Diferenças

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Ligaçom para esta vista de comparaçom

pt_agal:normas:norma_da_agal:morfologia:o_nome [04/11/2016 19:06]
ramom [III.2.1.2. Nomes com marca de género: regras]
pt_agal:normas:norma_da_agal:morfologia:o_nome [14/11/2016 19:51] (Actual)
ramom [III.2.2.1. Nomes que variam quanto ao número: regras]
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 === III.2.1.1.1. Com forma única para ambos os géneros === === III.2.1.1.1. Com forma única para ambos os géneros ===
  
-  * a/o //dentista//, a/o //estudante//((As modernas tendências niveladoras da linguagem admitem que certas palavras terminadas em -//nte//, sem marca de género do ponto de vista da gramática tradicional, sejam feminizadas (//estudanta, presidenta, serventa//), seguindo o caminho das que inicialmente eram usadas apenas com -o: //ministra, médica, advogada//)), a/o //jornalista//, a/o //jovem//, a/o //mártir//, a/o //selvagem//, a/o //servente//+  * a/o //dentista//, a/o //estudante//((As modernas tendências igualitárias da linguagem admitem que certas palavras terminadas em -//nte//, sem marca de género do ponto de vista da gramática tradicional, sejam feminizadas (//estudanta, presidenta, serventa//), seguindo o caminho das que inicialmente eram usadas apenas com -o: //ministra, médica, advogada//)), a/o //jornalista//, a/o //jovem//, a/o //mártir//, a/o //selvagem//, a/o //servente//
   * //comum, contente, cortês, fácil, feliz, maior, melhor, pior//   * //comum, contente, cortês, fácil, feliz, maior, melhor, pior//
  
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   * (a) //águia//, (a) //água//, (as) //algemas//, (a) //andorinha//, (a) //arma//, (a) //arte//, (a) //criança//, (a) //equipa//, (a) //lagosta//, (a) //omoplata//, (a) //pessoa//, (a) //pétala//, (a) //platina//, (a) //policlínica//, (a) //precinta//, (a) //rádio// (radiofonia), (a) //sebe//, (a) //testemunha//, (a) //vítima//   * (a) //águia//, (a) //água//, (as) //algemas//, (a) //andorinha//, (a) //arma//, (a) //arte//, (a) //criança//, (a) //equipa//, (a) //lagosta//, (a) //omoplata//, (a) //pessoa//, (a) //pétala//, (a) //platina//, (a) //policlínica//, (a) //precinta//, (a) //rádio// (radiofonia), (a) //sebe//, (a) //testemunha//, (a) //vítima//
-  * (o) //abutre//, (o) //bacalhau//, (o) //berço//, (o) //cuspe//, (o) //dia//, (o) //diapositivo//, (o) //espírito//,(o) //fantasma//, (o) //fim//, (o) //hipopótamo//((As modernas tendências niveladoras da linguagem admitem dous géneros com certos nomes de animais que possuem apenas um do ponto de vista da gramática tradicional, nomeadamente os acabados em -o, mas também em -e:  a //hipopótama//, a //elefanta//, etc.)), (o) //ícone//, (o) //joelho//, (o) //parêntese//, (o) //pesadelo//, (o) //pezunho//, (o) //pintassilgo//, (o) //polvo//, (o) //rádio// (aparelho), (o) //riso//, (o) //suor//, (o) //rouxinol//, (o) //vime//+  * (o) //abutre//, (o) //bacalhau//, (o) //berço//, (o) //cuspe//, (o) //dia//, (o) //diapositivo//, (o) //espírito//,(o) //fantasma//, (o) //fim//, (o) //hipopótamo//((As modernas tendências igualitárias da linguagem admitem dous géneros com certos nomes de animais que possuem apenas um do ponto de vista da gramática tradicional, nomeadamente os acabados em -o, mas também em -e:  a //hipopótama//, a //elefanta//, etc.)), (o) //ícone//, (o) //joelho//, (o) //parêntese//, (o) //pesadelo//, (o) //pezunho//, (o) //pintassilgo//, (o) //polvo//, (o) //rádio// (aparelho), (o) //riso//, (o) //suor//, (o) //rouxinol//, (o) //vime//
  
  
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 Os nomes de igual raiz que formam o masculino em -**o** ou -**e** átonos apresentam um feminino em -a átono: Os nomes de igual raiz que formam o masculino em -**o** ou -**e** átonos apresentam um feminino em -a átono:
-  * //aluno aluna; chefe chefa; mestre mestra; monge monja; ovo ova; madeiro madeira; médico médica; porco porca; belo bela; formoso formosa; grosso grossa; molesto molesta// +  * //aluno → aluna; chefe → chefa; mestre → mestra; monge → monja; ovo → ova; madeiro → madeira; médico → médica; porco → porca; belo → bela; formoso → formosa; grosso → grossa; molesto → molesta// 
  
 === III.2.1.2.b. Segunda regra: === === III.2.1.2.b. Segunda regra: ===
  
 Os nomes de igual raiz que apresentam o masculino em -**eu** formam o feminino em -**eia**((Também temos as formas sem iode //atea, europea//, as mais comuns atualmente na oralidade galega)): Os nomes de igual raiz que apresentam o masculino em -**eu** formam o feminino em -**eia**((Também temos as formas sem iode //atea, europea//, as mais comuns atualmente na oralidade galega)):
-  * //ateu ateia; europeu europeia; galileu galileia; hebreu hebreia; jacobeu jacobeia; maniqueu maniqueia; pigmeu pigmeia; plebeu plebeia// +  * //ateu → ateia; europeu → europeia; galileu → galileia; hebreu → hebreia; jacobeu → jacobeia; maniqueu → maniqueia; pigmeu → pigmeia; plebeu → plebeia// 
-    * Excetuam-se: //ilheu ilhoa; judeu judia; réu ré; sandeu sandia//+    * Excetuam-se: //ilheu → ilhoa; judeu → judia; réu → ré; sandeu → sandia//
  
 === III.2.1.2.c. Terceira regra: === === III.2.1.2.c. Terceira regra: ===
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 Os nomes de igual raiz que na Galiza formam o masculino em -**am**, -**ao** (forma geral -**ão**), apresentam o feminino em -**á** (forma geral -**ã**): Os nomes de igual raiz que na Galiza formam o masculino em -**am**, -**ao** (forma geral -**ão**), apresentam o feminino em -**á** (forma geral -**ã**):
   * -**am**   * -**am**
-    * alemám/alemão – alemá/alemã +    * alemám/alemão → alemá/alemã 
-    * capitám/capitão – capitá/capitã +    * capitám/capitão → capitá/capitã 
-    * catalám/catalão – catalá/catalã +    * catalám/catalão → catalá/catalã 
-    * charlatám/charlatão – charlatá/charlatã +    * charlatám/charlatão → charlatá/charlatã 
-    * folgazám/folgazão – folgazá/folgazã +    * folgazám/folgazão → folgazá/folgazã 
-    * guardiám/guardião – guardiá/guardião +    * guardiám/guardião → guardiá/guardião 
-    * langrám/langrão – langrá/langrã +    * langrám/langrão → langrá/langrã 
-    * nugalhám/nugalhão – nugalhá/nugalhã((Langrám... e nugalhám... figuram como termos exclusivos da Galiza)) +    * nugalhám/nugalhão → nugalhá/nugalhã((Langrám e nugalhám figuram como termos exclusivos da Galiza)) 
-    * rufiám/rufião – rufiá/rufiã, etc+    * rufiám/rufião → rufiá/rufiã, etc
   * -**ao**   * -**ao**
-    * aldeao/aldeão – aldeá/aldeã +    * aldeao/aldeão aldeã 
-    * anao/anão – aná/anã +    * anao/anão → aná/anã 
-    * anciao/ancião – anciá/anciã +    * anciao/ancião → anciá/anciã 
-    * artesao/artesão – artesá/artesã +    * artesao/artesão → artesá/artesã 
-    * cidadao/cidadão – cidadá/cidadã +    * cidadao/cidadão → cidadã 
-    * cirurgiao/cirurgião – cirurgiá/cirurgiã +    * cirurgiao/cirurgião → cirurgiá/cirurgiã 
-    * cortesao/cortesão – cortesá/cortesã +    * cortesao/cortesão → cortesã 
-    * cristao/cristão – cristá/cristã +    * cristao/cristão → cristá/cristã 
-    * hortelao/hortelão – hortelá/hortelã +    * hortelao/hortelão → hortelá/hortelã 
-    * irmao/irmão – irmá/irmã +    * irmao/irmão → irmá/irmã 
-    * marrao/marrão – marrá/marrã +    * marrao/marrão → marrá/marrã 
-    * pagao/pagão – pagá/pagã +    * pagao/pagão → pagá/pagã 
-    * sao/são – sá/sã +    * sao/são → sá/sã 
-    * temporao/temporão – temporá/temporã +    * temporao/temporão → temporá/temporã 
-    * vao/vão – vá/vã +    * vao/vão → vá/vã 
-    * vilao/vilão((Também temos as formas masculinas //aldeám, anám, anciám, artesám, cidadám, cortesám, cirurgiám, cristám, hortelám, irmám, marrám, pagám, sám, temporám, vám e vilám//, especialmente com o intuito de representar a pronúncia galega ocidental, mas pouco usadas atualmente na escrita reintegracionista)) – vilá / vilã +    * vilao/vilão((Também temos as formas masculinas //aldeám, anám, anciám, artesám, cidadám, cortesám, cirurgiám, cristám, hortelám, irmám, marrám, pagám, sám, temporám, vám e vilám//, especialmente com o intuito de representar a pronúncia galega ocidental, mas pouco usadas atualmente na escrita reintegracionista)) → vilá / vilã 
  
-  * No caso de órfao/órfão – orfa/órfã((Temos também a forma popular galega orfo/orfa)) esta regra verifica-se em sílaba átona.+  * No caso de órfao/órfão → orfa/órfã((Também temos a forma popular galega orfo/orfa)) esta regra verifica-se em sílaba átona.
  
 Porém, muitos nomes próprios e um comum possuem unicamente a forma feminina em -**ana**: Porém, muitos nomes próprios e um comum possuem unicamente a forma feminina em -**ana**:
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 Os nomes acabados em vogal tónica ou consoante para o masculino (exceto desinências vistas na terceira regra) apresentam no feminino um -**a** final acrescentado na mesma raiz que a do masculino: Os nomes acabados em vogal tónica ou consoante para o masculino (exceto desinências vistas na terceira regra) apresentam no feminino um -**a** final acrescentado na mesma raiz que a do masculino:
-  * //andaluz andaluza; cru crua((A palavra feminina grua tem, porém, um masculino grou)); espanhol espanhola; freguês freguesa; ganhador ganhadora; leitor leitora//+  * //andaluz → andaluza; cru → crua((A palavra feminina grua tem, porém, um masculino grou)); espanhol → espanhola; freguês → freguesa; ganhador → ganhadora; leitor → leitora//
  
 Excetua-se: Excetua-se:
   * O adjetivo //só// tem forma invariável (Ele está //só// / Ela está //só//), sendo comum utilizar-se o diminutivo (//sozinho/sozinha//) em contextos ambíguos   * O adjetivo //só// tem forma invariável (Ele está //só// / Ela está //só//), sendo comum utilizar-se o diminutivo (//sozinho/sozinha//) em contextos ambíguos
-  * A forma //avó// (com -**ó** final aberto) é feminina e corresponde à masculina //avô// (com -**ô** final fechado)((Temos, no entanto, a possibilidade de flexioná-lo regularmente: //avô-avoa// (traço só galego)))+  * A forma //avó// (com -**ó** final aberto) é feminina e corresponde à masculina //avô// (com -**ô** final fechado)((Temos, no entanto, a possibilidade de flexioná-lo regularmente: //avô → avoa// (traço só galego)))
   * Os nomes acabados em -**om** (**ão** se estivermos a usar as formas gerais) para o masculino   * Os nomes acabados em -**om** (**ão** se estivermos a usar as formas gerais) para o masculino
     * acabam em -**ona** no feminino se este sufixo tem carácter aumentativo ou depreciativo:     * acabam em -**ona** no feminino se este sufixo tem carácter aumentativo ou depreciativo:
-      * //cabeçom/cabeção – cabeçona; chorom/chorão – chorona//+      * //cabeçom/cabeção → cabeçona; chorom/chorão → chorona//
     * exibem um feminino sem o -**m** final da raiz do masculino, quando o sufixo apresenta outros valores:     * exibem um feminino sem o -**m** final da raiz do masculino, quando o sufixo apresenta outros valores:
-      * anfitriom/anfitrião – anfitrioa (/ anfitriã) +      * anfitriom/anfitrião → anfitrioa (/ anfitriã) 
-      * bom boa +      * bom → boa 
-      * bretom/bretão – bretoa (/ bretã) +      * bretom/bretão → bretoa (/ bretã) 
-      * campeom/campeão – campeoa (/ campeã) +      * campeom/campeão → campeoa (/ campeã) 
-      * ladrom/ladrão – ladroa (e ladra) +      * ladrom/ladrão → ladroa (e ladra) 
-      * leitom/leitão leitoa +      * leitom/leitão → leitoa 
-      * leom/leão leoa +      * leom/leão → leoa 
-      * patrom/patrão patroa +      * patrom/patrão → patroa 
-      * retouçom/retoução retouçoa+      * retouçom/retoução → retouçoa
  
  
-==== 1.3. Procedimentos lexicais para o esclarecimento do sexo ====+==== III.2.1.3. Procedimentos lexicais para o esclarecimento do sexo ====
  
 Em certos casos, os opostos macho / fêmea estabelecem-se por meios lexicais, com sufixos derivativos ou com bases lexicais diferentes (com raízes diversas). Em certos casos, os opostos macho / fêmea estabelecem-se por meios lexicais, com sufixos derivativos ou com bases lexicais diferentes (com raízes diversas).
  
-=== 1.3.a. Sufixos derivativos -es-, -is-, -triz, -deir-, -inh- e -in- ===+=== III.2.1.3.a. Sufixos derivativos -es-, -is-, -triz, -deir-, -inh- e -in- ===
  
-  * abade abadessa; alcaide alcaidessa +  * abade → abadessa; alcaide → alcaidessa 
-  * conde condesa; cônsul consulesa; duque duquesa; jogral jogralesa +  * conde → condesa; cônsul → consulesa; duque → duquesa; jogral → jogralesa 
-  * javali javalina; czar czarina; herói heroína +  * javali → javalina; czar → czarina; herói → heroína 
-  * poeta poetisa; profeta profetisa; sacerdote sacerdotisa +  * poeta → poetisa; profeta → profetisa; sacerdote → sacerdotisa 
-  * ator atriz; embaixador embaixatriz; imperador imperatriz +  * ator → atriz; embaixador → embaixatriz; imperador → imperatriz 
-  * cantador – cantadeira; cerzidor – cerzideira; lavrador – lavradeira; vendedor vendedeira((Num grande número de palavras, a maioria das tendências igualitárias da linguagem rejeitam certas marcas irregulares para o género feminino, preferindo sempre //poeta, profeta, embaixadora, imperadora, lavradora, vendedora//, etc.)) +  * cantador → cantadeira; cerzidor → cerzideira; lavrador → lavradeira; vendedor → vendedeira((Num grande número de palavras, a maioria das tendências igualitárias da linguagem rejeitam certas marcas irregulares para o género feminino, preferindo sempre //poeta, profeta, embaixadora, imperadora, lavradora, vendedora//, etc.)) 
-  * galo galinha+  * galo → galinha
  
-=== 1.3.b Bases lexicais diferentes ===+=== III.2.1.3.bBases lexicais diferentes ===
 ^ Masculino ^ Feminino ^ ^ Masculino ^ Feminino ^ ^ Masculino ^ Feminino ^ ^ Masculino ^ Feminino ^
 | bode, cabrom/cabrão  | cabra   | | grou                  | grua      | | bode, cabrom/cabrão  | cabra   | | grou                  | grua      |
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 | carneiro             | ovelha  | | //padre// (religioso) | //madre// (religiosa) | | carneiro             | ovelha  | | //padre// (religioso) | //madre// (religiosa) |
 | cavaleiro            | dama    | | padrinho              | madrinha  | | cavaleiro            | dama    | | padrinho              | madrinha  |
-| cavalo               | égua    | | pai                   | mae/mãe((Temos também //nai//, forma característica dos dialetos ocidentais galegos))         |+| cavalo               | égua    | | pai                   | mae/mãe((Também temos //nai//, forma característica dos dialetos ocidentais galegos))         |
 | compadre             | comadre | | perdigom/perdigão     | perdiz    | | compadre             | comadre | | perdigom/perdigão     | perdiz    |
 | frade                | freira  | | príncipe              | princesa  | | frade                | freira  | | príncipe              | princesa  |
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 | genro                | nora    | | rei                   | rainha    | | genro                | nora    | | rei                   | rainha    |
  
 +
 +===== III.2.2. Número dos nomes =====
 +
 +Polo comportamento dos nomes a respeito do número podemos distinguir:
 +  * Nomes com forma única:
 +    * número único:
 +      * //fé, janeiro, junho, leite, norte, prata, socialismo, sul//
 +      * //belas-artes, calças, exéquias, fezes, olheiras, prolegómenos, víveres//
 +    * forma única para ambos os números: 
 +      * o/os //alferes//, o/os //atlas//, o/os //clímax//, o/os //lápis//, o/os //ourives//, o/os //tira-nódoas//, o/os //tórax//, //simples//
 +  * Nomes com duas formas, número singular e número plural:
 +    * bom → bons; funil → funis; hábil → hábeis; lei → leis; manada → manadas; provável → prováveis
 +
 +==== III.2.2.1. Nomes que variam quanto ao número: regras ====
 +
 +=== III.2.2.1.a. Primeira regra ===
 +Os nomes que em singular acabam em vogal ou -**m** apresentam no plural um -**s** acrescentado à forma de singular (leve-se em conta apenas que o -**m** final passa a -**n**- ao ficar no interior da sílaba):
 +  * //a → as; boi → bois; controlo → controlos//((Também cabe a forma //controle → controles//, cujo uso é habitual no Brasil)); //elite → elites; fole → foles; herói → heróis; hindu → hindus; irmao/irmão → irmaos/irmãos//((Também se pode escrever //irmám/mam// para representar a pronúncia das variedades mais ocidentais da Galiza nestas palavras e outras análogas. Neste caso, a forma de plural correspondente seguiria o modelo de //irmáns, mans//)); //javali → javalis; lei → leis; mole → moles//((Temos também as formas singulares de carácter popular //fol, mol, pel// e //val//, com igual plural: foles, moles, peles, vales)); //pau → paus; pele → peles; regime → regimes//((Note-se que alguns nomes deslocam o acento nas formas de plural: //carácter → caracteres, espécime → especimes, júnior → juniores, sénior → seniores//, mas no caso de //regimes// (sing. //regime//), a palavra fica grave nos dous números)); //rei → reis; réu → réus; vale → vales//
 +  * //álbum → álbuns; bom → bons; cançom (/canção) → cançons (/canções)//((Para as palavras do tipo pam e cançom temos ainda o plural que figura entre parêntese: consulte-se a segunda regra)); //jovem → jovens; pam (/pão) → pans (/pães); rim → rins//
 +
 +=== III.2.2.1.b. Segunda regra ===
 +Entre os acabados em -**m**, existe um grupo de nomes findos em -**am** e -**om** (formas usadas na Galiza) / **ão** (formas gerais) que podem registar um plural regular conforme foi enunciado na primeira regra, acrescentando -**s**, ou irregular, com as desinências -**ões** / -**ães**:
 +  * cam/cão → cans/cães
 +  * capitám/capitão → capitáns/capitães
 +  * camiom/camião → camions/camiões
 +  * coraçom/coração → coraçons/corações((Confrontem-se estas terminações de plural com as do espanhol: //irmãos – hermanos, mãos – manos// (← ANOS); //cães – canes, pães – panes, capitães – capitanes// (← ANES); //canções – canciones; corações – corazones// (← ONES). Para além das terminações esperadas, noutras variantes da nossa língua existe a possibilidade de um plural alternativo nas seguintes palavras de uso frequente: //aldeão (aldeãos/aldeões/aldeães)//; //anão (anãos/anões)//; //ancião (anciãos/anciões/anciães)//; //castelão (castelãos/castelões)//; //corrimão (corrimãos/corrimões)//; //deão (deães/deões)//; //ermitão (ermitães/ermitãos/ermitões)//; //hortelão (hortelãos/hortelões)//; //refrão (refrães/refrãos)//; //rufião (rufiães/rufiões)//; //sultão (sultões/sultãos/sultães)//; //truão (truães/truões)//; //verão (verões/verãos)//; //vilão (vilãos; vilões)//))
 +
 +Os plurais de tipo irregular correspondem-se com os históricos galego-portugueses, com os gerais lusófonos atuais e em certo modo com os orientais galegos((Para representar os plurais característicos deste tipo de palavras masculinas, já se tem recorrido às desinências -**ais**, -**ois** (//cais, camiois//), variantes desnasaladas das gerais -**ães**, -**ões** que também seriam admissíveis e características da maior parte das falas galegas orientais. Tenha-se em conta, porém, a instabilidade diacrónica destas formas, que já foram grafadas em Portugal como //caens/cãis, Camoes/camõis, coraçoens/coraçõis//, a transcreverem fielmente o ditongo nasalado)).
 +
 +=== III.2.2.1.c. Terceira regra ===
 +Aos nomes que em singular acabam em consoante -**n**, -**r**, -**s** e -**z** acrescenta-se -**es** para formar o plural:
 +  * //hífen → hífenes//((Temos também //hifens// se aplicarmos a primeira regra (para os nomes acabados em -**m**) à palavra //hífen//, como é prática habitual no Brasil.)); //flor → flores; melhor → melhores; pior → piores; deus → deuses; país → países; português → portugueses; cruz → cruzes; raiz → raízes; rapaz → rapazes//
 +
 +=== III.2.2.1.d. Quarta regra ===
 +Os nomes terminados em -**al**, -**el**, -**ol** e -**ul** (tónicos ou átonos) em singular apresentam -**is** no plural, sem o -**l** final do singular((Temos um comportamento contrário à regra no caso de //cônsules// (cônsul) e //males// (mal). E ainda alguns casos que admitem o plural regular e o irregular: //féis// ou //feles// (fel), //tiles// ou //tis// (til), //méis// ou //meles// (mel))):
 +  * //animal → animais; fatal → fatais; sal → sais, total → totais//
 +  * //móvel → móveis; papel → papéis; túnel → túneis//
 +  * //anzol → anzóis; lençol → lençóis; sol → sóis, urinol → urinóis//
 +  * //azul → azuis// 
 +
 +=== III.2.2.1.e. Quinta regra ===
 +Os nomes agudos terminados em -**il** no singular apresentam no plural um -**s** em vez do -**l**:
 +  * //barril → barris; covil → covis; funil → funis; gentil → gentis; vil → vis//
 +
 +=== III.2.2.1.f. Sexta regra ===
 +Os nomes graves terminados em -**il** no singular apresentam no plural -**eis** em vez de -**il**:
 +  * //débil → débeis; fácil → fáceis; fóssil → fósseis; móbil (motivo) → móbeis; réptil → répteis; útil → úteis//
 +
 +=== III.2.2.1.g. Plural nas palavras compostas unidas por traço ===
 +  * Quando o primeiro elemento do composto admite plural (substantivo, adjetivo, numeral ordinal ou partitivo), normalmente ficam no plural os dous elementos do composto:
 +    * //couve-flor → couves-flores; peixe-espada → peixes-espadas; cofre-forte → cofres-fortes; guarda-florestal → guardas-florestais//
 +    * //meio-dia → meios-dias; quarta-feira → quartas-feiras; terça-feira → terças-feiras//
 +    * //gentil-homem → gentis-homens; social-democrata → sociais-democratas; curta-metragens → curtas-metragens; curto-circuito → curtos-circuitos; surdo-mudo → surdos-mudos; amarelo-claro → amarelos-claros; azul-marinho → azuis-marinhos; verde-escuro → verdes-escuros//
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 +  * Porém, nalguns casos concretos em que se considera que o segundo elemento funciona de determinante específico do primeiro, só este elemento vai para o plural:
 +    * //andar-modelo → andares-modelo; decreto-lei → decretos-lei; palavra-chave → palavras-chave; sofá-cama → sofás-cama; carro-cisterna → carros-cisterna; conceito-chave → conceitos-chave//
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 +  * No resto dos casos, isto é, quando o primeiro elemento é invariável (advérbios, verbos, adjetivos com forma reduzida, numerais cardinais, etc.) só o segundo elemento vai para o plural:
 +    * //afro-americano → afro-americanos; baixo-relevo → baixo-relevos; bule-bule → bule-bules; euro-deputada → euro-deputadas; guarda-lama → guarda-lamas; luso-descendente → luso-descendentes; recém-nascida → recém-nascidas; sete-mesinho → sete-mesinhos//
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