Esta é umha versom antiga do documento!

Proposta normativa da AGAL

Esclarecimentos prévios

A Ortografia e Morfologia para o galego-português moderno assenta nos seguintes princípios:

  • As propostas ortográficas da AGAL devem dar cabimento a todos os usos conscientes das pessoas que utilizam a ortografia portuguesa para o galego, independentemente de que uns poucos traços sejam mais ou menos convergentes com as normas afro-luso-brasileiras.
  • As propostas ortográficas da AGAL, antes do que prescrever, devem servir de alicerce para criar ferramentas pedagógicas e tecnológicas que facilitem o uso da língua escrita.
  • As propostas ortográficas da AGAL devem servir de apoio para reivindicar o reconhecimento da prática reintegracionista polos organismos públicos, assumindo que todo o que este documento contém é tanto português como galego.
  • As propostas ortográficas da AGAL assumem a premissa de que a modalidade internacional para o galego ainda está a ser construída, como de facto acontece com todas as línguas. Em casos como o nosso, porém, esta transitoriedade é mais acentuada, dado que os galegos e galegas precisam de comunicar com comunidades de falantes – da Galiza e do resto de países de língua portuguesa – que partem de hábitos ortográficos diferentes e possuem imaginários culturais diversos. O estado de subalternidade do galego na Galiza e o impacto das novas tecnologias na escrita tampouco podem ser obviados neste percurso.

Com base nesses princípios . . .

A presente consiste em:

  • Refletir num único documento os usos ortográficos atuais da generalidade dos reintegracionistas, assumindo que a variante internacional do galego ainda está a ser construída e que só a prática e testagem da escrita em diversos contextos a irá assentando.
  • Simplificar as regras na medida do possível, de modo a facilitar a sua consulta e a escolha de formas ortográficas ou morfológicas coerentes e válidas para qualquer sensibilidade ou preferências na hora de usar a língua.

A presente proposta desiste de:

  • Prescrever a norma futura do galego-português ou de empurrar as pessoas de prática reintegracionista a aderirem a este ou a outro estilo de escrita. Tampouco pretende promover o uso de um nome determinado para a língua – em último termo, a escolha depende do intuito perseguido por cada utente em cada contexto.
  • Interferir no grau de proximidade lexical, sintática, fraseológica ou pragmática com que os utentes pretendam aproximar-se ou afastar-se mais da língua usada na Galiza ou noutros países de língua portuguesa, sejam quais forem as escolhas ortográficas que adotem com base nos seus princípios ou nos contextos em que tenham que comunicar.

Para combinar o respeito devido à diversidade com a necessidade pragmática de simplificar as normas usamos os seguintes meios técnicos:

  • Nos casos em que se fornecem várias escolhas, privilegia-se o uso de apenas duas: a continuadora da normal AGAL na sua forma canônica (que sempre aparece em primeiro lugar só de maneira a ser identificada facilmente polos consulentes deste trabalho) e outra mais convergente com as fórmulas ortográficas e morfológicas maioritárias nos países de língua oficial portuguesa.
  • Para além das escolhas privilegiadas, também figuram outras, nomeadamente em nota de rodapé, de modo a que qualquer pessoa tenha possibilidade de continuar a fazer uso delas se o desejar.
  • Para redigir o texto, partimos das páginas dedicadas a expor a Normativa da AGAL presentes no Estudo Crítico (1989), dado que este já considerava todos os textos normativos anteriores: Estudo Crítico (1983), Prontuário Ortográfico Galego (1985) e Guia Prático de Verbos Galegos Conjugados (1989), ainda que os resuma em alguns casos. Este texto foi modificado no sentido de considerar diferentes ajustes normativos posteriores aprovados pola Comissom Lingüística da AGAL, nomeadamente o que incluiu o til em 1989, o que a adaptou ao Acordo Ortográfico em 1990 e o que incorporou o verbo traguer em 2013. Ainda, quando foi preciso fazer escolhas no sentido de privilegiar determinadas formas, foi tido em conta o Manual Galego de Língua e Estilo (2010), que descreveu os usos canônicos reconhecidos pola maioria dos utentes da que até hoje foi denominada “norma da AGAL”.

Porém, o principal contributo desta Ortografia e Morfologia para o galego-português moderno consiste em incluir outras formas mais convergentes com as variantes afro-luso-brasileiras da língua que já eram comuns no galego reintegrado moderno.

Tenha-se em conta, por último, que o propósito deste trabalho é só orientar quanto à morfologia e à ortografia, isto é, quanto à forma das palavras e à maneira de escrevê-las. Para mais esclarecimentos de carácter lexical ou morfossintático, bem como pontos ortográficos aqui ignorados, remetemos para o uso de dicionários e outras obras de consulta.

A Ortografia e Morfologia para o galego-português moderno

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