Seféris

Seféris

16-11-07

Γιώργος Σεφέρης [no alfabeto grego]
(Esmirna, 13 de Março de 1900 ? Atenas, 20 de Setembro de 1971)

"http://www.agal-gz.org/blogues/index.php/poetas?cat=559">Artur Alonso.- Giórgos Seféris dos principais poetas gregos do século XX, cujo nome verdadeiro era Georgios Stylianou Seferiades. Foi um dos escritores gregos a ganhar o premio Nobel. Trabalhou como ensaista e diplomata. Concentrou na sua obra o sentimento grego combinando temas do quotidiano com elementos clássicos.

E a pesar de tudo o anterior nasceu na Turquia, em Esmirna, cidade portuária do mar Egeu, que tivo umha enorme comunidade grega até ao século XIX. A sua família mudou-se a Atenas em 1914. Em 1918 estudou Direito na Universidade da Sorbona, em Paris. 1922 Esmirna foi tomada polos turcos após três anos de controle grego, e Seferis sentiu-se exilado.

«A Folha do Choupo»
Yorgos Seferis
Fonte: Poemas Escolhidos, Relógio d'água

Tremia tanto que o vento a levou
tremia tanto como não a levaria o vento
lá longe
um mar
lá longe
uma ilha ao sol
e as mãos apertando os remos
morrendo no momento em que o porto apareceu
e os olhos fechados
em anémonas do mar.

Tremia tanto tanto
procurei-a tanto tanto
na cisterna com os eucaliptos
na primavera e no verão
em todas as nuas florestas
meu deus procurei-a.

[Tradução de
Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis
]

«Helena»
Yorgos Seferis

«Os rouxinois nom te deixam dormir em Platres»

Esquivo rouxinol, na palpitaçom da folhagem,
tu que ofereces o orvalho musical da floresta
aos corpos separados e as almas
daqueles que sabem nom vam voltar.
Voz cega que facteias na memória anoitecida
passos e gestos -nom me atreveria a dizer beijos-
e a amargura encapelada da escrava em fúria.

«Os rouxinois nom te deixam dormir em Platres»

Que é Platres? Quem é que conhece esta ilha?
Vivi a minha vida ouvindo nomes nunca ouvidos antes:
novos sitios, novas loucuras dos homens
ou dos deuses;
é o meu destino que ondeia
entre a derradeira espada dum Ajax
e umha outra Salamina
que me trouxe aqui a este costa.

A lua
ergueu-se do mar como Afrodite;
cobriu as estrelas do Sagitário, agora vai encontrar
o coraçom do Escorpiom, e muda todas as cousas.
Onde está a verdade ?
Também eu era sagitário na guerra;
a minha sina, a de algum que nom acertou.

Rouxinol cantador,
numha noite como esta na beira mar de Proteu
as escravas de Esparta ouviram-te e soltaram o pranto
e entre elas ? quem o diria ? Helena !
Aquela que andámos a perseguir ao longo de anos junto ao Escaramandro
Estava alí, nos lábios do deserto; toquei-lhe, falou-me:
«Nom é verdade, nom é verdade», gritava.
«Nom entrei no barco de proa azul.
Nunca piseia a valerosa Tróia».

Com fundos panos atando-lhe os seios, o sol nos cabelos, e
essa estatura
sombras e sorrisos por toda ela
nos ombros nas coxas no joelhos;
pele viva, e os olhos
com grandes pálpebras
estava ali, na margem de um delta.

E em Tróia?
Nada em Tróia ? umha imagem.
Assim o quiseram os deuses.
E París, deitava-se com umha sombra como se fosse umha criatura
autêntica;
e andámos a massacrar-nos nós por Helena durante dez anos

Grande dor tinha caído sobre a Grécia.
Tantos corpos atirados
às fauces do mar às fauces da terra;
tantas almas
dadas como trigo às moas.
E os rios incham na lama o sangue
por umha ondulaçom de linho umha nuvem
um sobressalto de borboleta umha pena de cisne
por umha camisa variz, por umha Helena.
E o irmao ?
Rouxinol, rouxinol, rouxinol,
que é um deus? que é um nom deus?

«Os rouxinois nom te deixam dormir em Platres»

Pássaro lacrimoso
em Chipre, a beijada polo mar
designada para me lembrar a pátria,
acostei sozinho com esta lenda,
se é verdade ser isto umha lenda,
se é verdade que os humanos nom vam retomar
a antiga perfídia dos Deuses;
se é verdade
que um otro Teucro, anos depois,
o um Ajax, ou Príamo ou Hécuba
viu um Escamandro transbordar cadáveres,
nom têm por destino ouvir
mensageiros que vêm dizer-lhe
que tanta dor tanta vida
foram para o abismo
por umha camisa vazia por umha Helena.

Escrito ?s 00:50:51 nas castegorias: Poetas e Poesia, Grécia

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