18-11-2008

  07:58:20, por Lugris   , 266 palavras  
Categorias: Escrever nom é mau

Vim-te marchar três vezes da casa

Com esta
vim-te marchar três vezes da casa
dando um portazo
e prometendo nom voltar
nunca mais

A primeira vez
durou o tempo suficiente
para que eles pensaram que te precissavam
e sairam a chamar-te
a ti
que aguardavas fora a que te chamaram
ao descobrir que o frio
o frio real
nem era metafórico
nem romántico
nem atractivo

A segunda vez
durou o tempo suficiente
para que tu descubriras que precissavas voltar
e chamache à porta
repetidas vezes
porque sabias o agradável que era
sentir calor
mirando pola janela
mentras falavas
da neve
da chuva
e do frio

Esta é a terceira vez
A primeira vez que saiche
alegramo-nos muito
compartilhamos contigo o balbordo silenciado
e lamentamos a tua marcha
ainda que prometeras que dentro da casa
ias falar do exterior
da realidade do exterior
e da pertinência de ter presente a situaçom

A segunda vez que saiche
estavamos construindo algumha cousa
e contamos contigo
e seguimos guardando um lugar
para ti
depois de que voltaras à casa
prometendo-nos que as cousas
definitivamente
iam mudar
e todo aquel palavrório
da contextualizaçom dos conflitos
e as condiçons materiais

Hoje
quando te vejo sair
novamente da casa
prometendo nom voltar
nunca mais
só podo alegrar-me
por saber que dentro
as cousas som tam complicadas como fora

Nós só queremos botar-vos fora
E o conseguiremos
Nom para entrar nós
Só para que nom haja ninguem dentro
quando derrubemos a casa
essa maldita casa

A imagem tirei-na daqui. Mas podia ser qualquer outra. Nom é mais que umha metáfora. Ou nom.

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