Link: http://peganolivro.wordpress.com/
CONVIDAMOS-TE A ENTRAR NO SEU TERRITÓRIO:
Orixinalidade premeditada, máis ben forzada, para "épater le bourgeois". Surrealismo á carta. Modernidade forzada.
Se comparamos esta forma de escribir coas Artes Plásticas sería coma unha manda de obxectos, sen relación aparente entre si, ciscados nunha sala núa de calquera outro obxecto para así destacaren estes en por si. Xuntos alí por pura casualidade.
Guiños constantes ao mundo cultural do aquí e do agora: isto, evidentemente, non é malo.
A sensación que me queda é que, aínda recoñecendo que alguén o ten que facer primeiro, resulta que me parece que calquera o podería facer: está claro que o autor do libro adiantouse. O que quero dicir é que non ten ningunha dificultade, polo menos aparente, fiar uns capítulos con outros, se é que se poden chamar así.
Non sería un libro que eu recomendase, non me aporta nada.
Comentario: Lendo lendas.
No passado 25 de abril, TUGA-LUGO-LENDO juntou-se para "ler" pintura portuguesa da segunda metade do século XIX e primeira do XX. RAMIRO ÁLVAREZ leu-lhe este texto à Cecília do Henrique Pousão, conseguindo que ela desistisse da própria leitura e pousasse o olhar na malta ali congregada. Obrigados, Ramiro.
Liguei o computador, à procura de um quadro de autor português do século dezanove e, pronto, o meu olhar deu no olhar da menina que me mirava com essa tranquilidade sossegada, como se se me oferecesse para ajudar-me na tarefa.
O quadro, de Henrique Pousão (1859-1884) representa uma rapariga, vestida à napolitana, orando junto a um pilar da igreja de Santo António dos Portugueses.
O primeiro que me chamou a atenção foram as texturas da pintura: o mármore das paredes, a madeira da cadeira, o tecido das teias, e a simbologia da coluna sólida, firme e duradoura.
E o olhar da menina.
Procurei o nome do quadro. Esperava algo como ?menina orante? ou ?napolitana com vestido de festa?, por isso fiquei surpreendido com o nome: ?Cecília?. Não era uma simples pintura, a menina era alguém real.
Li a biografia do Henrique Pousão e soube da sua arte, da sua curta vida de vinte e cinco anos, das suas viagens à França e a Itália. Mas o que eu procurava era a ração daquele olhar tranquilo de Cecília, o porquê do nome personalizado do quadro, a relação de modelo e pintor.
Mas na Internet não havia explicações; apenas o quadro uma e outra vez; uma e outra vez o olhar tranquilo ao pé da coluna sólida, firme e duradoira. E decidi buscar na própria pintura, interrogar à Cecília por se ela me revelava qualquer coisa.
E olhei no olhar que me olhava.
E entrei na igreja de Santo António dos Portugueses um dia de festa. Uma igreja, sem dúvida, italiana. A menina lia no seu breviário, alheia ao rebuliço da gente, encostada na sua coluna sólida, firme e duradoira. O pintor achegou-se até ela e mirou-a desde todos os ângulos, estudando a sua face, a sua postura.
- Ó menina, olha para mim que quero fazer o teu retrato.
E a menina, surpreendida, levantou os olhos para o pintor que pegou na caneta e, rapidamente, começou a traçar riscas no papel.
O pintor trabalhava e a menina olhava o pintor trabalhar. O olhar de surpresa tornou-se olhar confiado, com uma pitada de picardia.
- Ó pintor, bem sei o que tu procuras que eu também tenho vinte e três anos e os teus mesmos desejos... Mas não sou menina de brincadeiras e o amor que te ofereço é como esta coluna, sólido, firme e duradoiro.
O pintor imortalizou a menina com os seus pincéis e a menina deu-lhe alma ao quadro com os seus sentimentos.
Henrique Pousão morreu em Portugal dois anos mais tarde, de vinte e cinco anos. Cecília ficou para sempre neste quadro vivo, no museu nacional de Soares dos Reis, no Porto, a olhar a quem a olhe para contar-lhe do seu amor sólido, firme e duradoiro...
Tuga-Lugo-Lendo foi criado em outubro do ano 2009, por iniciativa do departamento de português da EOI de Lugo. A maior parte dos membros dos clube são alunos e ex-alunos da escola, mas as portas estão abertas para qualquer pessoa que queira participar.
Lemos em português, quatro ou cinco livros por ano. Tentamos sempre que haja um equilíbrio entre a literatura portuguesa, brasileira e dos países africanos com o português como língua oficial. Também fazemos o possível para contar com a visita de, polo menos, um autor por ano.
No primeiro ano de andamento do nosso clube tivemos três reuniões, mas o número de sessões foi aumentando, a atualmente realizamos uma por mês.
Já fizemos as seguintes leituras:
1. Jesusalém (Mia Couto)
2. Contos do Barroso (José Dias Baptista)
3. O Alienista (Machado de Assis)
4. As sereias do Mindelo (Manuel Jorge Marmelo)
5. O Planalto e a Estepe (Pepetela)
6. Rio Homem (André Gago)
7. Capitães da Areia (Jorge Amado)
8. Contos Galegos (Paulo Soriano)
9. O Mandarim (Eça de Queirós)
10. A primeira Aldeia Global (Martin Page)
11. Antologia do Conto Brasileiro Contemporâneo (VVAA)
12. Quantas Madrugadas tem a noite / Bom dia, Camaradas / Os da minha rua / Avodezanove e o segredo do soviético / A bicicleta que tinhas bigodes (Ondjaki)
José Dias Baptista, Manuel Jorge Marmelo e André Gago estiveram na nossa escola. O clube deslocou-se até à Eira da Joana, na Ulhoa, para apresentar o livro Contos Galegos num ambiente inspirador para o género fantástico e dos contos de terror.
Como pelo nosso clube passaram muitas pessoas em momentos diferentes, é difícil fazer uma votação dos livros mais bem sucedidos. O Planalto e a Estepe e os Capitães da Areia foram porventura os mais consensuais: Apostas certas para clubes de leitura.
No 25 de abril deste ano (2012) dedicamos uma sessão à pintura portuguesa naturalista, modernista e de vanguarda. ?Lemos? quadros de Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros e Luís Pousão, entre outros.
O nosso contacto é lugolendo@gmail.com
Olá mamai !! já levo um mês aquí , no teu país natal, e estou encantada!
Antontem parece ser que houve uma ?ciclogénese explosiva?, mas aqui não explora nada, tens uma terra bem tranquilinha. Choveu muito, isso sim, mas bem me disseste que isso era natural aqui na Galiza.
Este mês fum de visita a Mugardos, a recolher as bases do concurso de escrita, envío-che uma foto e que não che dê morrinha.
Ontem, no clube Lendo lendas, tivemos a primeira juntança de narradores e foi um pequeno acto ideal, foi como ir ao teatro. O teatro de Xan Palomo ?eu guiso-o, eu como-o?. Levamos os quatro contos inventados e lemos en voz alta cadanseu relato mentres o resto escutava. Quatro histórias diferentes, quatro estilos diferentes, mas tudos bem feitucos. Já sei o que estas a pensar, minha mãe: ?essa modestia, filha ...?.
Agora estamos matinando de criar alguma obra colectiva, pode ser mesmo tipo Brockhoff:
http://en.wikipedia.org/wiki/Stefan_Brockhoff
e pouco máis, marcho a pensar na seguinte história
bikos da tua Mafalda
P.E: alegrei-me muito ao recebir a tua carta, sentim-me menos longe.