09-07-2008

  08:13:19, por Lugris   , 1026 palavras  
Categorias: Estam tolos estes espanhois, Stop hipocrisia!

É necessária umha língua comum?

Já som vários os artigos e comentários críticos ao "Manifesto Paranhoico", dos intelectuais hispanho-espanholíssimos que tenhem aparecido pola rede.
Eu hoje, quero recolher este. Já tem algum tempo, e muita gente já o terá lido, mas nom está de mais recordá-lo, porque sigue conservando plenamente a vigência e aportando claridade.

Para quem nom tenha tempo, humor ou ganhas de fazer click na ligaçom, colo-o aqui.
Saúde, Língua e boa leitura.

É necessária umha língua oficial obrigatória?
Tirado de: www.primeiralinha.org
Biblioteca Marxista em Galego

V. I. Lenine
Publicado em "Proletárskaya Pravda", número 14, de 18 de Janeiro de 1914

Os liberais diferenciam-se dos reaccionários em que, quando menos, reconhecem à escola primária o direito de ensinar na língua materna. Mas coincidem por completo com os reaccionários em que deve haver umha língua oficial obrigatória.

O que é que significa a língua oficial obrigatória? Significa, na prática, que a língua dos russos, que constituem a minoria da populaçom da Rússia, é imposta a toda a restante populaçom do pais. O ensino da língua oficial deve ser obrigatória em cada escola. Todos os assuntos oficiais serám expedidos obrigatoriamente na língua oficial e nom no idioma da populaçom local.

Como justificam a necessidade dumha língua oficial obrigatória os partidos que a defendem?

Os "argumentos" dos ultrarreaccionários som, naturalmente, concissos: há que meter num punho todos os alógenos e nom os deixar se "indisciplinarem". A Rússia deve ser indivisível e todos os povos devem subordinar-se ao princípio russo, pois os russos fôrom, segundo eles, os construtores e unificadores da terra russa. Por isso, a língua da classe dominante deve ser a língua oficial obrigatória. Os senhores Purishkvich nom seriam inclusive contra a proibiçom em geral dos "dialectos de cans" em que fala quase 60% da populaçom nom russa da Rússia.

A posiçom dos liberais é muito mais "culta" e "subtil". Som partidários de que se permita em certos limites (por exemplo, na escola primária), a língua materna. Mas, ao mesmo tempo, defendem a obrigatoriedade da língua oficial. Isto, dim, é necessário em interesse da "cultura", em interesse da Rússia "umha" e "indivisível", etc.

"A organizaçom estatal é a afirmaçom da unidade cultural... Da cultura do Estado fai parte ineludivelmente a língua oficial. A organizaçom estatal baseia-se na unidade de poder, e a língua oficial é um instrumento dessa unidade. A língua oficial tem a mesma força coercitiva e obrigatória geral que todas as outras formas de sistema estatal...

"Se a Rússia esta predestinada a ser umha e indivisível, há que defender com firmeza a conveniência oficial da língua literária russa".

Tal é a filosofia típica do liberal no que di respeito à necessidade da língua oficial.

As palavras que citamos fôrom tomadas dum artigo do senhor S. Patrashkine, publicado no número 7 do periódico liberal Den. Por motivos plenamente compreensíveis, o ultrarreaccionário Nóvoe Vremia recompensou com um suculento beijo o autor de tais pensamentos. O senhor Patrashkine expom aqui "pensamentos completamente sensatos", declara o jornal de Ménshikhov (núm. 13588). Os ultrarreaccionários elogiam também constantemente o nacional-liberal Rússkaya Misl por semelhantes pensamentos sensatos. E como nom louvá-lo, se os liberais difundem com ajuda de argumentos "culturais" o que tanto agrada aos de Nóvoe Vremia.

A língua russa é grande e poderosa, dim-nos os liberais. Será possível, entom, que nom queiram vocês que conheçam esta língua grande e poderosa quantos vivem em qualquer confim da Rússia?. Será que nom vem que a língua russa enriquecerá a literatura dos povos alógenos, permitindo-lhes fazer seus os grandes valores culturais, etc.?

Todo isso é exacto, senhores liberais, respondemos-lhes. Sabemos melhor do que vocês que a língua de Turguénev, de tolstói, de Dobroliúbov e de Chernishevski é grande e poderosa. Queremos mais do que vocês que entre as classes oprimidas de todas as naçons sem distinçom que povoam a Russia se estabeleça a comunicaçom mais estreita e a unidade mais fraternal. E somos partidários, com certeza, de que cada habitante da Rússia tenha a possibilidade de aprender a grande língua russa.

Mas nom queremos umha cousa: o elemento de coerçom. Nom queremos que a gente seja levada ao paraíso a pancadas. Porque por muito belas que sejam as suas frases sobre a "cultura", a língua oficial obrigatória vai associada à coerçom, à implantaçom forçosa. Consideramos que a grande e poderosa língua russa nom necessita que ninguém deva estudá-la à força. Estamos convencidos de que o desenvolvimento do capitalismo na Rússia e, em geral, a marcha da vida social, conduzem à aproximaçom recíproca de todas as naçons. Centenas de milhares de pessoas deslocam-se dumha ponta da Rússia à outra, os povos mesclam-se, e o isolamento e a rotina nacionais devem desaparecer. Quem necessita, polas suas condiçons de vida e de trabalho, saber o russo, aprenderá-o sem necessidade do pau. A coerçom (o pau) só conduzirá a umha cousa: dificultará a penetraçom da grande e poderosa língua russa noutros grupos nacionais e, o que é o principal, acirrará a hostilidade, criará um milhom de novas fricçons, aumentará a irritaçom, a incompreensom mútua, etc.

Quem necessita isso? O povo russo, a democracia russa nom o necessitam. O povo russo nom reconhece nengumha opressom nacional, nem sequer "em interesse da cultura e da organizaçom estatal russas".

Daí os marxistas russos considerarmos preciso: que nom haja umha língua oficial obrigatória, que se assegure à populaçom escolas com ensino em todos os idiomas locais e que se inclua na Constituiçom umha lei fundamental declarando abolidos todos os privilégios dumha naçom, quaisquer que forem, e todas as infracçons dos direitos da minoria nacional...

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