Já há vários dias que Fanny+Alexander comentarom no seu blogue que estavam a trabalhar num dos temas do seu próximo disco, que por agora leva o título de "Caixa de Alfaias". Falavam da colaboraçom de Carlos Valcárcel, Projecto Mourente, ponhendo vozes num tema feito a partir do meu poema "Artefacto Burbur". Também no blogue do Projecto Mourente apareceu um comentário sobre isto.
Fanny e Alexander, que já tenhem experiência, com óptimos resultados, nisto de musicar textos da nossa literatura mais recente, anunciam para este novo disco poemas de Xiana Arias, Mario Regueira, Pedro Lamas, Yolanda Castaño, Emma Couceiro, Tati Mancebo, Daniel Salgado Estibaliz Espinosa, Diego Ameixeiras (neste caso prosa), e meu.
O poema "Artefacto Burbur", foi escrito, sem mal nom lembro, no ano 95. Lembro, creo lembrar (ou quero lembrar), que estava na casa familiar, "estudando" Lingüística Románica I (4º de carreira), e escuitando a rádio. Em algum momento, em algum programa, pode que "Siglo 21", apareceu o tema dos Living Colour. A imaginaçom, as poucas ganhas de estudar, e a casualidade figerom o resto. Nom havia mais que juntar aquela árida matéria inóspita e inescrutável, com a música que emitia a radio.
A primeira vez que o recitei, foi num acto na velha faculdade de Filosofia de Compostela. Nem lembro muito bem o motivo do acto (pode que umha campanha de solidariedade e apoio aos insubmissos, pode que algum acto dos CAF), nem com quem compartilhei recital nesse dia. Sim lembro que foi poucos dias depois de escrever o poema, e que estava um pouco nervioso porque me parecia um texto extenso (eu nom escrevia textos tam longos entom), e que tal vez era complicado de seguir-lhe o fio.
A primeira vez que apareceu publicado foi na rede. No especial que para o Dia das Letras do ano 96, dedicado a Ferro Couselo, elaborara Vieiros. Nem lembro muito bem como foi a cousa, mas penso que alguem de Vieiros mo pedira. Depois, apareceu já em livro, no "Quem nos defende a nós dos idiotas?".
Tempo depois, quando Noélia e eu decidimos abrir um pub (legalmente, cafeteria), nom duvidamos em por-lhe esse nome, "Artefacto Burbur". Andivem estes dias remexendo gavetas por casa, mas nom dim atopado nem um só colante dos muitos que editaramos como propaganda do pub. Se alguém tem algum, agradeceria que me figera chegar umha cópia, mesmo que seja em formato jpg. O desenho fora realizado pola empresa compostela Signum Desenho, a partir dum cartaz de Rodchenko e umha primeira ideia nossa.
E, agora, quando eu convertira o Artefacto Burbur também em cartaz, como parte integrante da exposiçom "poesia para Ver/poesia para Ler", F+A convertem-no também em cançom. Para estar morto, António Udina sigue gozando entre nós de muito boa saude. Na nossa cultura, as referências ao António Udina como último falante de dálmata som avondosas, e aí temos como grande, e para mim melhor mostra, a obra de Raimundo Patiño "O home que falava vegliota".
Post-scriptum: comentarom-me há tempo que algum outro poeta galego falara de António Udina num poema. A pessoa que mo comentou pensava que tal vez Roman Raña. Mas a verdade é que eu nom dou com esse outro poema.
parabéns!
um dos meus poemas preferidos do mundo mundial!
;)
ola, igor, pois acabo de atopar o autocolante do artefacto burbur, que tivem num corcho desde aquela até hai uns meses. assi que envia-me um correo ao meu email com o teu endereço, que se me estropeou o escáner, e já cho mando polo aire.
saúde!
Muito obrigado, Séchu.
Envio um correio com o meu endereço terrenal.