas analisando a pura realidade.

Sem grande surpresa, as regiões têm razões de ser históricas e linguísticas. O Império Austro-Húngaro subsiste nas mega-regiões de Praga (Boémia) e Viena-Budapeste. A quarta maior mega-região do Mundo e a maior da Europa, a de Amsterdão-Bruxelas-Antuérpia, é a mancha dos falantes do neerlandês, englobando também o Ruhrgebiet alemão. O catalão/occitano/provençal, como nota bem Rui Tavares, mantém-se no eixo Barcelona/Lyon.

E o galego-português, bem evidente à esquerda, constitui a 33ª mega-região. Esta mega-região tem como nome ?Lisboa?, que obviamente não é o centro, mas antes Entre-Douro-e-Minho. Esta é a zona mais populosa, mais geradora de exportações, com a maior Universidade. É que apesar de a ?mega-região de Lisboa? ser a 33ª no LRP, é a 31ª em termos populacionais e a 28ª em relação à concentração de cientistas, apesar do 36º lugar no que toca a patentes e inovação.

Por isso temos de reivindicar a nossa centralidade. Lisboa, está visto, é centro de nada.



tudo isto e muito mais em coisar.tumblr.com

BLOGADO ?S 14:03:10

Ainda sem comentários

blogging software