O meu amor cego vai de palanquim quando sai na primavera.
Quando estou totalmente à rasca levanta o meu desânimo.
É tudo a rir-se de nós, mas eu adoro
olhá-la fixamente na sua elegante beleza.
(Ikkyu Sojun)
Todas as noites, a Cega Mori acompanha-me a cantar.
Por baixo dos lençóis, dois patos mandarins sussurram-se um a outro.
Prometemos estar juntos para sempre,
mas este velhote já está a desfrutar uma pimavera eterna.
(Ikkyu Sojun)
A riqueza de um poeta consiste em palavras e frases;
os dias e noites de um estudante são perfumados por livros.
Para mim os rebentos de ameixeira na moldura da janela são um prazer insuperável;
um estômago apertado pelo frio, mas ainda fascinado com a neve, a lua e o orvalho.
(Ikkyu Sojun)