O Cadáver esta vivo!, e caminha por Ponferrada. O Sábado 31 de Março, a partir das 20'30h., em Ponferrada, na Galeria de Arte Dosmilvacas.arte , na rua Avenida de Astorga nº 7, realizaremos umha exposiçom dos Cadáveres realizados, e um recital de poesia onde apresentar esses poemas, e onde qualquer pessoa participante poderá recitar os textos que lhe apeteza compartilhar com nós.
Até o momento, som um total de 56 cadáveres, 56 poemas distintos, o resultado desta experiência, na que tenhem participado já perto de 70 pessoas. Contaremos esse dia com a presência do cantautor Xosé Constenla.
Por suposto, a entrada é livre e gratuita. E desde aqui queremos animar a todas as pessoas participantes na construçom deste cadáver, destes cadáveres, a estar presentes esse dia em Ponferrada para celebrar a boa saúde do nosso cadáver. Viva o Cadáver!
O CADAVER ESTÁ VIVO! VIVA O CADÁVER!
O 28 de Fevereiro, lancou-se na rede a proposta de construçom dum poema colectivo e plural, um ?Cadáver esquisito?, a partir dum primeiro verso que dizia: ?Há umha certa luz incompreensível na distáncia?. Um dia despois, eram já perto de 20 pessoas a participar neste proceso criativo experimental, neste experimento criativo. Dous dias depois, a rede de participantes seguia a se estender, e a dia de hoje, mais dum mês depois da sua posta em marcha, é provável que ainda sigam vivas algumhas das linhas de crescimento a que deu lugar a proposta inicial.
A técnica do ?Cadáver esquisito? consiste em ir acrescentando palavras ou imagens sobre umha primeira proposta, e foi muito empregada polos surrealistas em 1925. O nome provém da primeira frase que surgiu a primeira vez que foi posta em práctica, em franzês: Le cadavre exquis boira du nouveau vin (O cadáver esquisito beberá o vinho novo). A própria literatura, na sua globalidade, nom é mais que um imenso cadáver esquisito, onde cada jogador, a través dos séculos e das culturas, foi fazendo, vai fazendo, seguirá a fazer, a sua aportaçom para essa obra colectiva.
A proposta deu lugar à criaçom de inumeros poemas, todos resultado dum mesmo proceso: cada pessoas participante ia acrescentando um novo verso baixo o poema que lhe chegava. Um só texto, ou diversos textos, escritos por várias pessoas mas sem um só autor ou autora que poda dizer que é seu. Umha demostraçom de que a literatura é de todas/os e de ninguém: um grande trabalho e patrimonio colectivo no que todas as pessoas podem e devem aportar.
As e os participantes nom tinham que ser exclussivamente ?poetas?. Qualquer pessoa podia ser convidada a participar, e cada participante era responsável de fazer crescer, de manter vivo, o cadáver, encaminhando o poema a novos contactos, sempre baixo a ideia de que todas as pessoas somos capazes de ler, escrever e jogar com a literatura, em geral, e com a poesia em particular. Sem limites: nem de tempo, nem de extensom, nem temáticos. O cadáver manteria-se vivo, mantem-se ainda hoje vivo, possivelmente, na medida em que novas pessoas realicem a sua aportaçom. Coa possibilidade, como nom podia ser doutra forma, de botar mao da cópia, o plágio, o calco e a aportaçom inspirada em obras doutras pessoas. Sempre permitindo que umha pessoa poda participar mais dumha vez.
O cadáver ainda está hoje vivo. E esta exposiçom, este recital, é umha mostra disso. Porque a poesia, a literatura, a cultura, é de todos, resultado dum proceso colectivo de criaçom onde todo o mundo participa, onde todas as pessoas podem apropriar-se dela mas nengumha reclamar-se propietário.
Lemo-nos na rede. Vemo-nos na literatura. Omnia sunt comuna!
PARTICIPA COM NÓS O SÁBADO 31 DE MARÇO EM PONFERRADA NESTA FESTA DO DE CELEBRAÇOM DO CADÁVER!
(Encaminha esta mensagem aos teus contactos e difunde-a alá onde consideres oportuno)
Mágoa; entereime pola impressa o Domingo, esqueciche indicar ata cando vai estar a obra exposta.