Da Fundaçom Artábria queremos pedir a tua ajuda para reclamar à Real Academia da Língua (RAG) que renda a merecida homenagem ao professor Ricardo Carvalho Calero, no vindouro ano 2010, quando se comemora o primeiro centenário do seu nascimento e o vigésimo da sua morte.
Para isso, pedimos-che que escrevas este correio ao seguinte endereço: presidencia@realacademiagalega.org
Também che rogamos que envies a todos os teus contactos esta informaçom, para espalharmos esta campanha entre todas e todos.
Nom demores a enviar o teu correio-e, a decisom da RAG é iminente!
Obrigad@s
Ricardo Carvalho Calero, nascido em Ferrol em 1910 e falecido em Compostela em 1990, traça com a sua trajectória vital um laço de uniom entre pessoas e acontecimentos que atravessa o século XX.
Em 2010 vam-se cumprir 20 anos da sua morte e 100 anos do seu nascimento. Números redondos que nos convidam, mais umha vez, a reclamar a homenagem da que este homem é merecente. Desde o ano 2000, a iniciativa da Fundaçom Artábria, diversas instituiçons e associaçons solicitam que se lhe dedique o Dia das Letras Galegas. Até hoje esta solicitude nom foi atendida, ainda que existam numerosas razons para este merecimento:
1. Pola sua extensa obra escrita em língua galega ao longo de toda a sua vida, desde os primeiros anos no seu Ferrol natal, até perto da sua morte em Compostela.
2. Pola variedade de géneros da sua obra: poesia, narrativa, investigaçom, teatro, ensaio, artigos jornalísticos...alcançando alta qualidade em cada um deles.
3. Porque a sua obra, seguindo a ideia dos mestres da Geraçom Nós, é pensada para preencher espaços vazios da cultura galega, como por exemplo a Gramática Elemental del Gallego Común ou a Historia da Literatura do Século XX, obras essenciais publicadas na seca absoluta do franquismo.
4. Porque na sua formaçom primeira em Ferrol, há pegadas de mestres importantes como Manuel Comelhas ou o socialista Jaime Quintanilla, escritores em língua galega, responsáveis em grande parte do interesse do neno e moço Carvalho pola cultura galega e do estímulo para publicar.
5. Porque este interesse segue nos tempos de estudante universitário, no trabalho que realiza no Seminário de Estudos Galegos, instituiçom criada para formar aos estudantes na realidade galega, da que nom se ocupava a universidade, e na que os mestres da Geraçom Nós (Castelao, Otero Pedraio, Risco, Cuevilhas...) participavam como mestres.
6. Polo seu compromisso político e social, participando de moço na Federaçom Universitaria Escolar (FUE) sindicato estudantil no marco da oposiçom à ditadura de Primo de Rivera. Compromisso que segue firme ao participar na criaçom do Partido Galeguista no ano 31 e fazer parte da elaboraçom do Estatuto de Autonomia para Galiza e, despois do golpe de estado do 36, que o surpreende em Madrid, pola súa incorporaçom como miliciano ao Exército Republicano, loitando em diferentes pontos do estado até que é prendido na Andaluzia.
7. Porque sofreu repressom, sendo julgado por ser oficial do exército republicano e ?separatista?, cumprindo condena no cárcere até que consegue a liberdade controlada, mais é depurado e nom se lhe permite dedicar-se ao ensino oficial.
8. Porque participa activamente na resistência cultural contra o franquismo: No colégio Fingoi de Lugo, onde trabalha ?clandestinamente?, já que nom pode figurar como director; realizando um importante labor pedagógico, galeguizador e coeducador, que ainda lembra o seu antigo alunado. Sendo cofundador da Editorial Galaxia e colaborador neste projecto. Publicando a 1ª obra narrativa em galego da posguerra, A Gente da Barreira, no ano 51.
e foi membro da Real Academia Galega, entrando o 17 de Maio de 1958 e proposto para a sua presidência no ano 77, cargo que ele nom aceita.
10. Porque nos anos 60 começa o labor como professor de universidade em Compostela, na matéria de Lingua e Literatura, chegando a ser o primeiro catedrático de Lingüística e Literatura Galega no ano 72, realizando um grande trabalho formador e investigador.
11. Porque fai parte da Comissom Lingüística da Junta Pré-Autonómica, que elabora umhas normas ortográficas para a língua galega.
12. Porque mantivo a sua postura de nom afastar a identidade do galego do seu tronco originário, defendendo a ortografia histórica do nosso idioma, ideia que já defendia o nacionalismo histórico, que só esperava condiçons favoráveis para a implantar.
13. Porque foi umha das figuras modelo à qual acudiu a nova geraçom de poetas dos 80, renovando com a corrente culturalista o panorama da poesia desta década.
14. Porque com a publicaçom do seu romance de transfundo histórico, Scórpio, em 1987, contribui para enriquecer a qualidade da literatura galega.
15. E, sobretodo, porque nom se vendeu e mantivo a postura que ele cria correcta, ainda que lhe valesse o esquecimento e o desprezo de sectores que lhe deviam reconhecimento polo labor de toda a vida.
mos continuar a acrescentar razons, mas cremos que com só umha destas já teríamos abondo para lhe dedicar umha homenagem das nossas letras. É evidente que apoiar esta proposta seria um acto de justiça histórica.
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A Fundaçom Artábria é um projecto popular em defesa da língua e cultura nacional, os valores solidários e os direitos históricos da Galiza. Entidade de carácter sociocultural sem ánimo de lucro que está declarada de Interesse Galego e classificada de interesse cultural, com o nº 54 no registo de fundaçons da Xunta de Galicia.
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