23-03-2007

  00:28:51, por Lugris   , 749 palavras  
Categorias: Stop hipocrisia!

Cópia todo o que saibas, todo o que podas, todo o que queiras

Agora que já aprovaram que uns quantos advogados e economistas sem muitos escrúpulos, vam poder viver melhor graças a isso que eles chamam "indústria dos direitos de autor", e que nom é mais que umha forma de conseguir dinheiro sem bater pancada, decido modificar a legenda do meu blogue, e daquel "Alguem sabe como funciona isto?", passamos ao "Defende a cultura:Cópia todo o que saibas, todo o que podas, todo o que queiras".

Já em muitos dos exemplares do Livro das Confusons consta essa palavra de ordem, que me parece hoje mais importante que nunca. A literatura, a cultura, é de todos/as! Digamos nom ao canon polo prestamo de livros.

Hoje já pudemos escuitar à ministra espanhola de incultura, perdom, de cultura (pouca, mas cultura), dizer que "os usuários das bibliotecas nom tenhem de que se preocupar", pois nom vam ter que pagar do seu peto o dinheiro que supom cada préstamo, porque seram as administraçons públicas as que se farám cargo desse pago por prestamo bibliotecário, que se calcula pode situar-se no milhom e meio de euros por ano. Mas é que nos tomam por parvos/as?

E se esse milhom e meio de euros é pagado polas administraçons, donde é que sai o dinheiro? Do peto particular da ministra? Ou do peto de todas e cada umha das pessoas que temos que pagar religiosamente todos os anos os impostos? O que a senhora ministra dijo, ainda que pretendendo dizer o contrário para enganar-nos, é que todos/as, TODAS/OS, usuários/as e nom usuários/as das bibliotecas imos fazer que uns quantos avogados das silveiras, economistas listos e remoras da mesma estirpe podam subir os seus salários a custa das arcas do Estado, quer dizer, a custa do nosso dinheiro.

Mas, durante quanto tempo vam pagar as administraçons esse novo imposto? Durante dous, três, quatro anos? Indefinidamente é evidente que nom.
Se do que se tratava era de dar-lhe um milhom e meio às "entidades gestoras de direitos (exclusivamente económicos) de autor", nom se tinha que ter criado esse novo pagamento. Com dar-lho todos os anos tinham feito.
Mas nom. O que vai acontecer é que dentro de uns quantos anos, as administraçons deixaram de fazer frente a esse pagamento, e serám as bibliotecas as que teram que tirar dinheiro do seu orçamento para pagar. E entom donde vai sair o dinheiro?

Pois, basicamente, de dous sítios:

Primeiro: do recurte de compras de livros. Terám menos dinheiro para comprar livros, porque terám que fazer frente a 20 céntimos por cada livro que prestem. Isso significará que nom comprarám livros "minoritários". Passará, basicamente, e salvando as distáncias, como nas salas de cinema: "ninguem" lhes "obriga" a proxectar practicamente em exclussiva cinema ianqui e anglosaxom, mas esse é o 90% do cinema que se pode ver nas salas comerciais. Ninguem obrigará às bibliotecas a comprar betsellers (que seram as demandas maioritárias, dirám), mas esses serám os livros que veremos nas bibliotecas.

Segundo: do peto dos e das usuárias das bibliotecas, que terám que pagar, mais, por fazer-se sócios/as, terám que pagar (e seguro que mais de 20 céntimos), por cada livro que colham, e terám que pagar (tempo ao tempo) cada vez que entrem numha biblioteca, ainda que só seja para consultar a imprensa do dia. (Por certo, quanto tardaram as associaçons profesionais de jornalistas em pedir um canon por leitura "pública" dos jornais em bares, bibliotecas, etc...?)

Em fim: um novo golpe para a leitura e a cultura. Tendo em conta que as estatísticas dim que a metade da populaçom do Estado espanhol nom lê nada de nada (nem tam sequera os jornais desportivos), umha decissom assim fará aumentar essa percentagem até números que hoje nos pareem impossíveis.

Isso sim: as "entidades de gestiom" poderám organizar (ao igual que a SGAE) congressos, encontros e aburridas tertúlias cada vez mais "cool", mais "fashion" e mais "in", onde gastarám umha parte de todo esse dinheiro recadado sem bater pancada. Actos aos que convidarám a muitos/as escritores, pagando-lhes, generosamente, viagens, deslocamentos, dietas, etc...

Hoje mais que nunca, é preciso desobedecer e saltar-se as leis. CÓPIA! CÓPIA! CÓPIA! Cópia todo o que poidas, todo o que saibas, todo o que queiras!

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