AUTHOR: clube TITLE: Hans Magnus Ensenberger: «Para um Livro de Leituras Escolares» BASENAME: hans_magnus_ensenberger_lpara_um_livro_d DATE: Tue, 12 Feb 2008 08:54:14 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Alemanha CATEGORY: Poetas e Poesia TAGS: ----- BODY:



Magnus Enzensberger (11 de novembro, 1929 em Kaufbeuren) é poeta, ensaista, tradutor e editor alemão. É também escritor sob o pseudônimo de Andreas Thalmayr, Linda Quilt, Elisabeth Ambras e Serenus M. Brezengang
Entre 1965 e 1975 foi membro do Grupo 47. Em 1965 criou a revista «Kursbuch» e desde 1985 edita a série literária Die andere Bibliothek.

«Para um Livro de Leituras Escolares»
Hans Magnus Ensenberger


Poesia do século XX
(de thomas hardy a c.v. cattaneo)

Editorial Inova - 1978

não leias odes, meu filho, lê antes horários:
são mais exactos. desenrola as cartas marítimas
antes que seja tarde, toma cuidado, não cantes.
o dia vem vindo em que hão-de outra vez pregar as listas
nas portas e marcar a fogo no peito os que digam
não. aprende a passar despercebido, aprende mais do que eu:
a mudar de bairro, de bilhete de identidade, de cara.
treina-te nas pequenas traições, na mesquinha
fuga quotidiana, úteis as encíclicas
mas para acender o lume, e os manifestos
são bons para embrulhar a manteiga e o sal
dos indefesos, a cólera e a paciência são precisas
para assoprar-se nos pulmões do poder
o pó fino e mortal, moído por
aqueles que aprenderam muito

e são meticulosos por ti.

Tradução: Jorge de Sena.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: A Algibeira do Primeiro Ministro (EDWARD BOND) BASENAME: a_algibeira_do_primeiro_ministro_edward_ DATE: Tue, 12 Feb 2008 08:52:46 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Vários CATEGORY: Poesia do Clube CATEGORY: Poetas e Poesia TAGS: ----- BODY:

Edward Bond, Nascido em Gram Bretanha 18 de Julho de 1934

COMENTARIO:

desde sempre o poder tentou controlar e adormecer as sociedades, seu opio varia segundo o lugar, a cultura, o momento... hoje estamos a assistir ao adormecimento multimedia... e mentras nos adormecemos:

Quando vocês forçavam ao governo para se livrar das Bombas H
nom resolviam o problema.
Bombas H som dinossauros.
Qualquer governo ficaria satisfeito com livrar-se delas.
Enquanto celebram a vitória eles vam inventar um arma nuclear
tam pequena que caberá na algibeira do Primeiro-Ministro.
Ele vai tira-lá do bolso para mostrar aos netos enquanto cavalgam
no seu joelho direito durante o dia de Natal.
O vosso problema nom é como livrar-se das Bombas H
senom como mudar a sociedade.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Poetas Viv@s 2008 BASENAME: poetas_viv_s_2008 DATE: Mon, 28 Jan 2008 23:40:26 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Notícias na Hora CATEGORY: TAGS: ----- BODY:



Recitado espectáculo nos locais do Liceu de Ourense
(Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2008, 22h00 (GMT +1)

PGL ? O Clube dos Poetas Viv@s vai começar com muita força a sua actividade neste ano 2008, pois já tenhem agendado um grande recital ?poético, patriótico e musical? para esta quinta-feira, 31 de Janeiro, em Ourense. O evento decorrerá nos locais do Liceu a partir das 22h00 (GMT +1), e no mesmo participarám o pianista Peter Jensen Silva, a pintora Pepa Arias e @s poetas Concha Rousia, Ana Teixeira, José Manuel Barbosa, Artur Alonso e Nolim. A entrada é totalmente de graça.

----- COMMENT: AUTHOR: Club dos Poetas Vivos do Facebook- Portugal [Visitante] DATE: Wed, 14 Oct 2009 14:49:59 +0000 URL: http://www.facebook.com/group.php?gid=81141734317&ref=ts

Bem vinda ao Club dos Poetas Vivos de Portugal.
Um abraço
Otília Martel

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Henry Michaux: «Maldito» BASENAME: title_291 DATE: Sat, 24 Nov 2007 21:52:29 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: França CATEGORY: Poetas e Poesia TAGS: ----- BODY:

Tela: Detalhes da «Ribeira Negra» (1984)
Autor: Julio Resende

Artur Alonso.- Sem comentário... este poema do poeta, escritor e pintor belga Henry Michaux, delicia-se, lê-se por si só... as múltiplas leituras som as múltiplas portas das alma... por onde eu entrarei a ele?...

Escolha bem sua porta... algumas levam à sabedoria... algumas à relatividade... algumas à ofuscaçom... outras estam muito longe da calma... e em elas habita a dúvida.

«Maldito»
Henry Michaux

(Namur, 24 de Maio de 1899 - Paris, 18 de Outubro de 1984)

Dentro de seis meses ao mais tardar, ou se calhar amanhã, estarei cego. É a minha triste, triste vida que continua.

Os que me puseram no mundo ham de mas pagar, dizia eu comigo antigamente.,Até hoje ainda nom pagaram. Porém, eu agora tenho de me apartar dos meus dous olhos. A sua perda definitiva há de me livrar de atrozes sofrimentos, é tudo o que se pode dizer.

Depois é só o tempo de fazer inutilmente algumas experiências com nitrato de prata, e acaba-se como eles.

Há nove anos, a minha mae disse-me: «Preferia que nom tivesses nascido».

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Poetas Sufis BASENAME: poetas_sufis DATE: Sat, 24 Nov 2007 13:25:51 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Vários CATEGORY: Poetas e Poesia TAGS: ----- BODY:



Jalal ad-Din Muhammad Rumi e Ib´n Arabi
(Fonte: Poesia Sufi)

Artur Alonso.- A poesia sufi... aproxima-nos ao principio do ser, à essência primeira do homem como espírito... à procura da paz e harmonia no interior de cada ser...

Por isso os sufis som conscientes de que muitos som os caminhos... polos que se pode penetrar no mistério da vida, do ser, da humana presença.

«Conquista ao homem violento mediante o amor; conquista ao homem de má vontade mediante a vondade; conquista ao avaro mediante a generosidade; conquista ao falso mediante a verdade.»

Buda

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Jalal ad-Din Muhammad Rumi



1207 - 1273

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A poesía de Rumi também foi lida no Ocidente durante séculos e lá foram introduzidas referências a ele no trabalho de Ralph Waldo Emerson e Georg Wilhelm Friedrich Hegel e muitos outros eminentes escritores. Mas nos últimos anos a popularidade do seu trabalho tem aumentado numa medida surpreendente.

Rumi nasceu em 1207 na costa leste do Império Persa. Ele nasceu na cidade de Balkh (no que é hoje o Afeganistão), e finalmente resolveu viver na cidade de Konya, no que agora é a Turquia, onde também morreu. Viveu num período de agitação social e política notável. A sua era a época da cruzadas; também a área onde Rumi viveu estava sob constante ameaça de invasão Mongol. As grandes revoluções influenciaram-no durante toda a sua vida , e também influenciaram grande parte de sua poesia.

Na sua poesia Rumi freqüentemente usa imagens que podem ser inesperadas. Por exemplo, embora Islã proíbe álcool, muitas vezes ele descreve a sensação de estar "bêbado e intoxicados com o ecstasy para sua amada." Here bêbado implica o êxtase da consciência divina. Love
Contudo as suas palavras são inspiradoras e sinalizadoras do que aponta para o divino.

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«Masnavi»
Jalal ad-Din Muhammad Rumi

(Poeta Sufi, s. XIII)

Vem, vem, seja você que for,
não importa se você é um infiel, um idólatra,
ou um adorador do fogo,
Vem nossa irmandade nom é um lugar de desespero
Vem, mesmo tendo violado seu juramento cem vezes,
vem assim mesmo.

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Ibn Arabi

Múrcia, 1164 - Damasco, 1240.

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Místico, filósofo, poeta, viageiro e sábio muçulmano. Uma das figuras com mais influência na historia do misticismo e ciência islâmica, pelo qual chegou a ser conhecido pelo sobrenome de «Akbar» (O Grande)

Na sua doutrina o Deus é apresentando como um ente imaterial, a Unidade, da qual todos vimos e a qual todos tendemos. Refrescar a mente com seus poemas e regressar a essa unidade. A diversidade que parte dela. A tolerância, a vida com janelas abertas...

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«Aberto a todas as formas»
Ib'n Arabi

(Poeta Sufi, s. XII)

Meu coração está aberto a todas as formas:
é uma pastagem para as gazelas,
é um claustro para os monges cristãos,
um templo para os ídolos
a Caaba do peregrino,
as Tábuas da Torá,
e o livro do Alcorão

Professo a religião do amor,
e qualquer direção que avancem seus caminhos;
a direção do Amor
será minha religião e minha fé.

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----- COMMENT: AUTHOR: Francisco Silverio Adams [Visitante] DATE: Thu, 14 Aug 2008 22:58:10 +0000 URL:

O encanto se laca em cada palavra que sao a constituicao de cada poesia….parabens…..
Gostaria muito de poder adquirir o livro de Ruimi, o poeta sufista, trazido para o portugues…Nao consigo encontrar….seja ele usado…eu estou
a procura deste livro e das ideias de Rumi…..agradeco de coracao se assim for dado ao menos um sinal ou uma luz para onde posso encontrar….

----- COMMENT: AUTHOR: Aghda Urked [Visitante] DATE: Wed, 12 Dec 2007 22:17:15 +0000 URL:

Sou paraibana e aqui em meu estado não sei onde posso encontrar livros dos dois grandes poetas , Rumi e Ib’n Arabi. Caso saibam , gostaria de ser informada.
Obrigada, pela atenção
Aghda

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: «Hino»: Poema musicado por Servando Barreiro BASENAME: title_288 DATE: Sat, 17 Nov 2007 13:09:57 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Servando Barreiro CATEGORY: Poesia do Clube CATEGORY: Artur Alonso TAGS: ----- BODY:



Canhom do Sil
(Galiza)

Artur Alonso.- O hino foi uma composiçom que surgiu seu eu ter pensado como... a miúdo tenho reparado que ela nasceu do mais profundo do meu coraçom. Nela expressa-se a visom, creio que subconsciente, da minha forma de ver, sentir, pre-sentir este povo chamado Galiza.

Nasceu pois sem nome... e alguém disse um dia... talvez a melhor musica para o acompanhar fosse a dum hino. E assim foi, o amigo Servando musicou o poema que a seguir ofereço... desfrutai da leitura e da música.

«Hino»
Artur Alonso Novelhe
Inédito

Somos de vento.
Às vezes de chuva
e deliramos vágoas ardentes
enquanto o outono assobia "Outra Negra Sombra"

dizem
sermos filhos da brêtema
mas brêtema teima:
essência de sonhos
ainda por realizar

e por tanto filhos da nada

Às vezes descalços
alçamos escadas às nuvens
e contornamos travessias
onde a noite cadência estrelas
de prata acesas ao lume
para afáveis entabuar um diálogo com os Deuses

que nunca os foi propício
nem para viver acordados
nem para vingar experiência

assim que
arriscamos até à morte por um canto embelezar
e perdemos na ignorância
alívios de ferro contra um intuito amedrontado

que esvai no tempo
sombras dum falso porvir
ou escreve entre rochas
gotículas carregadas de faltas inseguranças
que

acreditam eles

foram de natural selvagem

como nossa alma
como vossa arrogância

Porque sofremos na diáspora
um silêncio de olhos viçado

assumem com certo rancor
sermos
por eles
filhos da chuva que esvaía

mas a chuva assegura:
foram de pedra
e por tanto carvalhos vigilantes

E tu que nunca quiseste compreender-
nos
Dizer-te-hemos:
somos agora donos duma aberta saudade
tenros como sanfonia
escravos de importadas paisagens

e ruços como a beleza
no cumio do monte a granito encravada

De saudades pois
mas a saudade acha:
vivemos oprimidos às velhas anhoranças
e por conseguinte netos de antigos
                           eternos presságios

que agrandam ouvindo
esquecem dançando
e aprendem a realizar
cabeça em soalho
a funçom de procriarem-se
              no mito da honestidade

De orvalho na rosa
de rosas na auga...
contra umha eterna e aflita
doente e sumida esperança...

... por nós próprios desenhada.

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«Hino» - Versão musicada por Servando Barreiro

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[Letra e Música]

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[Letra e Música | 4.4 MB]

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[Só Música]

=> Descarregar Ficheiro MP3
[Só Música | 4.4 MB]

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----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Quem é Servando Barreiro? BASENAME: quem_e_servando_barreiro DATE: Sat, 17 Nov 2007 13:04:49 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Servando Barreiro CATEGORY: Poesia do Clube TAGS: ----- BODY:



Servando Barreiro
(1963, Vigo)

Clube d@s Poetas Viv@s.- Músico com alma de poeta. Começa os seus estudos musicais com a guitarra clássica da mão do que fora presidente da Agrupaçom Guitarrística Galega (A.G.G.) António Uxio Malho, e mais tarde de aperfeiçoamento de dito instrumento com o grande concertista: David Russel. Paralelamente realiza estudos de linguagem e harmonia musical.

Com a base que lhe da esta formação clássica e devido ao seu crescente interesse pola música tradicional e folclore da Galiza, começa a fazer arranjos de temas tradicionais, bem como composições próprias e de outros autores que ele mesmo interpreta. Fruto de este trabalho foi o prémio conseguido no IV Festival Galego da Canção, no que resultou ganhador, e a gravação de um CD compartilhado com os demais finalistas.

Durante este tempo ministra aulas de música em diferentes escolas e centros culturais, ademais de realizar todo tipo de concertos tanto na Galiza como no estrangeiro: concertos didácticos, como cantor-autor, de música tradicional... Além de ter uma atitude de compromisso activo com o folclore do seu país, impulsionando vários projectos de animação cultural.

Assim mesmo dirige ou funda vários tipos de formações musicais. Junto com uma delas, o grupo Retrincos de Valadares grava o CD «O Som da Sega» em Edições do Cúmio, e mais recentemente um disco constituído basicamente por temas tradicionais para dançar no que o acordeão têm um especial destaque: A Dança do Lume , com o grupo Contradança em Chorima Edições.

Actualmente segue a sua actividade tanto como cantor-autor, como com o grupo Contradança, com o qual editou o seu último trabalho «Som Voltas». Em ambas as formações ademais da própria música a interpretar, busca sempre uma participação directa do público nos seus concertos mediante o canto e a dança. Também esta a preparar o que será o seu próximo trabalho discográfico.

+ Servando Barreiro: «até hoje havia umha sede de conhecimento das nossas raízes musicais; mas agora está-se a experimentar mais e a procurar novas sonoridades e um novo discurso poético», no PGL.

+ Músicas para a Escola, no blogue Altera Galiza.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Artur Alonso: «A 2» BASENAME: title_287 DATE: Fri, 16 Nov 2007 00:39:40 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Artur Alonso CATEGORY: Poesia do Clube TAGS: ----- BODY:



«Outono» [óleo]
(Tela de Peter Jensen)

«Antes de estudar o Zen, as montanhas são montanhas e as águas são águas; após uma primeira noção sobre a verdade do Zen, as montanhas já não apenas montanhas e as águas já não são apenas águas; mas, quando se atinge o conhecimento, as montanhas voltam a ser montanhas e as águas voltam a ser águas.» (Seigen)

«O homem perfeito usa a sua mente como um espelho. Ela nada aprisiona e nada recusa. Recebe mas não conserva.» (Soshi)

Este caminho
Ninguém já o percorre,
Salvo o crepúsculo.

De que árvore florida
Chega? Não sei.
Mas é seu perfume.


Bashô Matsuo (1644?1694)

«A2»
Artur Alonso
(Ourense, 2004)


aprendi
                        roubar-te
perfumar misérias
contra teu peito:
                        coxas abertas

para esconder,
                        amor,
a morte.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Seféris BASENAME: seferis DATE: Thu, 15 Nov 2007 23:50:51 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Grécia CATEGORY: Poetas e Poesia TAGS: ----- BODY:

Γιώργος Σεφέρης [no alfabeto grego]
(Esmirna, 13 de Março de 1900 ? Atenas, 20 de Setembro de 1971)

Artur Alonso.- Giórgos Seféris dos principais poetas gregos do século XX, cujo nome verdadeiro era Georgios Stylianou Seferiades. Foi um dos escritores gregos a ganhar o premio Nobel. Trabalhou como ensaista e diplomata. Concentrou na sua obra o sentimento grego combinando temas do quotidiano com elementos clássicos.

E a pesar de tudo o anterior nasceu na Turquia, em Esmirna, cidade portuária do mar Egeu, que tivo umha enorme comunidade grega até ao século XIX. A sua família mudou-se a Atenas em 1914. Em 1918 estudou Direito na Universidade da Sorbona, em Paris. 1922 Esmirna foi tomada polos turcos após três anos de controle grego, e Seferis sentiu-se exilado.

«A Folha do Choupo»
Yorgos Seferis
Fonte: Poemas Escolhidos, Relógio d'água

Tremia tanto que o vento a levou
tremia tanto como não a levaria o vento
lá longe
um mar
lá longe
uma ilha ao sol
e as mãos apertando os remos
morrendo no momento em que o porto apareceu
e os olhos fechados
em anémonas do mar.

Tremia tanto tanto
procurei-a tanto tanto
na cisterna com os eucaliptos
na primavera e no verão
em todas as nuas florestas
meu deus procurei-a.

[Tradução de
Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis
]

«Helena»
Yorgos Seferis

«Os rouxinois nom te deixam dormir em Platres»

Esquivo rouxinol, na palpitaçom da folhagem,
tu que ofereces o orvalho musical da floresta
aos corpos separados e as almas
daqueles que sabem nom vam voltar.
Voz cega que facteias na memória anoitecida
passos e gestos -nom me atreveria a dizer beijos-
e a amargura encapelada da escrava em fúria.

«Os rouxinois nom te deixam dormir em Platres»

Que é Platres? Quem é que conhece esta ilha?
Vivi a minha vida ouvindo nomes nunca ouvidos antes:
novos sitios, novas loucuras dos homens
ou dos deuses;
é o meu destino que ondeia
entre a derradeira espada dum Ajax
e umha outra Salamina
que me trouxe aqui a este costa.

A lua
ergueu-se do mar como Afrodite;
cobriu as estrelas do Sagitário, agora vai encontrar
o coraçom do Escorpiom, e muda todas as cousas.
Onde está a verdade ?
Também eu era sagitário na guerra;
a minha sina, a de algum que nom acertou.

Rouxinol cantador,
numha noite como esta na beira mar de Proteu
as escravas de Esparta ouviram-te e soltaram o pranto
e entre elas ? quem o diria ? Helena !
Aquela que andámos a perseguir ao longo de anos junto ao Escaramandro
Estava alí, nos lábios do deserto; toquei-lhe, falou-me:
«Nom é verdade, nom é verdade», gritava.
«Nom entrei no barco de proa azul.
Nunca piseia a valerosa Tróia».

Com fundos panos atando-lhe os seios, o sol nos cabelos, e
essa estatura
sombras e sorrisos por toda ela
nos ombros nas coxas no joelhos;
pele viva, e os olhos
com grandes pálpebras
estava ali, na margem de um delta.

E em Tróia?
Nada em Tróia ? umha imagem.
Assim o quiseram os deuses.
E París, deitava-se com umha sombra como se fosse umha criatura
autêntica;
e andámos a massacrar-nos nós por Helena durante dez anos

Grande dor tinha caído sobre a Grécia.
Tantos corpos atirados
às fauces do mar às fauces da terra;
tantas almas
dadas como trigo às moas.
E os rios incham na lama o sangue
por umha ondulaçom de linho umha nuvem
um sobressalto de borboleta umha pena de cisne
por umha camisa variz, por umha Helena.
E o irmao ?
Rouxinol, rouxinol, rouxinol,
que é um deus? que é um nom deus?

«Os rouxinois nom te deixam dormir em Platres»

Pássaro lacrimoso
em Chipre, a beijada polo mar
designada para me lembrar a pátria,
acostei sozinho com esta lenda,
se é verdade ser isto umha lenda,
se é verdade que os humanos nom vam retomar
a antiga perfídia dos Deuses;
se é verdade
que um otro Teucro, anos depois,
o um Ajax, ou Príamo ou Hécuba
viu um Escamandro transbordar cadáveres,
nom têm por destino ouvir
mensageiros que vêm dizer-lhe
que tanta dor tanta vida
foram para o abismo
por umha camisa vazia por umha Helena.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Kaváfis BASENAME: title_283 DATE: Mon, 12 Nov 2007 18:26:45 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Grécia CATEGORY: Poetas e Poesia TAGS: ----- BODY:

Konstantinos Kavafis

Κωνσταντίνος Πέτρου Καβάφης [no alfabeto grego]
(Alexandria, 29 de abril de 1863 ? Alexandria, 29 de abril de 1933)

Artur Alonso.- Konstantinos Kaváfis, nasceu em 29 de abril de 1863 na cidade de Alexandria, onde morrerá também em 29 de abril de 1933. Era de familia grega radicada no Egipto. Homem desconcertante é um dos mais grandes e fascinantes poetas gregos da modernidade.

O mundo que Kavafis apresenta é decadente, embora nom o faga à moda da poesia europeia da época. Inspira-se no mundo pagão-cristão que morre na Alexandria, intercedendo com a suas emoções pessoais. A homosexualidade e a saudade figuram entre os seus poemas.

«Fui»
Konstandinos Kaváfis
(1913)

Não me manietei. Dei-me totalmente e fui.
Aos deleites, que metade reais,
metade volteantes dentro da minha cabeça estavam,
fui para dentro da noite iluminada.
E bebi dos vinhos fortes, tal
como bebem os denodados do prazer.

[Tradução de
Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis
]

«Ítaca»
Konstandinos Kaváfis
(1911)

Quando começares a tua viagem para Ítaca,
reza para que o caminho seja longo,
cheio de aventura e de conhecimento.
Não temas monstros como os Ciclopes ou o zangado Poseidon:
Nunca os encontrarás no teu caminho
enquanto mantiveres o teu espírito elevado,
enquanto uma rara excitação agitar o teu espírito e o teu corpo.
Nunca encontrarás os Ciclopes ou outros monstros
a não ser que os tragas contigo dentro da tua alma,
a não ser que a tua alma os crie em frente a ti.

Deseja que o caminho seja bem longo
para que haja muitas manhãs de verão em que,
com quanto prazer, com tanta alegria,
entres em portos que vês pela primeira vez;

Para que possas parar em postos de comércio fenícios
para comprar coisas finas, madrepérola, coral e âmbar,
e perfumes sensuais de todos os tipos -
tantos quantos puderes encontrar;
e para que possas visitar muitas cidades egípcias
e aprender e continuar sempre a aprender com os seus escolares.

Tem sempre Ítaca na tua mente.
Chegar lá é o teu destino.
Mas não te apresses absolutamente nada na tua viagem.
Será melhor que ela dure muitos anos
para que sejas velho quando chegares à ilha,
rico com tudo o que encontraste no caminho,
sem esperares que Ítaca te traga riquezas.

Ítaca deu-te a tua bela viagem.
Sem ela não terias sequer partido.
Não tem mais nada a dar-te.

E, sábio como te terás tornado,
tão cheio de sabedoria e experiência,
já terás percebido, à chegada, o que significa uma Ítaca.

[Tradução Jorge de Sena]

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: «Companheira» BASENAME: lcompanheirar DATE: Sat, 10 Nov 2007 17:08:05 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Artur Alonso CATEGORY: Poesia do Clube TAGS: ----- BODY:



«Nu na Banheira»
(Autor: Pierre Bonnard)

Artur Alonso.- Se nom fosse por ti talvez nom houvesse conhecido esta alegria, e aquela tristeza, e aquele desengano... mesmo as muitas horas lutado por um algo, inventado simplesmente por nós... se nom fosse por ti a palavra magia teria um outro significado.

depois da paixom o que resta é amor... o quotidiano... parece muito pouco apaixonante... e porém é.

«Companheira»
Artur Alonso Novelhe
Inédito, 2007


Procurei teu nome
            no horizonte
Ainda cantava
o primeiro raio da vida

Como pomba
            instalou-se a luz
Penteou com assombro
o penúltimo assobio
antes da noite falecer

Procurei nascer
do teu ventre aumentar
numa longínqua viagem

E dei
            em te levar
E dei
            em ensonhar-te

como se ainda estivesses
a meu lado
beijando-me a fronte

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Harold Alvarado Tenorio: «Um moço no meio do século» BASENAME: poetas_classicos_poema_um_moco_no_meio_d DATE: Sat, 10 Nov 2007 12:18:49 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Colômbia CATEGORY: Poetas e Poesia TAGS: ----- BODY:



Tela: «Genoma Humano»
(Autor: Carlos Meinardi)

Artur Alonso.- Ao meu modo de ver Harold Alvarado Tenorio é um dos maiores poetas vivos em língua castelhana... Ao meu modo de ver a literatura colombiana tem contribuído ao mundo três figuras de uma grande relevância... que cada um ao seu modo tem revolucionado em certo sentido a própria literatura Hispano americana.

Em preceitos de um quarentão Harold Alvarado Tenorio desnuda o homem, e as suas irrealidades, as falsas certezas... o convencimento cínico como auto-desculpa, e atira-nos o poema em cima, para que nos vejamos no espelho, para que assentemos os pés, ou bem pelo contráio para que caminhemos decididos aceitando as consequências. Em uma palavra, para que nom nos levemos a engano... e fá-lo a partir do interior do próprio ser, onde nom há refúgio para falsa especulaçom...

Desfrutemos deste poema... e sintamos dentro nossa a ferida própria dos nossos medos primários... firamo-nos com o poema... e depois saiamos fortalecidos aceitando afinal a nossa decisom... a frente, ou recuando. Que vida queres viver?

Ou talvez os quarenta sejam a melhor desculpa... para deixares a luta às novas gerações.

«Um moço no meio do século»
Harold Alvarado Tenório (Colômbia)
Site Web


Deverias,
Deverias ? a ti repetes ?
Voltar aos dias de tua infância.
Talvez aqueles
Onde caíam os cachorros
Buscando a morte
E tua jovem tia solteira trazia os recém-nascidos
Numa canastra de compras.
Tua infância não volta da pronto à memória.
Há etapas.
Que não querem emprender o caminho do regresso
Nelas estão teu cão envelhecido,
Tua galinha de três anos
E a sombrinha que a negra Elisa te deu
Aos sete.
Não há paisagens, apenas a vazia terra do adobe.
Vagos são teus anos e também o crescimento do corpo
Ou o nascimento destes desejos que te atacam.
Deverias ? a ti mesmo repetes ?
Voltar ao perfume de tua mestra.
Mas, que importa isso agora?

[Tradução de Domingos Carvalho da Silva]

----- COMMENT: AUTHOR: Francione Carpes [Visitante] DATE: Wed, 02 Jan 2008 18:16:35 +0000 URL:

Notavel a poesia de Arthur Alonso.Possui uma vitalidade tão intensa quanto a obra escolhida para o seu trabalho, Genoma Humano.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Douglas Mondo: «Ártico» BASENAME: poetas_classicos_poema_artico DATE: Sat, 10 Nov 2007 04:42:47 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Brasil CATEGORY: Poetas e Poesia TAGS: ----- BODY:



Tela para reflectir: «Soliloquy VI»
(Autor: Sam Taylor, 1999)

Artur Alonso.- Às vezes afogamos nessas pequenas teimas, das quais às vezes também forma parte uma vida burguesa, ou acomodada. Nom aceitar a realidade tal como é leva-nos a desfocá-la... Nom aceitar que morte e vida som princípio e começo... que a morte e a vida fazem parte do jogo pleno de viver, leva-nos às vezes a inventar becos sem saída... nos quais tal vez a apatia, a falta de estimulo... e o medo, o grande medo, nom nos deixem mexer livres, como quiséssemos... às vezes nom sabemos o caminho para a libertaçom... em todo caso nunca morrer presos dos nossos pequenos prantos.

«Ártico»
Douglas Mondo (Brasil)
...Douglas Mondo...


O urso polar olha o mar branco
e não desanima
O gelo não reflete a ausência
da presa
Apenas a camada que a esconde

O urso sabe que a foca sairá
para respirar
A foca sabe que ao sair
Poderá morrer

Mesmo assim a foca respira
Mesmo assim o urso se alimenta

Ora você é urso
Ora você é foca
E o mar gelado é branco

A vida é seu mar gelado
Não morra preso em
seu pequeno pranto.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Magusto com poesia BASENAME: magusto_com_poesia DATE: Thu, 08 Nov 2007 19:48:05 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Notícias na Hora CATEGORY: TAGS: ----- BODY:

Na Área Recriativa de Parada de Pinhor
(Castanha apanhada do blogue As 3 borboletas. Autora: Vero)

Clube d@s Poetas Viv@s.- Car@ amig@, vamos celebrar um grande magusto com musica e poesia o vindouro sábado, dia 10 de Novembro, em Parada de Pinhor, na sua área recriativa. Gostávamos de contar com a presença de tod@, por isso é preciso confirmardes assistência para já.

Faremos um magusto para toda a família e a um preço muito económico (5 euros por pessoa ou 10 por família, para os meninos e meninas virem de graça). É só trazerdes a maiores castanhas e petiscos para compartilhar... Sairemos de Ourense as 12 horas (GMT +1).

Confirmai assistência ligando para o Artur ou escrevendo para o co-e novelhe[arroba]gmail[ponto]com.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Clube d@s Poetas Viv@s: Alta Qualidade! BASENAME: clube_d_s_poetas_viv_s_alta_qualidade_1 DATE: Wed, 07 Nov 2007 21:03:11 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Crônicas Multimédia CATEGORY: Notícias na Hora TAGS: ----- BODY:



Perto de 30 amig@s acompanharam o encontro no «Pata Negra»
(Ourense, 27 de Outubro de 2007)

Clube d@s Poetas Viv@s.- Durante o passado mês de Outubro de 2007 realizamos mais dois novos recitais em Ourense, o primeiro na Cafetaria Dali e o segundo, um grande encontro no restaurante «Pata Negra». Mais uma vez o Portal Galego da Língua anunciou ambos, reproduzindo no primeiro caso um comunicado no qual batemos o ponto na primazia do humanismo sobre o mercantilismo actual. Ainda, o blogue Altera Galiza publicou uma alargada crónica multimédia a respeito do encontro no «Pata Negra».

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Comunicado Portal Galego da Língua
(04 de Outubro de 2007)

O Clube dos poetas vivos é um espaço interactivo de musica, poesia e pintura... Nasce como um espaço de liberdade, com a necessidade de dinificaçom da língua e a cultura galegas.

Impulsando um ambito galego amplo e internacional, projectando o galego em todas as suas vertentes. Dando primazia ao humano sobre o mercantil, ao dialogo sobre a impossiçom, a ideia como forma de apertura mental.

Luta pela libertaçom do ser humano, pela recuperaçom da sua identidade própria... É uma gotícula de agua fresca neste imenso mar de consumo e modelos estabelecidos.

Um pequeno orvalho que junto a outros aromas frescos tenta mudar e dinaminaçar uma sociedade hipnotizada pelo poder do mercado. E em essa luta tod@s somos imprescindíveis.

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Foto-reportagem - Cafetaria Dali

Panorâmica com o Servardo, o Artur, a Belém e o Zé Manel

Servando na guitarra e Belém recitando

Servando Barreiro

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Poesia para construirmos uma Altera Galiza
(Por Vítor M. Lourenço Peres)

Em passado sábado, 27 de Outubro de 2007, assisti em Ourense ao um encontro poético-musical convidado pelos amig@s do Clube d@s Poetas Viv@s. Num bom ambiente -a sala de refeição do restaurante no qual estivemos a cear e desfrutar do evento estava quase lotada, o Artur Alonso, o José Alberte Corral, a Belém de Andrade, o José Manuel Barbosa e o Carlos Rafael, acompanhados musicalmente pelo Armando Ouxea, ofereceram conversa da boa e poesia da libertadora.

Foi grato mesmo. Este Clube sonhador tem conseguido que, junto com outras iniciativas, de uns anos para cá olhe a poesia e @s seus/suas autore/as de uma outra maneira. Se tiverem oportunidade, não hesitem em assistir às diversas recitações que dão pela Galiza toda -e nem só. Poderão fazer ressurgir uma Altera Galiza esquecida nos pensamentos.

Para fazer boca, dependuro aqui uma breve foto-reportagem do evento, bem como dois dos poemas dos grandes Luís Seoane e Antón Avilés, duas grandes peças líricas que no último ano me enviou o amigo Ernesto Vázquez Souza, referindo dois projectos nos quais estava/estive envolvido, o PGL e a Esmorga, e que eu ousei mesmo mal-recitar nessa noite.

Ainda, se o pessoal quiser desfrutar mais, pode fazer visionamento do vídeo gravado por mim na Esmorga, em ocasião da apresentação nesse local do Clube d@s Poetas Viv@s. Gravei também este, o som não dá para acompanhar do melhor mas também coloco. Em vídeo, alguma das peças da Concha Rousia logo poderão ser colocadas no YouTube.

Por sinal, o restaurante ourensano em que estivemos leva o nome espanhol de Pata Negra, isto é, Alta Qualidade!

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Áudio recitação poético-musical no «Pata Negra»

=> Descarregar Ficheiro MP3
[Duração da gravação 1 h 42 min | 98.1 MB]

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Foto-reportagem - «Pata Negra»

Armando Ouxea

José Alberte Corral

Belém de Andrade

José Manuel Barbosa

Concha Rousia e, ao seu lado, José Paz

Artur Alonso

Carlos Rafael

«O Rodavalho»

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«O Pasado»
Luís Seoane
As cicatrices - 1959

Quenes quer o esquecemento,
afogar os recordos,
que tamén nos esquezan.

Tampouco acorden o noso nome,
esto ou aquelo,
unha anédota calquera,
a lembranza da amistade,
o berro común do pasado.

Guinden noso nome
á preta cova dos mortos
que eles queren olvidar.

Boten noso apelido
sílaba a aílaba,
letra por letra,
tras a cerca do caveiro común.

Alancen entre isas cinzas
a bandeira que un día erguemos xuntos,
as pantasmas de aqueles mortos

que esquecéndoos voltan a matar.
De calquer xeito,
aínda así,
tampouco podrán esquecer esta segunda morte.

Alguén, sen arrepiarse,
coidadoso de honrar ós mortos,
non sabemos quen,
con seguranza aínda non nacido,
fará memoria.

Herdará no seu sangue o recordo
e oferecerá
nos petos das ánimas
un novo amor á libertade.

Nos acordaremos sempre,
aínda desde a fosa,
no caveiro,
en Santa compaña pol-os camiños,
despois de moitas vegadas mortos.

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«Fusquenlla»
Antón Avilés
Última fuxida a Harar - 1992

HAI que romper, romper, romper:
O ciclo era perfeito, da cantiga de amor,
de Compostela, á gran revolta camponesa.

Hai que romper os púlpitos, as torres de homenaxe,
os parapetos, as almeas, romper as saeteiras,
hai que romper os fosos, hai que romper o escuro
e abrir as portas.

Foi colleita de cedo
que non dou froito no Renacimento.

Mais estaba a carraxe aniñada nas pedras,
bruaba a ira nas eixadas, oulaba nas gorxas
un aturuxo unánime e flameaba nos fungueiros
unha raiva contida e milenária.

Todo poder é un mal, entón a fouce
afia-se dun xeito disconforme
e tronza o gorgomil dos arcebispos:

"Eminéncia, perdoe a cortesia...".

Comeza a arcada a derrubar a torre
e o pau de ferro fai tremer os montes.

Hai que romper de norte a sul Galiza,
queimar as rozas dunha idade antiga
e ver nascer o sol, lástima fora.

E andaba o sol bailando nos regueiros
mentras o Sol universal brillaba mais alá dos confins,
Terra querida, que sempre chegas tarde
ou chegas antes ou despois da História
e andamos foscos no correr do tempo.

Hai que romper, romper agora!

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----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Filo-Café «A Beleza» no Porto BASENAME: filo_cafe_la_belezar_no_porto DATE: Wed, 07 Nov 2007 19:54:34 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Crônicas Multimédia CATEGORY: Notícias na Hora TAGS: ----- BODY:



Cartaz do Encontro patrocinado pelo Incomunidade
(Foto de Sabina Leve)

Clube d@s Poetas Viv@s.- O incansável Alberto Augusto Miranda tem realizado um grande trabalho através da organização e difusão de encontros culturais diversos, nomeadamente sob a denominação de Filo-Cafés, que têm reunido artistas, poetas e criadores de Portugal, da Galiza e ainda mais. Em dia 2 de Junho de 2007 estivemos no Clube Literário do Porto, na Rua Nova da Alfândega, n.º 22, no Filo-Café «A Beleza».

A seguir colocamos a foto-reportagem desse encontro, da autoria de Nelson Silva, reproduzida no blogue Incomunidade, uma fantástica janela aberta ao reencontro, à criação e ao pensamento livre. Por sinal, não foi a nossa única viagem as terras do além Minho, pois Braga, a cidade dos Arcebispos, a Roma portuguesa, também já ouviu as nossas palavras.

Foto-reportagem Filo-Café «A Beleza»

Noemi Vasques

A Beleza da tua Alma Faz-me Tremer

Rogério Carrola

Belém de Andrade

Concha Rousia e Suso

Alexandre Teixeira Mendes

Salviano Ferreira

António Pedro Ribeira

José Manuel Barbosa

Sónia Jacquez

Jorge Taxa e Lico

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Juramento do Clube d@s Poetas Viv@s BASENAME: juramento_do_clube_d_s_poetas_viv_s DATE: Wed, 07 Nov 2007 18:53:21 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Quem Somos? CATEGORY: Notícias na Hora TAGS: ----- BODY:



Publicado na revista Agália nº 87/88
(2º semestre de 2006)

Clube d@s Poetas Viv@s.- O volume que agrupa os números 87 e 88, correspondentes ao 2º semestre de 2006, da revista de ciências sociais e humanidades «Agália», publicação que vem à estampa desde 1985 graças à Associaçom Galega da Língua, dedica no seu sugestivo Percurso quase 4 páginas ao Clube d@s Poetas Viv@s, publicando uma resenha biográfica acerca das vozes que fazemos parte do mesmo bem como o nosso Manifesto e, ainda como novidade, o nosso Juramento, que para já recuperamos aqui.

Clube d@s Poetas Viv@s «Vozes em Liberdade»

Com Motivo do 25 Aniversário da AGAL (Associaçom Galega da Língua) juntárom-se em Vilar de Santos um grupo de poetas para a celebraçom do histórico evento no «I Festival da Mocidade», a causa do qual passárom a se auto-denominarem Clube d@s Poetas Viv@s.

[...]

Juramento

Somos o Clube das Poetas e dos Poetas Vivos, (como alguém disse uma vez), e juramos não voltar os olhos quando a injustiça nos atingir.

Juramos pois:

1.- Não olhar para outro lado, quando o filho, a filha, sentir necessidade de verbo, de carne, de lembrança, da história que lhe foi roubada e juramos, a dia de hoje, para ele, e por ela, resgatá-la.

2.- Não olhar para outro lado quando a opressão em quaisquer das suas formas -de género, de classe, aparecer diante de nós.

3.- Não olhar para outro lado quando o dinheiro nos comprar a alma, quando a barbárie de cimento nos transformar o litoral, nos esmagar as paisagens da infância, nos reduzir em guetos, nos castigar com a marginalização.

4.- Não olhar para outro lado enquanto se sofrer à nossa frente persecução por causa duma justiça sempre ao serviço de aqueles que nos maltratam a alma, nos destruem o espírito, asfixiam em nós o amor.

5.- Não olhar para outro lado enquanto o mundo agoniza, os poucos se enriquecem, os muitos emagrecem, e morrem nas suas guerras pola sua voragem insaciável de ambição criminosa.

6.- Não olhar, nunca pois, para outro lado... como condição mínima para usar e prezar como um tesouro a palavra que é voz.

Somos o Clube das Poetas e dos Poetas Vivos, eis a nossa promessa, e nosso é o dever de cumpri-la: levarmos a voz àqueles que foram dela despossuídos, alcançarmos todos, todas juntas a dignidade que o tempo dos olhos nos apagou, enquanto dormíamos sem conta numa Longa Noite de Pedra que século a século o nosso espírito secou.

Somos o Clube das Poetas e dos Poetas Vivos, resgatamos a dignidade através da palavra, e a palavra obriga-nos a sermos dignos também nós.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Por toda Galiza BASENAME: por_toda_galiza DATE: Wed, 07 Nov 2007 11:30:16 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Crônicas Multimédia CATEGORY: Notícias na Hora TAGS: ----- BODY:



Corunha, Compostela, Ponte Areias, Ferrol...
(Digressão 2006/07)

Clube d@s Poetas Viv@s.- Continuamos fazendo uma pequena viagem pelos lugares visitados durante este primeiro ano do Clube. Assim, convidad@s pela histórica, e felizmente ainda muito activa, Associaçom Cultural 'O Facho', em dia 22 de Fevereiro de 2007 estivemos na Corunha oferecendo mais um recital.

A sede da Fundaçom Caixa Galicia (Cantom Grande) foi palco de uma tarde-noite em que participamos Concha Rousia, José Manuel Barbosa, Artur Alonso Novelhe e o músico Servando Barreiro.

Já nos mês de Maio, com motivo da comemoração das Letras Galega e subordinado ao título de «Vozes em Liberdade», foi a capital da Galiza que nos acolheu graças ao convite realizado pela Ordem Oficial de Psicólog@s da Galiza.

Desta volta o espectáculo ocorreu dia 15 no Café Casino (rua Vilar, 35) e nele participamos Artur Alonso Novelhe, Belém de Andrade, José Manuel Barbosa e Concha Rousia, para além do músico Servando Barreiro e, mais uma vez, o conta-contos Anjo, com o seu «Carvalho com botas».

Igualmente, durante este ano de vida também já estivemos em Ponte Areias, onde contamos com a colaboração de Peter Jensen (ver pequena foto-reportagem abaixo), e no VII Festival da Terra e da Língua, que decorreu no Moinho do Pedroso (Narom) em dia 28 de Julho de 2007, organizado pela Fundaçom Artábria.

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Pequena Foto-reportagem do evento no «Lume Negro»
[Ponte Areias - 17 de Novembro de 2006]

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Ponte Areias - Ateneu Libertário «Lume Negro»
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----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Vozes em Liberdade na Esmorga BASENAME: title_279 DATE: Tue, 06 Nov 2007 20:55:54 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Crônicas Multimédia CATEGORY: Notícias na Hora TAGS: ----- BODY:



Nolim e Roberto Sobrado uniram-se ao Clube
(Ourense, 17 de Março de 2007)

Clube d@s Poetas Viv@s.- Continuamos lembrando alguns dos lugares nos quais estivemos durante este nosso primeiro ano de vida. O Centro Social da Esmorga acolheu-nos em passado dia 17 de Março de 2007, num espectáculo poético-musical que começamos a promover como «Vozes em Liberdade». Desta volta, o amigo Nolim, na poesia, e o amigo Roberto Sobrado, na música, além de um auditório que encheu por inteiro o local, acompanharam-nos durante quase 120 minutos. Eis, a crónica multimédia, vídeo incluído, publicada no blogue da Esmorga.

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Crónica multimédia de um espectáculo memorável

Clube d@s Poetas Viv@s não decepcionou com o seu «Vozes em Liberdade»

Vozes que cantaram amor, mas também feminismo, reivindicação, igualdade, língua, compromisso, alegria, liberdade e muito mais, juntaram-se em passado sábado à noite quando o Clube d@s Poetas Viv@s ofereceram o seu espectáculo «Vozes em Liberdade» no Centro Social da rua Telheira, 9.

Concha Rousia, Belém de Andrade, José Manuel Barbosa, Artur Alonso Novelhe e Nolim, acompanhados musicalmente por Servando Barreiro e Roberto Sobrado, entusiasmaram o concorrido auditório até tal ponto que os 90 minutos previstos para o espectáculo tornaram-se em mais de 120. A seguir, oferecemos uma grande reportagem multimédia deste evento, com um vídeo-resumo, o áudio na íntegra e uma pequena foto-reportagem.

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Áudio na íntegra

Sinopse: Em passado sábado, 17 de Março de 2007, pelas 23h00, no Centro Social A Esmorga o Clube d@s Poetas Viv@s oferecia o seu espectáculo poético-musical «Vozes em Liberdade», com a participação de Concha Rousia, Belém de Andrade, José Manuel Barbosa, Artur Alonso Novelhe e ..., acompanhados musicalmente por Servando Barreiro e Roberto Sobrado.

=> Fazer Download do MP3
[Duração 2 h. 06 min. 45 seg. | Tamanho 37.13 Mb.]

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Vídeo-Resumo

[gvid]1326501958654022878[/gvid]

=> Dica: Para descarregar vídeos do YouTube e do Google Video visita Video Downloader.

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Foto-Reportagem A Esmorga

Clube d@s Poetas Viv@s

Os Músicos e Alice

Nolim

Belém de Andrade

Artur Alonso Novelhe

Concha Rousia

José Manuel Barbosa

Servando Barreiro

Roberto Sobrado

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----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Noite de recitado em Taim BASENAME: noite_de_recitado_em_taim DATE: Tue, 06 Nov 2007 11:13:43 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Crônicas Multimédia CATEGORY: Notícias na Hora TAGS: ----- BODY:



Anjo conta contos
(Taim - Coles, 20 de Janeiro de 2007)

Clube d@s Poetas Viv@s.- Em passado 20 de Janeiro de 2007 tivemos um grande espectáculo de recitado, música e conta-contos em Taim (Coles). A seguir reproduzimos o comunicado enviado a diversos meios de comunicaçom e reproduzido na íntegra pelo Portal Galego da Língua, bem como uma pequena foto-reportagem daquela noite inesquecível em que poesia, música e amizade foram de mãos dadas.

Crónica Taim

Tivo lugar na noite do sábado. O nosso grupo, criado já no passado Outono, voltou a juntar-se para umha noite maravilhosa com poesia a envolver o evento, a música de Servando e Contradança a pôr o som da vida, a completar a alma do poeta, e um especial conta-contos, o amigo Anjo, que soubo em todo o momento levantar o menino que qualquer pessoa leva dentro.

Deste portal de todos e todas, o nosso colectivo quer agradecer e parabenizar a Casa Taim, em Vila Centelhas (Coles - Ourense), o Curro e a Áurea, que abriram as suas portas para que o ar fresco da noite penetrasse nas nossas vidas, voltando por um momento a ser nenos, jogo, convite ao amor. Graças a eles voltamos de novo a ser druídas, vento do Nordeste, sombra de um carvalho. Ou um regato sossegado por causa da placidez de, por fim, compreendermos o nosso destino de seres humanos.

A noite fijo-nos pensar a todos, imaginar. Perguntar-nos que passaria se os poetas figessem navegar na maré profunda da nossa entranha, se nos figessem afundar e quebrar a murada que rodeia a nossa própria realidade; se nos voltassem a cultura livre, e nos figessem olhar um bocado ao espelho, para logo nos abrirem as janelas da justiça social, a liberdade individual e colectiva.

Se, em definitivo, as poetas vivas nos alumiassem um caminho que dê senso à nossa existência, à nossa terra, a nós próprios agindo com o mundo. Então o músico seria capaz de achar as ondas que nos levassem por aquele caminho, o Anjo convidaria-nos a deitar o disfarce da hipocrisia, a soltar os preconceitos que de antemao nos vendem e nos encadeiam... a realidade que os poderosos querem que vejamos. Aconteceria, então, o que aconteceu na noite de sábado em Taim.

Que mas se pode dizer de esta noite.... Os poetas vivos, as poetas vivas som para Galiza, umha outra forma de fazer poesia, para o mundo luso umha ponte por onde transitar de um lado para outro, para o Planeta um grito contra a Opressom em todas suas formas, em qualquer lugar... E lá onde só o sofrimento se insira... lá sempre há de haver um , umha poeta viva.

Ourense, 21-01-2007

Foto-reportagem Taim

Concha e Suso, Margot, Artur e Manuela

Gabi e Isaac Estraviz, Anjo (conta contos)

Servando e Josefa desfrutando

Gabi, Ernesto, Artur, Margot, Belém e Modesto

Poetas Vivas e Vivos com Servando e Anjo

Filo e Tivi

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: «Catorze» BASENAME: catorze DATE: Mon, 05 Nov 2007 19:08:39 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Artur Alonso CATEGORY: Poesia do Clube TAGS: ----- BODY:



Tela sem título
(Autor: Peter Jensen)

Artur Alonso.- ... Aprender a desaprender... começar por derrubar da alma o peso que nos afoga, aceitar o passado como algo inevitável... aprender a ver com os olhos da realidade... um primeiro passo para se conhecer, para se recolher... como ser que aspira a ser completo.

«Catorze»
Artur Alonso Novelhe
Inédito - 2007

Resgata teu pai se todavia puderes
Temos seu anel
pesado
entre as dedas de uma borboleta morta
na opulência

mas nom possuímos seu alento
nem sabemos polo de agora
o numero de calçado que suas roupas vestem

tam só isto:
o ouro brilhando
para viver um pouco mais cegos

no seu desejo

a escola no sobrado
a algibeira passiva a espera
como refúgio um outro bar
onde as vezes as horas vam lentas

e tu que já nom sentes
porque nom vem a procurar-te
a saída rala da igreja

E uma mágoa, amigo
mas
ignoramos tantas cousas dos seres a quem queremos ...

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Quem é Artur Alonso Novelhe? BASENAME: quem_e_artur_alonso_novelhe DATE: Mon, 05 Nov 2007 19:07:29 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Artur Alonso CATEGORY: Poesia do Clube TAGS: ----- BODY:



Artur Alonso Novelhe
(1964, México D.F.)

Clube d@s Poetas Viv@s.- Nascido em México, D.F. filho de galegos, galego pois, e mexica porque, pelas suas próprias palavras, «os primeiros aromas, os primeiros passos sobre a relva, o sonho persistente de lua como parte da vida, o corpo deitado da mulher desnuda, essa figura de vulcão que dorme e escuta o latir da cidade, do vale na profundeza no silêncio... ficam para sempre inseridos na alma».

O Artur acrescenta que também fazem parte da sua identidade «o exílio e a forçada migração... dos seres que vivem divididos em dous...»

Frequentou os estudos primários nos Maristas de Ourense, e secundários na mesma cidade, onde obteve o título de Perito Mercantil. Actualmente é funcionário do SERGAS.

Individualmente tem publicado dous livros: «Entre os teus Olhos» (Difusora, 2003) e «Umha Meixela Depois a Outra» (AGAL, 2005), além de poemas soltos na revista Agália, colaborando também com a revista Outras Vozes e o periódico Novas da Galiza. Foi ganhador do XVIII Certame Poético «Feliciano Rolán» (Guarda - Baixo Minho).

Colabora também no livro de poesia colectivo «Dez por Dez» (Abrente Editora, 2007).

+ Conversa com Artur Alonso Novelhe, no PGL.

+ Um poemário, uma advertência: democracia ou totalitarismos, no blogue Altera Galiza.

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Estreia em Ginzo BASENAME: title_278 DATE: Sat, 03 Nov 2007 19:43:47 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Crônicas Multimédia CATEGORY: Notícias na Hora TAGS: ----- BODY:



Cartaz do evento realizado em Ginzo
(8 de Dezembro de 2006)

Clube d@s Poetas Viv@s.- A partir de já, e para comemorar o nosso primeiro aniversário, neste canal iremos recuperando e colocando diversas crônicas multimédia dos espectáculos nos quais temos participado desde a nossa criação, lá em Outono de 2006. Para fazer boca, a seguir colocamos a carinhosa reportagem que publicaram no seu blogue @s amig@s de Aguilhoar, o Centro Social da Límia.

Ginzo acolheu apresentaçom "Clube dos poetas vivos" sob patrocínio da Aguilhoar

Sexta-Feira 8 de Dezembro [de 2006] foi o dia escolhido para a apresentaçom do "Clube d@s Poetas Viv@s" ao público limião. O acto teve lugar na cervejaria "Tremedoiro" (Praça Maior- Ginzo de Límia)

O pessoal, que assistiu em número importante, puido desfrutar com os poemas de quatro poetas ourensanos: José Manuel Barbosa, Artur Alonso Novelhe, Belém de Andrade, e Concha Rousia.

Antes de começar, ainda apuraram um manifesto, que reflectiu o compromisso destes artesãos da palavra, com o nosso país, com a nossa língua, com um povo que se tem colocado, por vezes ao "borde da morte colectiva", é por isso que "precisamos de estarmos vivos", afirmava o Artur, que apresentava na Límia o seu livro "Umha Meixela, depois a Outra"

Os poemas, falaram do amor, da solidão, dum povo galego pairando sempre sobre "viagens tristes"... mas também de esperança, da esperança que este novo associativismo das ideias traz para o país.

De esquerda à direita: Artur Alonso, Belém de Andrade, José Manuel Barbosa e Concha Rousia

----- -------- AUTHOR: clube TITLE: Somos do Clube... BASENAME: somos_do_clube DATE: Sat, 03 Nov 2007 13:27:40 +0000 STATUS: publish PRIMARY CATEGORY: Quem Somos? CATEGORY: Notícias na Hora TAGS: ----- BODY:



Poetas Viv@s com Servando e Anjo
(Taim - Coles, 20 de Janeiro de 2007)

Clube d@s Poetas Viv@s.- A limiã Concha Rousia, o ourensano José Manuel Barbosa, o galego-mexicano Artur Alonso Novelhe, a jovem carvalhinhesa Belém de Andrade, o corunhês José Alberte Corral e o cantor e compositor viguês Servando Barreiro, fazemos o Clube d@s Poetas Viv@s. Quem quiser saber mais sobre nós é só continuar a ler ou acessar nas nossas respectivas secções aqui no blogue.



Artur Alonso Novelhe
(1964, México D.F.)

Nascido em México, D.F. filho de galegos, galego pois, e mexica porque, pelas suas próprias palavras, «os primeiros aromas, os primeiros passos sobre a relva, o sonho persistente de lua como parte da vida, o corpo deitado da mulher desnuda, essa figura de vulcão que dorme e escuta o latir da cidade, do vale na profundeza no silêncio... ficam para sempre inseridos na alma».

O Artur acrescenta que também fazem parte da sua identidade «o exílio e a forçada migração... dos seres que vivem divididos em dous...»

Frequentou os estudos primários nos Maristas de Ourense, e secundários na mesma cidade, onde obteve o título de Perito Mercantil. Actualmente é funcionário do SERGAS.

Individualmente tem publicado dous livros: «Entre os teus Olhos» (Difusora, 2003) e «Umha Meixela Depois a Outra» (AGAL, 2005), além de poemas soltos na revista Agália, colaborando também com a revista Outras Vozes e o periódico Novas da Galiza. Foi ganhador do XVIII Certame Poético «Feliciano Rolán» (Guarda - Baixo Minho).

Colabora também no livro de poesia colectivo «Dez por Dez» (Abrente Editora, 2007).

+ Conversa com Artur Alonso Novelhe, no PGL.

+ Um poemário, uma advertência: democracia ou totalitarismos, no blogue Altera Galiza.



Belém de Andrade
(1975, Andrade - Santo Amaro)

Nasceu a 21 de Setembro de 1975, no preciso momento em que «o Virgo cede soberania à Balança», pelas suas próprias palavras. Ainda hoje, afirma, não sabe qual dos dous signos a define, mas gosta de pensar que na mistura esta o «donaire», a graça.

Não sabe porque começou a escrever poesia, mas, também não se importa com isso. Agora mesmo, ama a poesia, e é muito feliz escrevendo. A segunda cousa de que mais gosta é comer com as mãos.

Na altura colabora activamente com o projecto da Esmorga, em Ourense; com anterioridade tinha participado na histórica Associaçom Avantar do Carvalhinho e impulsionado a Associaçom de Mulheres Sam Brais de Santo Amaro, da qual foi Presidenta durante 4 anos.

Dizem-lhe Belém.

+ Ana Belém Fernandes: «O associacionismo é o único carburante que pode mexer o motor da mudança neste país», na Esmorga Blogue.



Concha Rousia
(1962, Covas - Ginzo)

Concha Rousia nasceu em 1962, numa aldeia situada no Sul da Galiza, entre Ginzo de Límia e Montalegre, onde passou a sua infância. Deslocou-se posteriormente a Vigo, onde cursou estudos secundários na Universidade Laboral, um internato público para raparigas de famílias camponesas e operárias. Lá sofreu por primeira vez o choque de não poder utilizar com normalidade a sua língua galego-portuguesa na sua própria terra, e iniciou uma militância cultural e política a favor dos direitos linguísticos e de identidade da Galiza que continua até hoje.

Após diversas peripécias vitais, cursou tardiamente estudos de Psicologia na Universidade de Santiago de Compostela, e depois residiu diversos anos nos Estados Unidos, completando um mestrado em Terapia Familiar na Universidade de Maryland. Na actualidade partilha a sua actividade literária com a prática da Psicologia Clínica.

Tem publicado o livro «As Sete Fontes» em formato digital (Arcosonline, 2005). Anteriormente, deu a conhecer na rede alguns relatos curtos agrupados sob o título «Lobos». Em 2004 foi ganahadora do Certame de Narrativa Curta do Concelho de Marim, com o relato «Segredo de Confissão»; em 2006 ganhou o III Certame Literário Feminista do Condado com o trabalho intitulado «A Língua de Joana C.», apresentado sob o pseudónimo de Rosaura de Antioquia.

Fez parte da equipa fundadora da revista cultural A Regueifa. Também colabora em revistas como a Agália, Lethes, Rascunho do Brasil, A Folha da Fouce; com o periódico Novas da Galiza e os jornais electrónicos Vieiros e Portal Galego da Língua. Colabora igualmente no livro de poesia colectivo «Dez por Dez», editado em 2007.

+ AGAL e Futuro: Concha Rousia, psicoterapeuta em Briom (Compostela), no PGL.



José Alberte Corral
(Corunha)

Nascido na cidade da Corunha, é Professor Mercantil e Licenciado em Ciências Económicas pola Universidade de Santiago de Compostela. Também cursou jornalismo na Universidade Central de Venezuela (Caracas). Após exercer em diversas profissões, na actualidade é docente no Ensino Secundário.

Tem publicado «Del Amor y la Memoria», poesia (1a ed. Ateneo de los Teques - Venezuela; 2a ed. Emboscall - Vic), «Palavra e Memória», poesia (AGAL, Galiza), «A Carom da Brêtema», poesia (AGAL, Galiza), «Detrás da Palavra», poesia (AGAL,Galiza) e os livros de relatos «Do Lusco-Fusco» (Baía Edicións, Galiza) e «Buracos no Espelho» (AGAL, Galiza).

+ José Alberte Corral: «As minhas fontes som mergulhar na nossa cultura como povo e o desejo como classe», no PGL.



José Manuel Barbosa
(1963, Ourense)

É professor de Educação Física e estudante de História pola UNED. Sócio da AGAL desde o ano 1984, ano que se associou após um curso ministrado pola presidenta da AGAL, na altura Maria do Carmo Henríquez, no Ateneu de Ourense, momento em que começou a sua militância linguística até o dia de hoje ininterrumpidamente.

Professor de galego-português na norma AGAL em várias cidades e vilas da Galiza, entre elas Ourense, Mugia e o Carvalhinho, desde o ano 1985. Publicou vários trabalhos na revista Agália, entre os quais «Galiza e Portugal: Umha ou duas naçons?», ou «A história dum imperialismo fracassado».

Outros trabalhos de criação, também na revista Agália, são «Trabalho inacabado» ou «Zepe de Celaguantes. Contos do meu avô». Publicou também o manual «Curso Prático de Galego» no ano 1999, fruto da sua experiência docente, já esgotado na sua primeira edição e pronto para sair a segunda.

As suas últimas produções são O livro de poemas «Ámago/Mágoa», em 2002, em parceria com José Roi Brás, e o ensaio «Bandeiras da Galiza». Além disso colabora activamente com vários grupos culturais do País.

+ Entrevista a José Manuel Barbosa, autor do livro «Bandeiras da Galiza», no PGL.

+ Entrevista: José Manuel Barbosa Álvares, director do 'Curso de língua e literatura'' em Ourense, no PGL.



Servando Barreiro
(1963, Vigo)

Músico com alma de poeta. Começa os seus estudos musicais com a guitarra clássica da mão do que fora presidente da Agrupaçom Guitarrística Galega (A.G.G.) António Uxio Malho, e mais tarde de aperfeiçoamento de dito instrumento com o grande concertista: David Russel. Paralelamente realiza estudos de linguagem e harmonia musical.

Com a base que lhe da esta formação clássica e devido ao seu crescente interesse pola música tradicional e folclore da Galiza, começa a fazer arranjos de temas tradicionais, bem como composições próprias e de outros autores que ele mesmo interpreta. Fruto de este trabalho foi o prémio conseguido no IV Festival Galego da Canção, no que resultou ganhador, e a gravação de um CD compartilhado com os demais finalistas.

Durante este tempo ministra aulas de música em diferentes escolas e centros culturais, ademais de realizar todo tipo de concertos tanto na Galiza como no estrangeiro: concertos didácticos, como cantor-autor, de música tradicional... Além de ter uma atitude de compromisso activo com o folclore do seu país, impulsionando vários projectos de animação cultural.

Assim mesmo dirige ou funda vários tipos de formações musicais. Junto com uma delas, o grupo Retrincos de Valadares grava o CD «O Som da Sega» em Edições do Cúmio, e mais recentemente um disco constituído basicamente por temas tradicionais para dançar no que o acordeão têm um especial destaque: A Dança do Lume , com o grupo Contradança em Chorima Edições.

Actualmente segue a sua actividade tanto como cantor-autor, como com o grupo Contradança, com o qual editou o seu último trabalho «Som Voltas». Em ambas as formações ademais da própria música a interpretar, busca sempre uma participação directa do público nos seus concertos mediante o canto e a dança. Também esta a preparar o que será o seu próximo trabalho discográfico.

+ Servando Barreiro: «até hoje havia umha sede de conhecimento das nossas raízes musicais; mas agora está-se a experimentar mais e a procurar novas sonoridades e um novo discurso poético», no PGL.

+ Músicas para a Escola, no blogue Altera Galiza.

----- COMMENT: AUTHOR: Ana Luisa Kaminski [Visitante] DATE: Thu, 29 Nov 2007 19:26:27 +0000 URL: http://www.ancoraseasas.blogspot.com

Caríssimos poetas e poetisas, cá estou a convite da Concha, para conhecer este bonito espaço de encontro artístico. Voltarei mais vezes para, aos poucos, ir conhecendo melhor os colaboradores e seus estilos, mas, desde já, fico contente em passear por mais um recanto poético. Abraços alados!

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Imagem Cantigas de Santa Maria
(CSM número 150)


Clube d@s Poetas Viv@s.- Iniciamos aqui o nosso caminho pola rede um grupo de poetas galeg@s que sonham mudar o mundo com a ajuda da poesia. Na rua já levamos um ano. Informaremos-vos dos nossos recitais poético-musicais. Para já aí vai o manifesto pelo qual nos guiamos.

Manifesto

Somos o Clube das e dos Poetas Viv@s (como alguém disse uma vez). Respeitamos a palavra como forma autêntica apegada à vida, como vida da vida com vida própria, porque a palavra primeiro foi rio, logo mar, mais tarde montanha e voz. Por isso nos comprometemos, hoje, com a palavra para fazer dela curso verdadeiro, fala e coração.

Somos o Clube das Poetas e dos Poetas Viv@s (como alguém disse uma vez), não reconhecemos fronteiras que separem por cobiça a um e outro ser, não reconhecemos estados que nos dividam para nos escravizar, não reconhecemos guerras que nos matem para delas se beneficiarem os que dividem o mundo e não respeitam culturas nem o direito a ser diferente na diversa riqueza universal, e só habitam para semear o ódio.

Somos o Clube das Poetas e dos Poetas Viv@s (Como alguém disse uma vez), aplicamos a palavra contra todo esquecimento. E falamos em alto, conversas demoradas com nossa Terra Mãe, que nos deu o berço, a lua, a língua que é verbo feito amor para comunicar livres aos filhos, às filhas, na alegria e na dor.

É a Mãe Terra quem por nós fala, clama, nos chama a través do vento poluido ferindo a entranha da nossa paixão, nos chama a través das águas que morrem gelando a vida à nossa volta, nos berra nas árvores queimadas intoxicando o sonho, contrariando a alegre visão, grita na voz dos e das que não têm voz e inventa em nós a palavra primeira que incita a rebelião: NUNCA MAIS!

É a palavra da Mãe Terra que fala na nossa língua, vive na nossa língua, chora e morre na própria língua quando esta é contaminada de palavras alheias que a sufocam e a matam. Por isso o compromisso com a língua é o compromisso com a vida, como a vida dum povo. Com uma forma de ser, uma forma de ver e sentir o próprio mundo. Por isso, nós, poetas, respeitamos e legamos a voz que vem das mães, das avós, dos pais e avôs de nossos avôs, por isso não submetemos a voz ao comércio do verbo, nem entregamos a fala em troca dum suposto parabém que nos calme a consciência. Por isso escrevemos na norma que une povos diversos, mais de 200 milhões de vozes nascidas neste ventre universal.

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