Joachim Hunold é um elegante, importante e galante executivo, mais isso nom evita que seja umha pessoa humana como todas as demais que andamos polo mundo adiante, e tenha os mesmos defectos e as mesmas virtudes que todos os demais.
Virtudes, em verdade, nom lhe conhecemos nengumha, mas o certo é que o conhecemos pouco. Mas sabendo que é Director-Executivo dumha grande empresa internacional, imaginamo-nos que também nom será umha pessoa preocupada polos problemas sociais, políticos, económicos, ecológicos e/ou que existem no mundo. Estará mais preocupado, pola conta de resultados da sua empresa, polas da competência, e todos os dias se levantará pensando em como fazer para, seja como for, conseguir que a sua empresa ganhe mais e mais dinheiro.
Nessas devia andar um dia o tal Joachim, sentado no seu gabinete, quando se lhe escapou um peido. Sim, um peido!
Um pum , peido, traque, bufa, triscada, vento, farpa, trovoada, bomba,...
Também nom é asunto tam escandaloso. A quem nom se lhe tem escapado, voluntaria ou involuntariamente, um peido, umha ventosidade emitida polo ánus, com o característico ruído que se produz na sua saída. Ainda que nisto do ruído, há muito que dizer, porque, e já entrando no terreo da peidologia, umha clasificaçom básica divide-os em base a duas variantes, a saber:
a) o ruido.
b) o cheiro.
Dentro do grupo a, teriamos, sucintamente:
a.1) os que fam ruido, que pode ser de diverso tipo: trompeteiro, de flauta, de tambor, repinicar, de gaita,...
a.2) os que nom fam ruido, ou é practicamente imperceptível.
E dentro do grupo b, teriamos:
b.1) os que cheiram; e os que cheiram sempre, sempre, sempre, cheiram mal.
b.2) os que nom cheiram, que tenhem a capacidade de passar desapercibidos.
Em todo caso, essa acumulaçom de gases no estómago, ou nos intestinos, que nem se sabe muito bem, e os maiores especialistas nom se ponhem de acordo neste tema de onde é que se produzem os peidos, sempre venhem acompanhados dumha posterior expulsom, evacuaçom, despejo.
É regra comum de bom comportamento na nossa sociedade, essa sociedade da que também fai parte o Joachim do nosso relato, nom realizar essas expulsons em público (polo ruido, polo cheiro), e a disimular quando tal cousa sucede, porque ainda que seja um fenómeno natural, inerente à nossa condiçom humana e animal, esses gasses, esse fluido aeriforme que se mantem no nosso interior a umha temperatura e pressom constante, oprimindo-nos e provocando malestar, e cujo volume sempre é o do espaço ou órgao que o contem, quer dizer, que sempre ocupa todo o espaço do nosso estómago ou dos nossos intestinos, e por isso esse malestar, e por isso essa agradável sensaçom ao ser expulsado,... Pois como digo, esses gases, esses arrotos, essas ventosidades ou flatulências, nom tenhem boa fama, nom som bem recebidas, em público.
Mas esse dia que tinhamos ao Joachim deste relato sentado no seu gabinete, pensando em ganhar mais e mais dinheiro, e depois de ter almorçado (porque, e este é um dado importante que se calhar tinhamos que ter aportado antes, o nosso protagonista é alemam, e os alemáns, já se sabe, tenhem um almorço potente, para afrontar o dia com energia, como corresponde a esse subgrupo humano denominado "executivos alemáns"), pois esse dia, que temos aí ao nosso Joachim no seu gabinete, bem comido e bem mantido, bem vestido e bem peiteado, pensando nas suas cousas, esse dia (poderia ter sido qualquer outro dia, mas foi esse), botou um peido.
Pareceu-lhe a ele, todo um executivo, que era mágoa que um peido, umha produçom intelectual desse calibre, que ele julgou importantíssima aportaçom à humanidade, se perdera sem que fora conhecido polo mundo inteiro, e entom, como director executivo que era, pensou, decidiu e executou.
E que foi o que fijo? Pois publicou o seu peido na revista da sua empresa, para que ficara constáncia eternamente do importante trabalho que realiza no seu gabinete. E este é o resultado.
Um peido, umha ventosidade, umha flatulência, que impregna todos e cada um dos lugares da sua empresa. Já sabes quando viajes com eles, a que cheiram os seus avions. Nom é nengum segredo: cheiram a peido, a peido ruidoso, flatulento e asqueroso.