Uma velha sepultura esquecida aos pés de uma colina deserta
coberta de erva daninha que foi crescendo ano após ano, sem ninguém cuidar dela;
não há mais ninguém para atender a tumba
e só ocasionalmente um lenhador passa por perto.
Em tempos fui o seu aluno, um jovem de cabelos desgrenhados,
e aprendi profundamente dele ao pé do Rio Estreito.
Uma manhã parti na minha viagem solitária,
e em silêncio passaram os anos entre nós.
Agora voltei para encontrá-lo aqui no seu descanso.
Como poderia eu honrar o seu espírito ido?
Verto um merlo de água pura sobre a sua lápide
e ofereço uma oração silenciosa.
O sol desaparece súbito por trás da colina
e sou envolvido pelo rugido do vento entre os pinos.
Tento tirar-me dali mas não consigo:
um fluxo de lágrimas ensopa as minhas mangas.
(Ryôkan)