Um pai denuncia os obstáculos para escolarizar a sua filha em galego

Um pai denuncia os obstáculos para escolarizar a sua filha em galego

28-10-2006

Quarta, 25 Outubro 2006

Carlos Outeiro, acusa a Junta de vulnerar a cooficialidade perante o conselho assessor da Carta Europeia das Línguas Minoritárias

PGL.- Em Ferrol está sediado um dos 17 licéus, que estreiam ogano os primeiros projectos de aulas de Infantil (3 a 5 anos) na íntegra em galego. O número ficou escasso para Carlos Outeiro, cuja filha estuda noutro licéu ferrolão. Para ela, denuncia o pai, a escolarização está a provocar o progressivo abandono da língua materna.
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Foi por este motivo que decidiu recorrer à Conselharia da Educação da Junta da Galiza, na procura duma solução que não tem chegado. A primeira resposta da chefia do serviço da ?Dirección Xeral de Innovación Educativa?, sugeriu-lhe apenas que enviasse um escrito ao director do centro, algo que já fez antano. «O director remitiu-no à inspecção, que tudo o que fez foi dizer que se cumpria com a legislação. Uma outra sugestão que me deram foi que falasse com a associação de mães e pais para visar de conseguir apoio. Mas se o consigo e me perguntam como podem apoiar-me, o que lhes digo? A isso não souberam responder-me. A normativa é da Conselharia, mas se não valer para resolver esta problemática, que a mudem eles próprios», declarou o pai.

Já por escrito, ?Educación? sugeriu-lhe que procurasse vaga noutro licéu, sem concretizarem nem lhe darem nenhuma facilidade para fazê-lo. Para este ferrolão, este caso demonstra mais uma vez «o muro da ?Administración? galega» para garantir realmente a verdadeira cooficialidade do galego, caso que já tem denunciado ante o conselho assessor da Carta Europeia de Línguas Minoritárias.

Material de texto em espanhol

A Conselharia aprovou todos os projectos apresentados ogano pelos licéus para aceder ao programa de unidades em galego. Porém a convocatória publicou-se quase a final do curso, tal como foi denunciado por outros pais e mães em situação similar, e em mais duma ocasião a vontade das mães e pais por aderir à iniciativa chocou com a negativa das equipas directivas dos centros escolares.

O Plano de Normalização, aprovado por consenso em 2004, determina que nas zonas de minoria galegofalante -o caso de certas cidades- deverá ministrar-se no mínimo o 33% das aulas de Infantil em galego. Contudo, assinala Outeiro, todo o material escolar da sua filha é em espanhol.

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