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      Lástima de Beuys!

      Lástima de Beuys!

      ?Como Explicar a Arte a umha Lebre Morta? (Joseph Beuys, 1965). ?Que lástima de bois!? (A. R. Castelao, Álbum ?Nós?).? Como Explicar a Arte a um Touro Morto... Lástima de Beuys!?

      Desde 17 de Julho até anteontem, 28 de Setembro, na sede compostelana da Fundaçom Caixa Galicia (Rua do Vilar, 19) permaneceu patente ao público a exposiçom Joseph Beuys Múltiples (objectos, fotografias, gravuras, etc. de Joseph Beuys, um dos mais influentes artistas europeus da segunda metade do século XX).

      Na imelhorável companhia da Teresa visitei esta excelente exposiçom no dia 11 do corrente, 11-S, quinta-feira. A nossa visita vespertina foi dupla. Por livre primeiro e guiada (pola Araceli) depois. Foi o Roberto Abuín, grande admirador do alemao a quem por acaso encontramos no segundo andar, quem nos informou de que havia visita guiada às 19h30 (GMT+2). Muitíssimo obrigado, amigo Roberto!

      Há catorze anos (de 15 de Março a 6 de Junho de 1994) houvo no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS) de Madri umha magna exposiçom retrospetiva dedicada ao Joseph Beuys que, embora nom me lembrasse com muita claridade, eu achava ter visitado (nestes dias, repassando o meu diário de 1994, pudem comprovar que nom, que nom foi assim).

      A que sim visitei (na quinta-feira 7 de Julho, segundo consta no meu diário de 1994) foi a exposiçom intitulada Para Joseph Beuys (obra gráfica de 30 artistas internacionais em homenagem a Joseph Beuys) que naquele mesmo ano, durante os meses de Julho e Agosto, estivo patente ao público na Casa da Parra, em Santiago de Compostela.

      Cinco anos mais tarde (em 27 de Julho de 1999, terça-feira) ainda teria oportunidade de contemplar algumha peça de Joseph Beuys na exposiçom Double Trouble (The Patchett Collection), patente ao público no Auditório de Galiza e na Igreja de São Domingos de Bonaval, em Santiago de Compostela, no verao daquele ano.

      O facto de entre 1994 e 1999 ter visto bastantes obras de (ou para) Joseph Beuys unido ao de que durante os meus anos de estudante de Belas Artes na Universidade de Salamanca (1992-1996) ia cada ano ao MNCARS ao menos umha vez deveu ser o que me levou ao erro de pensar que tinha estado no Reina Sofia na expo de Joseph Beuys (como digem à Teresa, ao Roberto e à Araceli faltando à verdade sem querer).

      Mas o certo é que nom, nom estivem. Em 1994 estivem no Reina Sofía, sim, mas foi em 29 de Janeiro, apenas mês e meio antes da inauguraçom da retrospectiva de Joseph Beuys (com certeza naquela altura a exposiçom estava já anunciada e isso também pudo contribuir à minha confussom). Naquele sábado, 29 de Janeiro de 1994, as exposições que vim foram as de Bruce Nauman e o Picasso Gravador.

      How to Explain Pictures to a Dead Hare

      Wie man dem toten Hasen die Bilder erklärt
      (traduzido ao inglês como How to Explain Pictures to a Dead Hare e ao galego-português como Como Explicar Desenhos a uma Lebre Morta) é o título de umha acçom que Joseph Beuys levou a cabo na Galerie Alfred Schmela de Düsseldorf em 26 de Novembro de 1965. Na devandita acçom o artista alemao (que podia ser visto a través do vidro da janela da galeria) levava o rosto recoberto de mel e ouro em folha e um pedaço de ferro sujeito à sua bota. No colo carregava umha lebre morta em cuja orelha resmungava velados sons bem como explicações dos desenhos que se alinhavam nas paredes.

      Como Explicar a Arte a um Touro Morto... Lástima de Beuys!

      Polos vistos a paródia anti-taurina desta acçom de Joseph Beuys (do seu título, mais bem) ocorreu-me em 11 de Junho de 1994 (ao menos essa é a data que aparece ao pé da anotaçom feita na caderneta que gastava naquele ano e na que, já agora, dizia Como explicar Quadros... e nom ...a Arte a um Touro Morto).

      Se finalmente optei por pôr Arte em vez de Quadros foi porque, catorze anos depois, foi assim como a ideia veu à minha cabeça (com certeza devido ao facto de que para os seus defensores a tauromaquia é Arte) e porque as traduções que um pode topar por aí nom acabam de pôr-se de acordo a este respeito: Quadros, desenhos, fotografias... Arte (o tradutor do Google traduz die Bilder por imagens e Bilder por Fotos).

      Além disso no título da minha anti-taurina paródia a lebre morta (dem toten Hasen) é substituida por um touro morto (o touro moribundo das sementes Facundo de cujo lombo, por aquilo do politicamente correto, há já bastantes anos que retiraram o estoque e as bandarilhas).

      Agora já nom se sabe se o touro, animal sensível, morre de morte natural ou dum infarte de miocárdio pola terrível impressom que lhe provoca um tipo vestido com tam pouco gosto (o toureiro performer nom leva o rosto coberto de mel e ouro em folha senom que vai vestido de oro y grana).

      E para rematá-lo (o nosso desenho) acrescentamos ao mesmo ac célebre frase que Castelao pom na boca dum velho labrego na célebre estampa 3 do álbum Nós: Lástima de bois! Só que na nossa paródia os bois (o castrado marido da vaca, em plural) som substituidos polo apelido/sobrenome do artista alemao (nom sei se o diremos mal mas neste canto do planeta todo o mundo pronuncia Beuys como bois).

      Lástima de Beuys!

      Escrito em 30-09-2008, na categoria: ARTISTADAS
      Chuza!

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