17-12-2005

CADERNOS, IR'05, VIAGENS

24/11, 18h30, Campanhã (Porto)


Não podia ser mais caricato. A um dia do Inter Rail, e não tenho a certeza se ele vai acontecer. 'Então é assim. A renfe deve estar a mexer no site e não lhe posso emitir o cartão agora. Eu entro amanhã às onze e meia, e telefono-lhe ao meio-dia para confirmar.' 'Pois, mas se correr mal, como é que é?' 'Amanhã telefono-lhe ao meio-dia. Se ainda não estiver resolvido, vemos o que é necessário para um bilhete manual.' 'Ai ai.' A última frase é inventada.

BLOGADO ?S 18:40:28

17-12-2005

CADERNOS, IR'05, VIAGENS

24/11, 17h30, Loja do Cidadão (Porto)


378. Incrível como um número, de um momento para o outro, se torna o centro da nossa vida. Maldito passaporte verde, maldito! Depois de ficar a saber que não tenho garantido o bilhete de Inter Rail para hoje, tenho de esperar horas para algo que definitivamente não me dão hoje.

BLOGADO ?S 18:31:01

27-11-2005

CADERNOS, IR'05, VIAGENS

24/11, 15h, Metro (Porto)


É estranho como qualquer grande viagem começa com uma série de pequenas viagens, burocráticas e necessárias, e há muito adiadas. Depois de acabar o último projecto, de deixar tudo pronto e a funcionar em Mogadouro e Foz Côa, fui visitar o Mika a Coimbra e ver a malfadada (não confundir com Mafalda dada) exposição do seu patrão. De carro, saltando de faixa em faixa por um IP5 quase auto-estrada. Em Coimbra, carros e mais carros, e o meu estacionado frente a uma garagem. É por isso que não o uso, por me obrigar a fazer estas coisas. Exposição despachada, beijinho na Susana e estrada, rumo ao berço da minha idade adulta, Guimarães. Parei o carro frente à Pousada, para tirar o cartão de alberguista (quando cheguei a casa descobri que já tinha um, ainda válido), e volta a ditadura do automóvel: o cabeleireiro era a dois minutos a pé, mas tinha de ir de carro. Tinha? Não tinha. Mas fui.

Depois de cortar o cabelo fui ter com a Alice, a única arquitecta (ainda estagiária, mas já arquitecta, digo eu) que conheço que trabalha em casa. Mostrou-me o que andava a fazer, e aparentava estar bem disposta com a situação. O Nuno tinha ido às compras com a Matilde, filha de ambos, nascida num 5 de Março, um dia antes do meu aniversário. A minha cabeleireira, a Sandra, estava grávida dum Afonso, a nascer no Março que vem. Eu compreendo-os. A Primavera a acabar, começa o calorzinho, e nove meses depois... Maternidade. Como os invejo.

BLOGADO ?S 00:24:47

23-11-2005

INSTANTÂNEOS

IR'05

Vou de Inter Rail nos próximos dias. Talvez vá editando para aqui o que for escrevendo.

BLOGADO ?S 23:34:57

08-11-2005

RECORRÊNCIAS

vento dá, vento tira

O amor, esse, leva-o o vento. Quando não tem raízes, ele oscila por muito pouco. Mas depois do vento passar o amor não volta mais.

BLOGADO ?S 18:43:54

06-11-2005

INSTANTÂNEOS, RECORRÊNCIAS

férias

Nem preciso consultar o calendário para saber que há já mais de um ano que não faço uma viagem a sério. Em mim, isso é de estranhar. Durante o curso viajava várias vezes por ano, em viagens de estudo ou com a confraria do malho. Acabado o curso, fui fazendo viagens, cada vez mais inconstantes e disconexas.

Até que chego a esta situação insólita de não viajar faz tempo. E de não ter tido férias de Verão (acho que uma semana não são bem férias), que também é novidade. Agora queria ter um mês para aproveitar a minha reduzida idade e comprar um passe Interrail de 22 dias (ao fazer-se 26 fica mais caro). Façam figas por mim.

BLOGADO ?S 22:50:35

06-11-2005

GAMANÇOS, GALIZA

Daniel Oliveira, Eixo do Mal, Sic, hoje

...a situação da Catalunha, dos Bascos e, posso dizê-lo, dos nossos irmãos galegos. Gostaram? Irmãos galegos?

BLOGADO ?S 20:57:36

05-11-2005

INSTANTÂNEOS, RECORRÊNCIAS

A

Quando te conheci devorava-te com os olhos. Quando te comecei a conhecer deixei de te fitar, reparaste? Agora evito os teus olhos, mesmo. É que antes eras apenas bonita; agora não te encaro mais por medo de me apaixonar.

BLOGADO ?S 03:27:09

28-10-2005

INSTANTÂNEOS

deterioração

Com o aproximar do fim do projecto, sinto o meu corpo a mudar. As minhas costelas parecem-me estranhamente assimétricas, a minha espinha parece uma auto-estrada de montanha. Acho que vejo cada vez pior. Ainda assim, não são os estragos físicos que mais me preocupam.

BLOGADO ?S 12:59:12

19-10-2005

INSTANTÂNEOS, RECORRÊNCIAS

férias?

Estou prestes a acabar o maior projecto em que já participei. A minha única dúvida é se, quando o acabar, ainda tenho o emprego.

BLOGADO ?S 20:15:41

13-10-2005

INSTANTÂNEOS, RECORRÊNCIAS

a mentira

Vestimos roupa lavada, fazemos a barba e penteamos o cabelo. Parecemos bem. Mas por dentro pedimos clemência, e achamos que não aguentamos mais. Compramos o jornal, pedimos um café. Ninguém suspeita de nada.

BLOGADO ?S 12:22:20

03-10-2005

INSTANTÂNEOS, OCORRÊNCIAS

CPF

Por momentos, pensei que não me deixassem tirar fotos no Centro Português de Fotografia.

BLOGADO ?S 17:14:01

24-09-2005

INSTANTÂNEOS

Ei,

eu sou um priveligiado. Por mais que me queixe.

BLOGADO ?S 01:53:44

18-09-2005

GAMANÇOS, PORTURARIDADE

Bro

Isso é de escangalhar a moca a rir!

BLOGADO ?S 23:48:46

18-09-2005

GAMANÇOS, PORTURARIDADE

Mogadouro, Julho 2005

Locutora de tv _ E em Espanha foram legalizados os casamentos homossexuais...
Velho _ Homens sexuais? Eu sou um homem sexual!

BLOGADO ?S 23:47:58

18-09-2005

GAMANÇOS, PORTURARIDADE

Ermida, Setembro 2005

Parece que tens bichos carapinteiros!

BLOGADO ?S 23:45:28

18-09-2005

GAMANÇOS, PORTURARIDADE

Foz Côa, Setembro 2005

Falhou um golo com a baliza escaqueirada!

BLOGADO ?S 23:43:28

04-09-2005

INSTANTÂNEOS, PORTURARIDADE

o que eu não pedi

Da manhã despertei com poeira nos olhos, também no corpo e nos pés, e sem espirrar nem tentar limpá-la do corpo tentei comê-la, a pensar que saboreando-a poderia entendê-la. Primeiro lambi os ombros, onde apenas tinha alguma poeira. Não me soube a muito. Muita poluição, algum caos, nada de mais. Na palma das mãos a poeira sabia a néctar, e daí passei para o peito e púbis. Era poeira mais espessa e escura, mais suja que o resto. Sabia a detritos da construção, a areia salgada e ferro de armações de betão, e a alumínio partido. Já não lambi os pés por nojo do que via e cheirava, e às costas a minha língua não chegava. Quando reparei que o meu corpo era Portugal, e que o sonho era ainda pesadelo e o despertar parecia longe, foi quando abri a janela e enfrentei a rua.

Não imagino quem emporcalhou a minha terra e, assim, o meu corpo, mas tenho como certo que não foi com a minha autorização. Eu não pedi para passar três horas cada dia entre dois carros em filas de muitos outros carros em viadutos ondulados. Não fui eu que pedi para morar ao lado das lixeiras do subúrbio, de ter os meus filhos a andarem pela nacional sem passeios a caminho da escola. Ei, não fui eu que pedi ao meu cunhado para cortar os carvalhos onde feríamos os cotovelos e jogávamos futebol, para lá plantar eucaliptos, nem pedi ao fogo para comer todas estas recordações. Nem pedi às chuvas de Inverno que descessem pela encosta queimada e levassem a casa onde o meu pai nos teve. Foi sem o meu consentimento, porque nunca o autorizaria, não. Nem pedi ao patrão da minha Rosa, a esse cabrão sem outro nome que a despediu e às outras cento e vinte e sete trabalhadoras para abrir falência e reformar-se, numa ilha onde já vivia o resto da família.

Fui eu que pedi esta sociedade? Fui eu que pedi um emprego com dez horas diárias, com o terror contínuo do despedimento sem justa causa, sem delegado sindical, e ainda ter de servir de picheleiro do patrão aos fins de semana, mesmo quando a Rosa estava doente acamada e eu com a pedra a doer-me? Fui eu que pedi para deixar de fazer o meu vinho e as minhas couves por não ter terreno e a ter de os comprar, sem jeito nem sabor, no Feira Nova cá da terra?

Quem pediu este mundo em que vivemos, este A4 mal fotocopiado de outras paisagens onde o sol parece brilhar mais? Eu não pedi esta terra de centros comerciais sem jeito e rotundas sem trânsito, com brandos costumes e violenta passividade. Gostava de me juntar ao Zé Tó e ao Ernesto, ao Gonçalves e ao filho, jogar cartas e beber aguardente sem pensar em mais no café da Associação. Já não vou lá porque o dinheiro só dá para o gasóleo da viagem para o emprego, qualquer dia nem para isso, e para a Associação demora-se vinte minutos a pé, e os montes são inclementes e os passeios nem vê-los, e qualquer dia vou ter de ir a pé para onde for, o dinheiro já não sobra para nada, e amanhã tenho de ir lavar o novo Porsche do patrão, e a casa dele é tão longe, e a carreira não chega lá, e a pedra nos rins que me dói quando choro, e tudo mais que não me aconteceu.

Eu não pedi nada disto, mas foi o que me deram.

BLOGADO ?S 18:08:29

04-09-2005

GAMANÇOS

É um pássaro? É um avião? Não, é o...

Na marginal das Caxinas, neste Verão: 'Olha o carro! Olha a motorizada! Olha a biciclete!'

BLOGADO ?S 17:23:29

04-09-2005

INSTANTÂNEOS, CADERNOS

pelo Porto

O cinema acabou. Fiquei espantado por ainda ser de dia, apesar de serem apenas sete, e apesar de estar num centro comercial. Não costumam estar recheados de janelas, este apenas prova a sua existência neste mundo com uma simples clarabóia. Nervoso. Não poderia ser do filme, adorei o Batman.

Não me deixas ouvir o Tom Zé? Mas estás à minha frente, carago! Tás a fazer uma encomenda? Mas isso não me interessa. Se só quero ouvir este cd? Queria ouvir as músicas antes do concerto!

Vim parar ao lado do crew da morte. Todas as conversas versam a morte. Porra, falem de coisas alegres, carago. E se o empregado demora muito eu mato-o. Com uma pinha. Cambada de sádicos, só falam dos amigos que morreram. Só falam da parte fútil da vida, do dinheiro, das relações trocadas dos conhecidos. Que pessoas chatas, mesmo. Fodasse, agora falam de Rimbaud. Ainda há uns dias eu e a H. concluímos que era o gajo com mais estilo para citar. Puta. Nunca li Rimbaud. Ah, aposto que eles também não.

Hum, estes espargos coisados estão para além do bom! Tenho de comprar espargos e fazer igual.

Já descobri o que são espargos. Afinal, uma coisada de espargos leva só um ou dois. Mas a mim não me enganam, eles.

Isto de escrever com tinta vermelha não deixa de ser mórbido. Estará a soar a vermelho?

Chegou o resto da tribo. Ao menos estes conhecem o Tom Zé.

Sou terrível, carago. Quando estou sozinho detesto todos os que não estão comigo, ou seja, todos mesmo.

Diz after-hours outra vez e eu mato-te, cabrão!

BLOGADO ?S 04:01:06

27-08-2005

OCORRÊNCIAS

365

Saí outra vez na 365. Eles são insanos, tenho quase a certeza.

BLOGADO ?S 19:30:39

18-08-2005

INSTANTÂNEOS, CADERNOS

crónicas no comboio

Se estes são os gajos que emigraram, nem imagino a má imagem que terão de nós lá fora.

O olhar do velho perscuta o subúrbio, a ramada a cercar a casa de tijolo rebocado. Lacrimejam bondade, estes olhos. Quedos. Mas atentos, como os de um miúdo, veêm todos os pormenores, todas as variações. Só já não brincam, os olhos. Só observam, já viram tudo isto antes.

O comboio atulhado de avéques, e já ali, apenas dois lugares à frente, duas francesinhas de viagem. Será que elas sabem que 70% da carruagem lava sanitas e serve à mesa na terra delas? Imagino-as lá na france, e um pica português a dizer-lhes, delicadamente, 'Pardonnez-moi, demoiselles, mas fazem o favor de não pôr o caralho dos pés na cadeira, fodasse!'

Num curto espaço de tempo, em menos de um ano, li três livros sobre New York. Não eram livros com um ou outro episódio lá, ou remotamente relacionados com a cidade. Eram mesmo três livros sobre a cidade. O primeiro que li era bd, o espesso volume de At The Shadow Of No Towers, de Art Spiegelman, e tratava directamente a reacção dos nova-iorquinos (nos quais se inclui o autor) à queda das torres gémeas. Mais do que tratar essa tragédia, fala sobre a sensação de ausência que se seguiu, e que foi sendo gradualmente ocupada pela propaganda xenófoba e militarista. Delirious NY, de Rem Koolhaas, conta a história da cidade, e transforma-se no seu manifesto e guia teórico, quase suplantando a cidade em si. The NY Trilogy, de Paul Auster, ainda não acabei. São três histórias de detectives passadas em NY, com um protagonista masculino. Começam todas com um telefonema.
Isto não nasceu de qualquer desejo de NY. Foi o nome dos escritores que me puxou, e mesmo agora, depois de quase acabar o último, continuo sem qualquer fascínio específico pela cidade. O que me leva a querer ir lá, a querer estar em NY, é o fascínio que esta parece despertar nos outros. Será contangiante?

BLOGADO ?S 19:25:04

04-08-2005

INSTANTÂNEOS

money

Hoje passei o meu primeiro recibo verde do meu novo emprego. Recebo o guito para a semana.

(Incrível como um pequeno pedaço de papel mudou a minha forma de ver a vida.)

BLOGADO ?S 13:35:17

24-07-2005

INSTANTÂNEOS, CADERNOS

trio

Entra no metro um preto, um gajo de vestido e uma tipa a ler o livro do Sting. (Acabei de atingir um extremo de urbanidade.)
BLOGADO ?S 23:17:51

24-07-2005

INSTANTÂNEOS

Chuva

Chove. Morrinha, mas chove.

BLOGADO ?S 06:14:23

17-07-2005

GAMANÇOS, GALIZA

Fátima Campos Ferreira, Prós e Contras

falando sobre identidade nacional e identidade cultural, '...mas os galegos e os minhotos são tão parecidos!'

BLOGADO ?S 02:58:21

13-07-2005

INSTANTÂNEOS, RECORRÊNCIAS

dias menores

Esta vai ser a pior altura do ano. Até ao próximo solstício. Nos últimos meses, a vida podia-me correr de mal a pior, mas ao menos os dias iam aumentando. A partir de agora, ou a minha vida melhora ou é mesmo a depressão.

BLOGADO ?S 16:59:36

09-07-2005

INSTANTÂNEOS, RECORRÊNCIAS

Liebe

Gosto muito de todas as mulheres, todas mesmo. Apenas gosto um pouco mais de uma.

E essa é a minha definição de amor.

BLOGADO ?S 20:56:20

04-07-2005

INSTANTÂNEOS, GALIZA

Galiza by night

Agora estou na Galiza (e já falo como eles), e nao sinto grande diferença. Ok, o teclado nao tem tiles, mas nao me posso queixar. Eles sao muito simpáticos.

BLOGADO ?S 03:02:32

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