28-05-2008

  17:36:57, por Lugris   , 356 palavras  
Categorias: Cousas por cá

Remédios collage

Esta sexta-feira, 30 de Maio, Reme Remédios inaugura a sua exposición de debuxos e collages ?Carpeta Negra - Carpeta Verde?, na Galeria Dosmilvacas.arte, em Ponferrada (Avda. de Astorga, 7).
Visitem o seu blogue. Ganhem no mínimo um minuto de vida fazendo-o. Paga a pena.

?Carpeta Negra - Carpeta Verde? remite a um processo, a umha forma de trabalho, a umha ideia e um conceito. A toda umha capacidade, engenho e talento para ser capaz de recuperar, de reutilizar, de actualizar todo o realizado num momento de necessária catarse, segum comenta a própria autora.
Reutilizar significa tornar novamente útil. Reme Remédios emprega com utilidade umha obra nua, primitiva, honesta, resultado de messes de trabalho com elementos básicos, longe da preocupaçom polo resultado. Um trabalho estranho, afastado das convençons, alheio à procura dumha finalidade ou dum sentido concreto, arredado da disciplina, da teoria, da lógica.
A transformaçom desse trabalho provoca umha obra nova: desenhos e collages construidos, agora sim, da consciência, da procura, do esforço. Reconstruindo o anteriormente deconstruido. Objectos produzidos desde o conhecimento, a reflexom e a sinceridade. Reme Remédios emprega a sua capacidade, como artista, mas também como mulher, para descobrir, conhecer e compreender o significado do trabalho anterior, actualizando a mensagem que transmite, acrescentando novos significados à obra primigénia. ?Recuperar, renovar e transformar (...) Duplicar, recurtar, continuar?, di ela. Mudar, anovar, recriar, poderiamos dizer. E ainda: reformar, variar, renovar, modificar, reconstruir, rectificar, ... E mais: produzir e reproduzir, fundar, alimentar, ceivar, medrar, cultivar, imaginar... inventar. Cada acçom com o seu verbo, cada verbo com o seu significado.

O resultado é umha mulher espida, umha loba, umha nena, que se mostra na procura da sua identidade no meio dum universo cheio de terra, de flores, de feras carinhosas, de amáveis animais que acompanham o caminho, interior e exterior, dessa mulher salvagem, bravia, bárbara. Pequena. Essa mulher, forte e lene, que se mostra sem máscaras indo ao encontro de novas ferramentas para mirar com sossego o horizonte, sabendo que a memória é isso que nos falta quando queremos falar do que nom temos.

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