De todas as imagens que publico hoje (e que me chegárom via correio electrónico), algumhas delas realmente duras e desagradáveis, esta que encabeça o texto é a que mais me impresiona. Há toda umha história nessas duas fotos. A mesma história, o mesmo relato. É o mesmo medo, o mesmo terror, a mesma certeza interior de que nada bom é o que lhe vai acontecer, a que se reflite na faze dos dous rapazes. O futuro de ambos rapazes, só culpaveis de ter nascido no lugar equivocado no momento menos oportuno, é, foi, o mesmo.
Os soldados, som também os mesmos: tenhem um outro uniforme, falam outra língua, os seus mandos som outros, mas som todos os mesmos. Estám igualmente convencidos, firmemente convencidos, de defender a razom, a orde, a legalidade. Por suposto, os militares dumha foto e da outra som desse tipo de pessoas que sempre dim preferir a orde à justiça.
As imagens que hoje publico, som todas elas História. Mesmo que fosem falsas, mesmo que fosem montagens, ou estivesem trucada, ou nom fosem do tempo que pensamos que som, mesmo assim, som História: porque reconhecemos como verdade o que nos contam, sabemos que som verdade. Fam-nos ver a História, essa que é tam fácil de repetir. É por isso que nom devemos esquecé-las. Nom devemos esquecer a História. Já sabemos que nom esquecé-la nom é suficiente para nom repeti-la: é o que nos tem ensinado o Estado terrorista de Israel em todas estas semanas. Mas esquecé-la, esquecer o que tem sucedido em Gaza, o que ainda está sucedendo, o que leva tantas décadas sucedendo na Palestina, convertirá-nos em indign@s de chamar-nos pessoas. Há culpáveis, há responsáveis, há colaboradores, há quem deixou fazer, quem permitiu, quem mirou para outro lado. E practicamente em todas as nossas vilas e aldeias, nas nossas cidades podemos atopá-los: todos os políticos que nom tenhem levantado a voz contra essa barbárie, contra o genocídio, contra o massacre cometido em Gaza. Os que ainda siguem a chamar a Israel de Estado democrático, e tratando às suas autoridades, ás suas instituiçons, ao seu exército, como democráticas, responsáveis e amigas. O PP e o PSOE, agora e antes, com Felipe, com Aznar e com Zapatero, tenhem colaborado com o massacre: tenhem negociado com Israel; permitirom, desculparom, procurarom motivos para o genocido; venderom e siguem a vender armamento; tratarom e siguem a tratar às organizaçons palestinas como terroristas e ao exército sionista como respeitável.
Há quem necessita que feitos como estes, que imagens como estas, se produzam perto para reagir, para comocionar-se. Perto geográficamente, mas nom só. A mim a distáncia ainda me resulta mais impresionante. Quêm tranquilizou a esse rapaz, a qualquer dos dous? Quêm lhe deu um beijo e lhe dijo que nom se passava nada, que já passara todo, que nom tinha que ter medo? Quêm? Nom podemos esquecer. Nom devemos esquecer.
Venho de participar na iniciativa Prémio DARDOS outorgando o mesmo a este blogue. Parabéns!