Esta manhã a carteira trouxo à minha caixa do correio o último número do Novas da Galiza (NGZ Nº 59, de 15 de Outubro a 15 de Novembro de 2007), número que no seu interior alberga a quarta entrega d?O Pasquim.
Enquanto a equipa d?O Pasquim está a tabalhar no que será o próximo número eu (que me honro em coordenar o Suplemento de Humor do Novas da Galiza) inicio a publicaçom aqui, em Angueira de Suso, das minhas colaborações em anteriores entregas deste entusiasmante projecto. Começando polo princípio, polas colaborações da minha autoria publicadas no primeiro número d?O Pasquim (O Pasquim Nº 1 / NGZ Nº 56, de 15 de Julho a 15 de Agosto de 2007).
As minhas colaborações no primeiro número d'O Pasquim
Para o primeiro número d?O Pasquim desenhei três charges e escrevim um pequeno texto. Sobre as charges (que junto com a reproduçom da capa d?O Pasquim Nº 1 componhem a imagem que ilustra este post) voltarei, se calhar, um outro dia.
O texto (intitulado Porque O Pasquim?) escrevim-no na casa dos meus pais, em Bueu, entre o domingo 15 e a segunda-feira 16 de Julho (Dia do Carmo).
Por problemas de espaço, para a sua publicaçom na capa d?O Pasquim a modo de editorial foi ligeiramente recortado. A seguir publicamo-lo na sua integridade:
Porque O Pasquim?
Pasquim (Pasquino em italiano) é o nome com o que o povo de Roma baptizou umha velha e escaralhada estátua que, encontrada em 1501 no decurso das obras de pavimentaçom da rua e reestruturaçom do Palazzo Orsini (hoje Palazzo Braschi), foi erguida na esquina da Piazza di Parione (hoje Piazza di Pasquino), polo Cardeal Oliviero Carafa.
Foi precisamente este purpurado quem, sem querer, deu ao Pasquino o dom da palavra quando no Dia de Sam Marcos de 1501 (25 de Abril, Sempre!) inaugurou umha cerimônia anual consistente em cubrir com umha toga o seu marmóreo torso e pendurar dela inocentes e latinos epigramas.
O decoroso evento inicial nom demorou em sair-se de madre convertendo a estátua do Pasquim no suporte ideal para os poemas satíricos escritos por pessoas críticas com o Santo Padre e o seu governo.
Por metonímia, estes escritos passaram a ser chamados igual que a estátua que os suportava e, ainda hoje em dia, a primeira acepçom que a palavra ?pasquim? tem nos nossos dicionários é ?sátira, afixada em lugar público, contra a autoridade ou governo? (e-Estraviz), ?escrito afixado em lugar público com expressões injuriosas ao governo ou pessoa constituída em autoridade; panfleto difamatório? (Porto Editora) ou ?sátira afixada em lugar público? (Aurélio Século XXI).
Pasquim (26-JUN-1969 / 11-NOV-1991) é também o nome do primeiro e mais influente jornal de oposiçom à ditadura militar brasileira. Fundado polo chargista/cartunista Jaguar e os jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral, o nome d?O Pasquim foi, segundo conta a Wikipédia lusófona, sugestom do próprio Jaguar ?inspirado na história de um monsenhor italiano chamado Pasquino, que segundo a lenda escrevia fofocas e notícias para serem lidas em praça pública? (!?). No documentário intitulado ?O Pasquim ? A Subversão do Humor?, lançado em Junho de 2004 pola governamental TV Câmara, Jaguar acrescenta: "Eu sugeri o nome 'Pasquim'. Porquê? Porque eu disse que todo o mundo ia chamar esse jornal que nós íamos fazer de pasquim, he, he, então a gente já cortava a onda dos caras, né?"
Com efeito, a segunda acepçom que a palavra ?pasquim? tem nos dicionários da nossa língua é ?panfleto difamatório? (e-Estraviz), ?jornal que publica diatribes e artigos difamatórios? (Porto Editora) ou ?jornal ou panfleto difamador? (Aurélio Século XXI).
Tanta maravilha era ignorada por nós até há muito pouco tempo. Descubrimo-la ainda em Abril deste ano quando, ao nosso regresso das férias da Páscoa em território italiano, nos documentávamos para escrever um artigo que, precisamente sob o título de ?O Pasquim?, apareceria pubicado no nosso blogue.
Deveu ser por essas datas quando se começou a falar da possibilidade de tirar um suplemento de humor com o ?Novas da Galiza?. Por isso quando o pessoal do ?Novas? nos perguntou sobre o nome que, na nossa opiniom, devia levar este novo e entusiasmante projecto fomos incapazes de dar umha outra resposta que nom fosse a de ?O Pasquim?. Felizmente para nós a nossa sugestom foi acolhida com unânime entusiasmo e hoje, 25 de Julho de 2007, tedes nas vossas maos o primeiro número dum Pasquim Made in Galiza que, sem deixar de reivindicar-se herdeiro da viçosa tradiçom galega dos Can sen dono, Xo!, Arre, O Farelo..., quer ser também umha modesta mas sincera homenagem galega (da Galiza) ao seu deslumbrante homónimo brasileiro.
O humor começa por um mesmo
D?O Pasquim acreditamos nisso que se costuma a dizer de que ?o humor sam e bem entendido começa por um mesmo?. Por isso, e por aqueloutro que também se di de que ?se nom sabes rir de ti mesmo nom tens direito a rir dos outros?, quigemos dedicar este primeiro número a rir de nós mesmos, nacionatas e indepes que somos. Porque queremos rir de tudo e de todo o mundo e nom queremos que ninguém ponha em causa o nosso direito a fazê-lo. Porque a ocasiom (do Dia da Pátria Galega) bem o merece e porque para risíveis... PARA RISÍVEIS, NÓS! Nom é?
O nosso agradecimento a todas as pessoas que desinteressadamente colaboram neste primeiro número d?O Pasquim, às que o tentaram mas nom deram feito e a todas as que já mostraram a sua disposiçom a colaborarem e ainda ham-de colaborar.Suso Sanmartin
Escrito em 30-10-2007,
na categoria: COLABORAÇÕES HABITUAIS:, O Pasquim
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Ala, já estamos ‘matando o mensageiro’ :-p (Noutras palavras, sempre lembrando que o fodido maquetista mete tesoura nos textos, hahahaha)
Hahaha!!! Nom, nada disso, Compostela/Uz! De facto ao princípio eu escrevera que recortáramos o texto entre os dous, maquetista e coordenador, mas afinal decidim apagá-lo por encontrar desnecessário o esclarecimento ;-)
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