Agora cada vez que vou à aldeia tento ficar com algo de léxico, e reparo em todo o que se diz. Mágoa que nom tivesse começado antes. Ainda muitas vezes meus avós nom se decatam de que lhes estou a falar em galego e respondem-me em castrapo... Com o bem que falam, quem me dera...
Umha cousa que me diz minha mãe, mais frequentemente do que eu quiger...:
- Perezinha, queres pam?
- Sim senhora, se mo dam.
- Corre vai polo cuitelo!
- Nom senhora, nom lho quero.
Os poemas com os que começa o livro de Alicia:
De botar o mar polos ollos,
que ocorra nunha cidade
onde a orientación desapareza
e os xogos de nena non existan.
Onde as cores verdes estean preto
-uns metros é suficiente-
e as mans de millo apreten as ideas
(ou as tetas).
Onde ti sexas procura.
Onde ti (me) habites.
No areal este corpo é de cebas:
as mans de millo percórrenme
limpas
núas
salgadas,
sempre co movemento en espiral
como as ameixas que levo no pelo.
Se a marea alta non me viola
boto o océano todo polos ollos.
Este sábado iremos à apresentaçom do poemário da nossa amiga Alicia. Oxalá se esgotem os livros, ainda que nom sejamos tanta gente como em Escairom
Alicia Fernández apresenta o seu poemário na Corunha o 2 de Abril.
Alicia Fernández, a jovem poeta do Savinhao que já está a ser considerada como umha das últimas grandes revelaçons da poesia galega, apresentará o dia 2 de Abril às 8 da tarde no Centro Social Atreu (Rua Sam José, 2 - Corunha) o seu poemário "Botar o mar polos ollos", recentemente publicado pola editora portuguesa "Tema".
Neste acto organizado por O Tangaranho Vermelho, intervirám Yolanda Castaño, Ramiro Vidal e a própria Alicia Fernández.
Podedes ler algo da sua poesia na Biblioteca Virtual Galega (é Alizia).
Cheguei ontem da aldeia. Pergunto-me como pode ser que meus avós diferenciem cada ovelha... E que bonito é ver como lhe dam ao rabo @s anh@s quando mamam
Estivem lendo estes dias outro livro da AGAL dos que pedira, ?Caracol ao Pôr-do-Sol?, do Ernesto Guerra da Cal. Eu nom sou mui dado a ler poesia (normalmente nom entendo nada), mas há cousas singelas como esta que me som realmente formosas.
ONTOLOGIA ÓPTICA
SER
é
ser visto
e
é
ver
E
se repararmos bem
o
SER
só
consiste
nisto:
É
só
por ver
e
ser visto
que
EU
existo
Ernesto Guerra da Cal
Estoril, 10 de Junho de 1987
Hoje fum cortar o cabelo. Sem eu querê-lo saim reflectido na porta do armário do meu quarto
Estes dias nom estivem na casa, andamos por aí . O domingo vimos ao Quico Cadaval em Vinilo, com um tal Roger Colom, que pensáramos que seria catalám (polo nome) mas devia de ser mexicano, e que nom havia quem o entendesse falando spanglish de Ciudad Juárez. Gostara mais doutra vez que o vira na Corunha, mas estivo bem. Pena que estávamos tam cansados que marchamos antes de acabar.
Cheguei ontem a casa, cansadíssimo da viagem. Pudem descansar, mas agora mesmo boto-a muitíssimo de menos. Estou a ouvir música irlandesa, Lúnasa, entrementes escrevo isto. Deu-me por aí, que levava tempo que a tinha esquecida. Adoro a uilleann pipes , gostaria imenso de a tocar.
Queria contar o riquíssima que estava a comida japonesa que comemos há duas semanas num restaurante mui moderno e ultrafashion (xD) da Corunha. Para começar, uns fidéus yakisoba, que eu foi do que mais gostei, e que se comiam genial com os pauzinhos. Há que dizer que me surpreendim a mim mesmo do bem que manejava os pauzinhos xD. Encantou-me comer com eles, por mim empregava-os todos os dias. Outr@s preferiam o garfo
Depois continuamos com umhas empadas chinesas, gyôza, muito saborosas. E já por fim umha variedade de sushi, para chupar os dedos. E para beber chá verde, viva!
Era já a segunda vez que comíamos comida japonesa, mas da outra vez nom gostara muito. Desta encantou-me. Isso sim, se vos põem wasabi com o sushi, umha pasta verde de rábano picante, tende muito cuidado, eu quase morro por colher muito, como pica!!!
Há uns dias pedim os livros que me correspondiam pola campanha Associa-te e ganha livros da AGAL. Eu já queria esses livros, de jeito que foi umha razom mais para associar-me, assim que já sabes, afilia-te!
Já lim ?Origem Certa do Farol de Alexandria?, do genial João Guisan Seixas (recomendo-vos que leiades a sua auto-biografia aqui). Um livrinho de contos precioso, do que lhe escuitara na rádio, no ?Diário Cultural? da Rádio Galega, a Ugia Pedreira dizer dele que era o Principezinho da literatura galega. E, certamente, tem esse mesmo ar de livro infantil, mas que nos fai pensar aos ?adultos? no neno ou nena que levamos dentro. Tudo o que lhe lim ao autor é realmente engenhoso, engraçadíssimo, dumha imaginaçom deslumbrante.
Podedes ler algo dele desde essa ligaçom que vos dei da sua ?auto-ortografia?, na Biblioteca Virtual Galega.
E para que vejades um exemplo, transcrevo aqui umha ?notinha? que antecede os contos, na que explica aos pequenos e pequenas que leiam o livro, o porquê está escrito como está escrito. Quiçá com esta nota, que eu nunca poderia ter escrito melhor, deveria ter começado o meu blogue: