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Falando de gaitas marcianas, colo aqui um interessantíssimo artigo de Rudesindo Soutelo, que nom tem papas na língua.
Artigo publicado em A Nossa Terra, 1-04-2004
O Bardo na Brêtema; Rudesindo Soutelo
O fole do cacique
A falsificação da história é a manipulação habitual dos embaucadores. Na Galiza temo-los até na música culta e pretendem convencer-nos de que nunca existiu. Eis senão as programações dos concertos que se celebram na nossa terra. Ou as obras que se estudam nas aulas dos Conservatórios. Excepto Carminha Burrana o resto é tudo uma feira-dixit o manda-mais da cultura.
Falando de manipulação histórica o próprio nome da Galiza foi borradodo mapa; os seus reis destronados; o território arrebanhado; a língua convertida em filha da sua irmã menor; a cultura transformada em atraso e a música em aturuxo. Mas a falsificação mais pitoresca e ridícula da música galega é a dos roncos erguidos. Mistura de sado-masoquismo organológico, disciplina castrense e servilismo político em favor da destruição identitária-cultural e musical dum povo. Os sonhos de grandeza dum iluminado ao que se lhe aparece o dinheiro da Xunta em grandes moreias para aniquilar o principal ícone da cultura tradicional galega.
Logo vêm os Messias de turno a nos redimir dos males que eles mesmos nos inventam e tiram-nos as polainas para nos vestir pela cabeça, que deve ser a moda politicamente correcta, com as saias do progresso. E buscam em gravados antigos como justificar os seus lascivos gostos.
A gaita de fole galega foi grosseiramente manipulada na sua essência orgánica para humilhar a nossa tradição popular. O passado está-se a falsificar para nos convencer de que a gaita de fole com os roncos de pé (um tanto libidinosa) é a autêntica gaita galega tradicional.
No retábulo da Sacristia da Catedral de Tui vê-se um exótico gaiteiro com plumas. Por estar em sagrado não vou duvidar da veracidade histórica do celtismo ultramarino que tanta glória económica deu ao império do arrepiante sol que nunca dormia. Seria mesmo cómico ver uma bandada de gaiteiros com plumas e tapa-rabo deleitando ao virrei de Compostela nas romarias. Ou nas competições desportivas da liga dos roncos de pé. Para fazer o índio não precisam de informação nem turismo, basta-lhes com o regueirinho de dinheiro oficial.
Entretanto, a Associação Ourensana de Folclore Tradicional que atende mais de trinta escolas, com centos de alunos de gaita de fole e percussão por toda a província de Ourense, teve que suspender as aulas porque a Deputação leva desde Outubro sem pagar-lhe aos professores.
Parece que gastaram o orçamento em fazer uma nova gravação da banda dos roncos erguidos, com manipulados musicais de alta tensão percussiva, e contribuir assim para lograr descendência aos namorados principescos.
Eis aí a imagem de farrapo e infla-gaitas que convém à nossa auto-estima. O fole do cacique não dá para pensar.
-- Obrigado,
Rudesindo Soutelo
hola,xavi
te vi en el concierto de mencervermello y nucleo terco ;)
Ola Xavi!
ha pouco tinhas umha foto na que estavas muito mais “guapo", esa na que estavas medio de lado e tinhas umha celha elevada e a outra baixa, saves qual te digo?
porque nom voltas po-la?
quero fazer umha copia
beijinhos: umha admiradora
O das gaitas marcianas é uma tristeça, há pouco criou-se a Banda de Gaitas Marcianas da Deputação de Lugo. A gente de Cântigas da Terra vai apresentar uma outra banda, mas de gaitas tradicionais e com percusão tradicional. Ainda bem!
Se não achaste o kanji do chá, amanhã vou falar com um amigo que sabe japonês, já lhe perguntarei.
Visto o sucesso que tens, eu também vou colocar uma foto no meu blogue. Bom, não me convence muito o de “guapo", assim entre aspas…
Iván
Creio eu que já sei quem é essa “admiradora".. ahaha :P. Se queres umha foto minha, manda-me um e-mail e eu cha envio ao teu correio xD. Mas aclara-nos isso de “guapo", a mim também nom me convence… ;)
O das gaitas marcianas é um autêntico vírus. E eu nom gosto de nenhum tipo de banda de gaitas, ainda que sejam com instrumentos tradicionais, mas enfim…
Oi, não penses que eu defendo as bandas, são antes um mal menor do que um bem. Acho que é o único modo de que todos os centos de gaiteiros possam tocar em algum lugar.
Ora, se o estilo de gaita e percusão for tradicional e as peças forem tradicionais ou de autor mas de estilo galego, acho que a banda é uma evolução legítima da música tradicional galega e um modo (talvez o único modo) de continuar a ser um fenómeno cultural vivo e não uma peça de museu.
Iván
Concordo contigo em que as bandas podem ser válidas, sempre que respeitarem a tradiçom, e úteis para ter onde tocar @s gaiteir@s. Já nom creio, que sejam o único modo de a música tradicional continuar a ser um fenómeno cultural vivo. Acho que seria bom que a música tradicional estivesse mais presente, tocando mais de jeito espontâneo e onde a gente participasse, na rua ou num bar, nas festas… e nom vendo passar um desfile dumha banda de gaitas. O que sim vejo positivo é que podam atrair a mais gente a aprender a nossa música, conhecê-la e praticá-la melhor. Deveria ser complementar, e eu acho que positivo e mesmo poderia gostar delas (o de nom gostar é algo pessoal).
Depois, o que me dá medo é que bandas que comecem com umha orientaçom tradicional, acabem transformando-se, por pressões políticas e/ou pola falta de consciência d@(s) que dirija(m) a banda, em bandas marcianas. Por exemplo, na sexta passada no Luar o Coro Toxos e Froles ?cantou? (em playback, é claro) junto com a Real Banda da DePPutaçom de Ourense. Desconheço como é agora e que atitude a respeito tem esse coro ferrolano, mas com o que foi é umha vergonha que isso passasse. Em Vigo nom sei como estará a cousa, na banda Xarabal nom sei se entrariam, e com o Carlos Núñez a apoiar e utilizar nos seus concertos este tipo de bandas. E suponho que terám muitíssimo interesse em expandir o vírus pola Corunha adiante.
E o do kanji, eu pensei que seria o de ?chá?, mas nom… Tenho curiosidade por saber o que é :P.
Um saúdo! :D
Parece que a admiradora nom é quem eu pensava… xD Quem serás? ¬¬
Pois no das bandas, mais ou menos, concordamos.
Depois o kanji apareceu!!!
Lê-se kasasagi, não sagi. Significa pega (em inglês magpie). A segunda parte do kanji é pássaro.
Tchau!
Eu sei quem é @ assinante da mensagem anónima. Ui, ui, xá, como engatas ;) Nom deve saber que os XL som mais caros :D
E que fará escrito “pega” numha taça? :D Claro, nom sei como nom imaginei antes que seria um pássaro, pois a segunda parte que me dizes já encontrara que era “tori” :P.
“@” assinante? Logo nom deve ser tal admiradora, mas admirador… ;).
Vaites: Um prazer atopar por cá um outro blog escrito em galego. Um saudo. Entrarei por cá mais decote e é que cada vez somos mais.
Deica!!