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O nome
1. Género dos nomes
Quanto ao comportamento dos nomes a respeito do género podemos distinguir:
1.1. Nomes sem marca de género
1.1.1. Com forma única para ambos os géneros
- a/o dentista, a/o estudante1), a/o jornalista, a/o jovem, a/o mártir, a/o selvagem, a/o servente
- comum, contente, cortês, fácil, feliz, maior, melhor, pior
1.1.2. Com um único género
- (a) águia, (a) água, (as) algemas, (a) andorinha, (a) arma, (a) arte, (a) criança, (a) equipa, (a) lagosta, (a) omoplata, (a) pessoa, (a) pétala, (a) platina, (a) policlínica, (a) precinta, (a) rádio (radiofonia), (a) sebe, (a) testemunha, (a) vítima
- (o) abutre, (o) bacalhau, (o) berço, (o) cuspe, (o) dia, (o) diapositivo, (o) espírito,(o) fantasma, (o) fim, (o) hipopótamo2), (o) ícone, (o) joelho, (o) parêntese, (o) pesadelo, (o) pezunho, (o) pintassilgo, (o) polvo, (o) rádio (aparelho), (o) riso, (o) suor, (o) rouxinol, (o) vime
1.1.2.1. Casos particulares:
- Do género masculino:
- os nomes das letras: o agá, o jota, o quê, o u, o xis, etc.
- os acabados em -ame e -ume:
- o arame, o certame, o cordame, o enxame, o ligame, o madeirame, o raizame, o velame, o vexame
- o costume, o cume, o legume, o lume, o pesadume, o queixume
- os seguintes também acabados em -e: o cárcere, o couce, o dote, o leite, o sangue, o úbere3)
- os seguintes acabados em -a: o alerta, o diadema, o estratagema, o nada, o samba
- e os seguintes acabados em consoante:
- o cal, o fel, o mel, o postal, o sal, o sinal, o til
- o calor, o labor, o mar
- o fim, o nariz, o pez
- Do género feminino:
- Os acabados em -agem4): a bagagem, a folhagem, a garagem, a homenagem, a linguagem, a paisagem, a passagem, a personagem, a roupagem, a vantagem, a viagem
- No entanto, salvo a laje, possuem género masculino os nomes acabados em -aje(m): o paje(m), o traje, o ultraje/aldraje
- Os nomes que designam árvores ou arbustos frutíferos, já que derivam normalmente dos nomes das frutas correspondentes que, maioritariamente, possuem género feminino: a ameixeira (a ameixa), a amendoeira (a amêndoa), a aveleira (a avelá/avelã), a cereijeira/cerdeira (a cereija)5), a ginjeira (a ginja), a laranjeira (a laranja), a macieira (a maçá/maçã), a nogueira (a noz), a oliveira (a oliva), a pereira (a pera)
- Mas o abacateiro (do abacate), o limoeiro (do limom/limão), o marmeleiro (do marmelo), o pereiro (do pêro), o pessegueiro (do pêssego)6)
- As seguintes palavras soltas: a análise, a árvore, a cor, a cute, a dor, a ênfase, a fraude, a frente, a ordem, a origem, a ponte, a síndrome (ou síndroma)
1.2. Nomes com marca de género: regras
Muitos nomes variam de género, o que também tem consequências no que respeita ao significado, nomeadamente quanto ao sexo e ao tamanho:
- barca - barco; cesta - cesto; gata - gato; judia - judeu; lenha - lenho; leoa - leom / leão; bela - belo; boa - bom; branca - branco; europeia - europeu; ligeira - ligeiro; loira - loiro; má - mau
1.2.a. Primeira regra:
Os nomes de igual raiz que formam o masculino em -o ou -e átonos apresentam um feminino em -a átono:
- aluno - aluna; chefe - chefa; mestre - mestra; monge - monja; ovo - ova; madeiro - madeira; médico - médica; porco - porca; belo - bela; formoso - formosa; grosso - grossa; molesto - molesta
1.2.b. Segunda regra:
Os nomes de igual raiz que apresentam o masculino em -eu formam o feminino em -eia7):
- ateu - ateia; europeu - europeia; galileu - galileia; hebreu - hebreia; jacobeu - jacobeia; maniqueu - maniqueia; pigmeu - pigmeia; plebeu - plebeia
- Excetuam-se: ilheu - ilhoa; judeu - judia; réu - ré; sandeu - sandia
1.2.c. Terceira regra:
Os nomes de igual raiz que na Galiza formam o masculino em -am, -ao (forma geral -ão), apresentam o feminino em -á (forma geral -ã):
- -am
- alemám/alemão – alemá/alemã
- capitám/capitão – capitá/capitã
- catalám/catalão – catalá/catalã
- charlatám/charlatão – charlatá/charlatã
- folgazám/folgazão – folgazá/folgazã
- guardiám/guardião – guardiá/guardião
- langrám/langrão – langrá/langrã
- nugalhám/nugalhão – nugalhá/nugalhã8)
- rufiám/rufião – rufiá/rufiã, etc
- -ao
- aldeao/aldeão – aldeá/aldeã
- anao/anão – aná/anã
- anciao/ancião – anciá/anciã
- artesao/artesão – artesá/artesã
- cidadao/cidadão – cidadá/cidadã
- cirurgiao/cirurgião – cirurgiá/cirurgiã
- cortesao/cortesão – cortesá/cortesã
- cristao/cristão – cristá/cristã
- hortelao/hortelão – hortelá/hortelã
- irmao/irmão – irmá/irmã
- marrao/marrão – marrá/marrã
- pagao/pagão – pagá/pagã
- sao/são – sá/sã
- temporao/temporão – temporá/temporã
- vao/vão – vá/vã
- vilao/vilão9) – vilá / vilã
- No caso de órfao/órfão – orfa/órfã10) esta regra verifica-se em sílaba átona.
Porém, muitos nomes próprios e um comum possuem unicamente a forma feminina em -ana:
- Fabiana (Fabiám/Fabião)
- Joana (Joám/João)
- Juliana (Juliám/Julião)
- sultana (sultám/sultão)
Repare-se que a palavra mau, apesar de ter origem diferente, tem um feminino semelhante aos casos que acabamos de ver: má.
1.2.d. Quarta regra:
Os nomes acabados em vogal tónica ou consoante para o masculino (exceto desinências vistas na terceira regra) apresentam no feminino um -a final acrescentado na mesma raiz que a do masculino:
- andaluz - andaluza; cru - crua11); espanhol - espanhola; freguês - freguesa; ganhador - ganhadora; leitor - leitora
Excetua-se:
- O adjetivo só tem forma invariável (Ele está só / Ela está só), sendo comum utilizar-se o diminutivo (sozinho/sozinha) em contextos ambíguos
- A forma avó (com -ó final aberto) é feminina e corresponde à masculina avô (com -ô final fechado)12))
- Os nomes acabados em -om (ão se estivermos a usar as formas gerais) para o masculino
- acabam em -ona no feminino se este sufixo tem carácter aumentativo ou depreciativo:
- cabeçom/cabeção – cabeçona; chorom/chorão – chorona
- exibem um feminino sem o -m final da raiz do masculino, quando o sufixo apresenta outros valores:
- anfitriom/anfitrião – anfitrioa (/ anfitriã)
- bom - boa
- bretom/bretão – bretoa (/ bretã)
- campeom/campeão – campeoa (/ campeã)
- ladrom/ladrão – ladroa (e ladra)
- leitom/leitão - leitoa
- leom/leão - leoa
- patrom/patrão - patroa
- retouçom/retoução - retouçoa