28-03-2008

  08:30:14, por Lugris   , 401 palavras  
Categorias: Escrever nom é mau, Músicas

O nascimento dum Artefacto (Burbur)

Navegando, naufragando e afogando na rede, na procura doutras cousas nas que agora ando, atopei... um video dos Living Colour cantando a famosa cançom de "Elvis is Dead", num espectáculo em Montreaux no 2004, ligada com um dos temas seus mais conhecidos "Cult of Personality".
Esse tema dos Living Colour é o que aparece citado no meu poema "Artefacto Burbur", escrito, se nom lembro mal, entre o ano 95/96 do já passádo século, e publicado no livro "Quem nos defende a nós dos idiotas?" (Letras de Cal, Compostela, 1996).

Nom me resisto, nem o intento, a colar aqui o vídeo, e aproveitar para revisitar o Artefacto.
António Udina está morto, está vivo!!!

[youtube]XrMl_9zxzqw[/youtube]

Artefacto Burbur

"Si seguimos utilizando el lenguaje en su clave corriente, con sus finalidades corrientes,
nos moriremos sin haber sabido el verdadero nombre del dia"
(Julio Cortázar)


António Udina está morto

e também está morto Elvis

dim os Living Colour

Elvis era branco

dim

e por isso gravaba muitos discos

Se for negro nom poderia

nom poderia nem ranhar na guitarra

António Udina nom era negro

mas desde logo nom falaba umha língua de brancos

Tal vez esteja entre nós o nosso António Udina particular

Ele quando era pequeno nom imaginaba que ia ser António Udina

e centos de miles de estudantes saberiam dele

e saberiam de memória a data da sua morte

Ele nom o sabia

E Elvis também nom

Mas Elvis era branco

E António Udina nom falava umha língua de brancos

Além disso falava vegliota

Elvis fazia rock porque vendia

António Udina falava vegliota mas ele nom o sabia

porque já em 1898 nom ficava ninguem que falara raguseo

Chamava-se António Udina mas também lhe chamavam Burbur

A Elvis chamavam-lhe El-Rei

The King em inglês que parece mais importante

mas Elvis era branco

e por isso podia ser El-Rei

António Udina só podia ser Burbur

Entre nós nunca haverá um Elvis

a nom ser que se faga branco e fale com a língua dos brancos

Mas todos somos António Udina

e nos chamam Burbur

Elvis era branco e por isso gravou muitos discos

António Udina nom era negro

mas a sua língua nom era de brancos

ainda que todos falamos dálmata algumha vez na nossa vida

3 comentários

Comentário de: hormiga [Visitante]  
hormiga

Moi bo, tanto o video como o poema.

28-03-2008 @ 15:57
Comentário de: reineta [Visitante]  
reineta

así que logo ti debes ser igor lugrís, non? mira que cando estabamos no bacharelato botamos tempo buscando cousas túas pero non dabas aparecido máis ca no libro ese que mentas. claro, dende aquela, choveu algo. encantada de saudarte!

16-04-2008 @ 13:07
Comentário de: Eduardo [Visitante]
Eduardo

Olá, Igor.
Andrea, a minha sobrinha, tem que fazer un trabalho para a clase de galego: escribir un conto.
Falei con ela da historia de Burbur, que eu conhecí por tu poema, e vai facer un conto sobre o derradeiro falante de galego num pobo do Berzo (Vilar de Corrais) e a similitude da sua historia coa de Antonio Udina.
Se podo envíote-la pra correxir-la.
Apertos.

01-12-2008 @ 21:24