Mais um ano (e vam dous consecutivos), nom poderei estar nas ruas de Compostela nem noite de hoje, nem manham.
Só podo enviar desde aqui saúdos a camaradas e companheiros/as, a aguardar que, novamente, as ruas da capital da nossa naçom escuitem os nossos berros de socialismo, independência e antipatriarcado.
25-J Dia da Pátria: Galiza é a nossa Naçom; obreira a nossa classe. Branco, azul e vermelho as cores da nossa bandeira
O Dia da Pátria de 2008 coincide com o terceiro aniversário do governo PSOE-BNG na Junta da Galiza. O balanço destes mais de 1.000 dias de gestom do bipartido é desolador. Nengumha das raquíticas promessas do acordo de governo foi aplicada. A política económica, sociolaboral, cultural, ambiental, identitária do tandem Tourinho-Quintana é simplesmente continuísta à da era Fraga.
As expectativas depositadas por amplos sectores sociais ficárom em simples águas de bacalhau. A mudança tranquila nom passou de umha mera palavra de ordem que só beneficia a corrupta casta burocrática e funcionarial que aplica a patir de Sam Caetano e das fundaçons privadas políticas neoliberais e regionalistas.
O governinho PSOE-BNG tem cumprido exclusivamente com os desejos e as necessidades dos donos deste país, satisfazendo Madrid e Bruxelas, as multinacionais e o grande Capital, supeditando-se obedientemente ao quadro constitucional e autonómico imposto polo franquismo. Três anos perdidos, pois, na construçom nacional da Galiza.
Mas este 25 de Julho também tem lugar numha conjuntura adversa e difícil para a imensa maioria social que conformamos a Naçom Galega. A grave crise económica do capitalismo está a golpear com força nas condiçons de trabalho e de vida da classe trabalhadora. O desemprego aumenta, os salários estám congelados, a precariedade laboral segue imparáveis tendências alcistas, a pobreza e a exclusom social cresce, a emigraçom é um fenómeno em alta, enquanto se incrementa a inflaçom e os preços dos alimentos de consumo básico, a electricidade, os combustíveis, as hipotecas nom deixam de subir.
Nem o governo espanhol nem o seu apêndice na Comunidade Autónoma adoptam medidas de choque tendentes a paliar os efeitos da crise sobre a maioria social, optando por manter políticas neoliberais que fam recair sobre a classe trabalhadora, basicamente sobre aqueles sectores mais fracos da mesma, -a juventude, pensionistas, mulheres e imigrantes, as suas funestas consequências. Mas, enquanto isto sucede, os bancos, as companhias seguradoras, as grandes empresas, o grande capital consegue aumentar a sua obscena taxa de ganho.
É necessário avançar na configuraçom de um amplo movimento social de protesto para fazer frente à insanciável voracidade da burguesia, para defender os nossos direitos laborais e as nossas condiçons de vida. A classe trabalhadora galega tem que responder com contundência e de forma maciça à crise que nos querem fazer pagar. Há que caminhar face umha greve geral.
As épocas de crise, de ausência de expectativas, de falta de horizontes, de desencanto e ansiedade, som as mais proclives para projectar colectivamente em causas alheias as frustraçons individuais. Enganam-se aqueles e aquelas compatriotas que, abraçando bandeiras foráneas, fundindo-se em alegria com as cores do fascismo e do imperialismo espanhol, coincidindo com os responsáveis pola sua frustraçom em celebraçons promovidas polo regime, vam encontrar o caminho para sair do buraco ao que nos condena Espanha e o Capital.
A luita é a única via para recuperarmos o nível de vida perdido, as condiçons de trabalho arrebatadas, o orgulho de sermos galeg@s, a alegria que nos roubárom. Isto na Galiza está representado pola nossa bandeira, a das cores branca, azul e vermelha.
A esquerda independentista e socialista galega articulada à volta de NÓS-UP apela para que o conjunto da classe trabalhadora da Galiza secunde a mobilizaçom pola Soberania Nacional que convoca a entidade autodeterminista Causa Galiza o 25 de Julho às 13.30 horas na Alameda de Compostela.
Que os ricos paguem a crise!
Contra o Estatuto e a Constituiçom, adiante a luita pola autodeterminaçom!
PP, PSOE, BNG a mesma merda é!
Viva Galiza livre, socialista e nom patriarcal!
Galiza, 25 de Julho de 2008