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O Apalpador andivo estes dias com muito trabalho. Por sorte para ele, nom tem que percorrer o mundo inteiro, só Galiza, que ainda que tu digas que é bem pequena, todas/os sabemos que Galiza é um mundo.
Nestas imagens, podemo-lo ver polas ruas de Compostela, mas há testemunhas, mesmo também fotos e outros vídeos, que mostram o seu passo polas ruas de Ponte Areais, Ferrol, Ourense...
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Senta na mesa e escreve
?Com este poema nom tomarás o poder? di
?Com estes versos nom farás a Revoluçom? di
?Nem com milheiros de versos farás a Revoluçom? di
E mais: eses versos nom lhe serviram para
Que peons mestres hacheros vivam melhor
Comam melhor ou ele próprio coma viva melhor
Nem para namorar umha serviram-lhe
Nom ganhará um cam com eles
Nom entrará no cinema de graça com eles
Nom lhe darám roupa por eles
Nom conseguirá tabaco ou vinho por eles
Nem papagaios nem cachecois nem barcos
Nem touros nem guardachuvas conseguirá por eles
Se por eles for a chuva molhará-lhe
Nom alcançará perdom ou graça por eles
?Com este poema nom tomarás o poder? di
?Com estes versos nom farás a Revoluçom? di
?Nem com milheiros de versos farás a Revoluçom? di
Senta na mesa e escreve
Estarei estes dia entre aqui e alá. Entre alá e acolá. Novamente para aló. É o que tenhem estes dias, estas entranhaveis datas, que diria o bourbom.
Esta casa estará, seguramente, desatendida. Mas, para passar os dias, vou deixar aqui esta foto. Será de há 33 ou 34 anos...!!!
O famoso trio musical "Os Lugrises", interpreta algumha das suas mais famosas peças, um dos seus grandes éxitos das festas de natal.
Canso-me
Nom é pronome inecesário
É que me canso
A mim próprio
A mim mesmo
Canso-me
Porém
continúo
na procura dum lugar
dum momento
dumha palavra
ou dumha pequena sensaçom
que me permita
por um segundo
descansar
Canso-me
por aguardar
por nom saber
por saber de mais
por nom querer seguir esperando
Canso-me
falando
ou guardando silêncio
escrevendo lendo vendo
ouvindo escuitando sentindo
Canso-me
com tanta indecissom
longe das madrugadas
e com tanta falta de equilíbrio
Canso-me
para saber-me
ainda com forças
para continuar
na procura da palavra
que me falta
para completar este poema
Se soubesse escrever
um poema como um blues
escreveria o blues do proletariado
Ou melhor ainda
da proletária
A mulher trabalhadora
que na fábrica
na cadeia de produçom
durante dez ou onze horas
sem se poder mover
e comendo
ás agachadas
umhas pequenas bolachas salgadas
que leva nos bolsos do fato azul
todos os días
repassa as melodias e as letras
que nas noites das sextas e o sábados
interpreta
com o seu grupo
num pequeno local de jazz
dumha cidade atlántica
cheia de metal força e esperança
Eu, de verdade e de coraçom, declaro-me estibalizista e espinosófilo. Convencido. Confeso. Compacto.
Um motivo poderia ser isto, isto, ou isto. Poderia ser também por isto, ou por aquilo. Por aquela festa. Por ter-nos dado comida quanto tinhamos fame, ou por seu umha criatura tam mecánica. Em fim, motivos, tenho para mim que exitem avondos para declarar-se estibalizista e espinosófilo. Estibalizófilo e espinosista. Estes que eu citei, e outros.
Para mim, já o digem aqui, este é um deles. Só com isso, eu já me faria da igreja onde ela fose chefa, se existir.
Por isso quero agasalhá-la com esta entrada no meu blogue. Porque já lho digem: a língua se defende bem dos idiotas, mas a nós, a nós, quem nos defende a nós dos idiotas.
Por muito que olho
pola janela
para a rua
ou para os caminhos
para toda essa gente
para toda essa realidade
que está ai fora
ou aqui dentro
nom vejo
nom consigo ver
qual é o lugar onde estou
o lugar onde estarei
Farei-me esta pregunta
Quê fazer?
também
quando esteja nisso que chamam
paro
desemprego
quando nom tenha trabalho
quer-se dizer
trabalho remunerado?
Olharei ao meu redor
e verei as mesmas ruas
as mesmas praças as mesmas casas?
Serám as pessoas que me arrodeem as mesmas?
Quando esteja nisso que chamam
paro
poderei escrever
um poema
este poema?
Tal vez um poema de amor?
Ou terei que passar os dias escrevendo
redigindo
como sortilégio
curriculuns que ninguém lerá
e que estarám cheios de menos verdades
de mais falsas realidades
que todo o que tenha escrito antes?
Terei que procurar tempo
para pensar neste pregunta
Quê fazer?
ou o próprio tempo será
quem tenha
a resposta?
Serám as barricadas mais grandes
as desgraças mais tristes
as rosas mais rosas?
Serám as perguntas menos retóricas
as dúvidas menos esenciais
a existência menos misteriosa?
Poderei sair à rua
como poeta
desempregado
a berrar bem forte
ou terei que cultivar a beleza
oculta
em metáforas incomprensíveis?
Quando esteja nisso que chamam
paro
os meus companheiros
e também as companheiras
estarám nas bibliotecas
ou nas assembleias?
Poderei cantar
a urgente necessidade de reagir
ou ainda seguirá soando forçada
artificial
pouco verosímil
a voz poética que fale nos meus versos?
Quê fazer entom com as metonímias
os palíndromos as alegorias?
Como empregar as hipérboles
os eufemismo a ironia?
Quê construir com os circunlóquios
os pleonasmos e as aliteraçons?
Quê fazer com o quê fazer?
Onte, o Diario de Leom, informava de que O Apalpador também caminha polo Bierzo. Este blogue pode oferecer em exclussivo umha imagem do Apalpador caminhando polas aldeias do Bierzo: aqui, podemo-lo ver em Val Boa, deixando-se fotografar diante da palhoça do centro da vila.
Com o desenho do Apalpador feita por Leandro, e publicitada pola Gentalha do Pichel, desenhei este calendário para o 2009, que, por suposto, podes copiar, imprimir, distribuir e enviar a quem consideres oportuno.