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pt_agal:teoria:lexico_e_gramatica [09/11/2010 17:14]
ramom
pt_agal:teoria:lexico_e_gramatica [10/02/2014 13:29] (Actual)
ramom [Galicia ou Galiza?]
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 ====== Léxico e gramática ====== ====== Léxico e gramática ======
  
-==== Desapareceriam as palavras galegas se triunfassem as vossas posturas? ====+===== Desapareceriam as palavras galegas se triunfassem as vossas posturas? =====
  
-As palavras galegas levam séculos a desaparecer substituídas polas castelhanas. Desaparecem sobretudo aquelas palavras que, por serem mui diferentes das castelhanas, dificultam a comunicaçom com falantes de castelhano ou falantes de galego mui castelhanizados. Palavras como porto, pequeno, castelo ou terra som parecidas às correspondentes castelhanas e não criam obstáculos à comunicaçom. As que nom tenhem essa “sorte” caem em desuso e mesmo recebem a alcunha de estrangeiras ([[pt_agal:teoria:lusismos]]) ou invenções: segunda-feira, bochecha, polvo, acanhado, alfaiate ou armadilha. Como escreveu, na revista Nós, a linguísta alemá Margot Sponer: <blockquote>  //Cantas veces por empregar eu as verdadeiras formas galegas tomáronme por portuguesa!//(("Algunhas notas dos meus estudos sobre filoloxía galega", NÓS, no 37, 1927)) </blockquote>+As palavras galegas levam séculos a desaparecer substituídas polas castelhanas. Desaparecem sobretudo aquelas palavras que, por serem mui diferentes das castelhanas, dificultam a comunicaçom com falantes de castelhano ou falantes de galego mui castelhanizados. Palavras como porto, pequeno, castelo ou terra som parecidas às correspondentes castelhanas e nom criam obstáculos à comunicaçom. As que nom tenhem essa “sorte” caem em desuso e mesmo recebem a alcunha de estrangeiras ([[pt_agal:teoria:lusismos]]) ou invenções: segunda-feira, bochecha, polvo, acanhado, alfaiate ou armadilha. Como escreveu, na revista Nós, a linguísta alemá Margot Sponer: <blockquote>  //Cantas veces por empregar eu as verdadeiras formas galegas tomáronme por portuguesa!//(("Algunhas notas dos meus estudos sobre filoloxía galega", NÓS, no 37, 1927)) </blockquote>
  
-A estratégia reintegracionista promove a revitalizaçom do léxico perdido ou moribundo como é o caso paradigmático dos [[pt_agal:teoria:dias da semana]] bem como preencher as nossas lacunas lexicais nom com o castelhano mas com as outras variedades do nosso sistema linguístico. É o caso das realidades modernas, aquelas aparecidas desde que acabou a idade média.+A estratégia reintegracionista promove a revitalizaçom do léxico perdido ou moribundo como é o caso paradigmático dos [[pt_agal:teoria:dias da semana]] bem como preencher as nossas lacunas lexicaisnom com o castelhanomas com as outras variedades do nosso sistema lingüístico. É o caso das realidades modernas, aquelas aparecidas desde que acabou a idade média.
  
 Para saber mais ver este [[http://www.agal-gz.org/modules.php?name=Encyclopedia&op=list_content&eid=2|dicionário de pretensos lusismos]].  Para saber mais ver este [[http://www.agal-gz.org/modules.php?name=Encyclopedia&op=list_content&eid=2|dicionário de pretensos lusismos]]. 
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-==== Quando existem palavras galegas porque usades as portuguesas? ====+===== Quando existem palavras galegasporque usades as portuguesas? =====
  
 Essa oposiçom entre palavras galegas e portuguesas é menos comum do que podas pensar. Acontece que é relativamente fácil delimitar o que é umha palavra castelhana e umha inglesa. Podes experimentar [[pt_agal:teoria:aqui]].  Essa oposiçom entre palavras galegas e portuguesas é menos comum do que podas pensar. Acontece que é relativamente fácil delimitar o que é umha palavra castelhana e umha inglesa. Podes experimentar [[pt_agal:teoria:aqui]]. 
  
-Ora, para delimitar entre as palavras que usamos habitualmente na Galiza quais som castelhanas e quais nom o som nom chega com um olhar superficial. A similitude entre a nossa língua e a castelhana é bastante grande e se a isso unimos o interiorizada que temos a segunda delas, torna difícil a olhos nus discernir o castelhanismo.+Ora, para delimitar entre as palavras que usamos habitualmente na Galiza quais som castelhanas e quais nom o som nom chega com um olhar superficial. A similitude entre a nossa língua e a castelhana é bastante grande ese a isso unimos o interiorizada que temos a segunda delas, torna-se difícil a olhos nus discernir o castelhanismo.
  
-Assim sendo, o que acontece a maioria das vezes é usarmos palavras da nossa língua para denominar realidades que outras pessoas denominam com palavras castelhanas: caneta (para bolígrafo), maçarico (soplete), colapso (pájara), cadeirom (sillón), mola (muelle) ou cartom (tarjeta).+Assim sendo, o que acontece a maioria das vezes é usarmos palavras da nossa língua para denominar realidades que outras pessoas denominam com palavras castelhanas: roçadora (para desbrozadora), maçarico (soplete), debulhadora (para cosechadora), colapso (pájara), cadeirom (sillón), mola (muelle) ou cartom (tarjeta).
  
 Seja como for, quando existem palavras galegas de escasso uso no resto da lusofonia, fazemos uso delas como podes testar com [[http://www.google.pt/search?num=100&hl=pt-BR&lr=lang_pt&biw=1366&bih=573&as_qdr=all&tbs=lr%3Alang_1pt&q=%22aginha%22+-santo&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=|aginha]], [[http://www.google.pt/search?num=100&hl=pt-BR&lr=lang_pt&biw=1366&bih=573&as_qdr=all&tbs=lr%3Alang_1pt&q=%22avonda%22&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=|avondar]] ou [[http://www.google.pt/search?as_q=argalhar&hl=pt-BR&biw=1350&bih=557&tbs=lr%3Alang_1pt&num=100&btnG=Pesquisa+Google&as_epq=&as_oq=&as_eq=&lr=lang_pt&cr=&as_ft=i&as_filetype=&as_qdr=all&as_occt=any&as_dt=i&as_sitesearch=&as_rights=&safe=images|argalhar]]. Seja como for, quando existem palavras galegas de escasso uso no resto da lusofonia, fazemos uso delas como podes testar com [[http://www.google.pt/search?num=100&hl=pt-BR&lr=lang_pt&biw=1366&bih=573&as_qdr=all&tbs=lr%3Alang_1pt&q=%22aginha%22+-santo&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=|aginha]], [[http://www.google.pt/search?num=100&hl=pt-BR&lr=lang_pt&biw=1366&bih=573&as_qdr=all&tbs=lr%3Alang_1pt&q=%22avonda%22&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=|avondar]] ou [[http://www.google.pt/search?as_q=argalhar&hl=pt-BR&biw=1350&bih=557&tbs=lr%3Alang_1pt&num=100&btnG=Pesquisa+Google&as_epq=&as_oq=&as_eq=&lr=lang_pt&cr=&as_ft=i&as_filetype=&as_qdr=all&as_occt=any&as_dt=i&as_sitesearch=&as_rights=&safe=images|argalhar]].
  
  
-==== Queredes que as pessoas falem com ‘lusismos’? ====+===== Galicia ou Galiza=====
  
-É melhor reservar os desejos para o inexistente ou de que carecemos. Os galego-falantes já falam com lusismos o dia todo, essencialmente porque falam a mesma língua que os portuguesas e portuguesas.  
  
-Importante seria desvendar o que é um lusismo. Socialmente tende a se usar esta denominaçom para toda palavra galega sentida como pouco natural, inventada ou trazida de Portugal: Galiza, polvo, estrada, prato, até ou geonlho seriam lusismo. Em geral, aplica-se a palavras galegas que caíram em desuso. Assim sendo, qualquer palavra galega tem a hipótese de se tornar um lusismo. Pode acontecer que algum dia o sejam palavras como onte, sorte ou “se quadra” dada o uso extenso que hoje temos de //aier, suerte// ou //ao melhor/quiçá//.+Nom há dúvida algumha de que a forma correta em castelhano é //Galicia//. 
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 +Por sua vez a forma originária galega é //Galiza//, e assim o rei Afonso X de Castela, o último rei a ser educado na Galiza((Plenamente bilíngue é autor/promotor de obras tanto em galego como em castelhano.)), quando escreve em galego usa sempre //Galiza//((No galego medieval além da maioritária //Galiza// também se usarom as grafias //Galiça//, //Galliza// e //Galliça//.)) entanto em castelhano emprega Galicia((Em castelhano escrevia-se inicialmente //Gallizia//, passando depois a //Galizia// e finalmente //Galicia//.)). 
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 +Após o submetimento do reino da Galiza por Isabel I de Castela, a forma galega deixou-se de usar durante séculos na própria Galiza, sendo substituída pola forma castelhana. Na história da humanidade é muito comum umha mudança do poder político acarretar umha mudança de denominaçom, de jeito que a dos vencedores impom-se sobre a dos vencidos, mesmo entre estes. 
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 +No primeiro terço do século XX as irmandades da fala e a geraçom Nós recuperam a forma Galiza, que passa a ser usada normalmente dentro dos círculos galeguistas. O exemplo por excelência é a obra de Castelao, o Sempre em Galiza, mas ficárom registados muitos outros exemplos. 
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 +Por sua  vez, o movimento nacionalista que surge nos anos 1960s e que se consolida já na 2ª restauraçom borbónica vai empregar muito maioritariamente a forma Galiza. 
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 +Para mais informaçom recomenda-se o estudo do professor Montero Santalha: [[http://agal-gz.org/faq/lib/exe/fetch.php?media=gze-ditora:o_nome_da_galiza.pdf|O nome da Galiza]]. 
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 +{{:wiki:sempre_en_galiza.jpg?nolink|Capa da primeira ediçom}} 
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 +===== Queredes que as pessoas falem com ‘lusismos’? ===== 
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 +Os galego-falantes já falam com lusismos o dia todo, essencialmente porque falam a mesma língua que os portugueses e as portuguesas.  
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 +Importante seria desvendar o que é um lusismo. Socialmente tende a usar-se esta denominaçom para toda palavra galega sentida como pouco natural, inventada ou trazida de Portugal: Galiza, polvo, estrada, prato, até ou geonlho seriam lusismo. Em geral, aplica-se a palavras galegas que caíram em desuso. Assim sendo, qualquer palavra galega tem a hipótese de se tornar um lusismo. Pode acontecer que algum dia o sejam palavras como onte, sorte ou “se quadra” dada o uso extenso que hoje temos de //aier, suerte// ou //ao melhor/quiçá//. 
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 Desde o galego autonomista tacha-se de lusismo muitas palavras que na verdade som formas genuínas para designar realidades que na Galiza costumamos nomear com a forma castelhana. Isto é mais evidente no caso das realidades modernas, como o léxico de roupa (cachecol para o castelhano //bufanda//), transportes (carro/coche), construçom (betom///hormigón//), eletrónica (cabo///cable//), judicial (sentenciar/////fallar////) ou desportos (cesto///canasta//).  Desde o galego autonomista tacha-se de lusismo muitas palavras que na verdade som formas genuínas para designar realidades que na Galiza costumamos nomear com a forma castelhana. Isto é mais evidente no caso das realidades modernas, como o léxico de roupa (cachecol para o castelhano //bufanda//), transportes (carro/coche), construçom (betom///hormigón//), eletrónica (cabo///cable//), judicial (sentenciar/////fallar////) ou desportos (cesto///canasta//). 
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 +{{:pt_agal:teoria:2rollosdist.jpg?nolink|}}
 +Desenho de Suso Sanmartin na revista **De troula**
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-==== Por que usades palavras que já nom se usam ou nunca se usárom? ====+===== Por que usades palavras que já nom se usam ou nunca se usárom? =====
  
 Porque para nós o galego é 1) umha língua, 2) oficial em vários países. Porque para nós o galego é 1) umha língua, 2) oficial em vários países.
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 Que se pode fazer evidenciam-no palavras como Deus, século, ata/até, povo ou dúvida, todas elas substituídas polas formas correspondentes castelhanos mas às quais hoje ninguém nega [[pt_agal:teoria:o estatuto de galegas.]] Que se pode fazer evidenciam-no palavras como Deus, século, ata/até, povo ou dúvida, todas elas substituídas polas formas correspondentes castelhanos mas às quais hoje ninguém nega [[pt_agal:teoria:o estatuto de galegas.]]
  
-O facto de ser umha língua que excede os limites do estado espanhol implica que para aquelas palavras que entraram nas línguas na idade moderna e contemporânea, temos umha soluçom genuína em Portugal ou no Brasil.+O facto de ser umha língua que excede os limites do estado espanhol implica que para aquelas palavras que entrárom nas línguas na idade moderna e na contemporânea, temos umha soluçom genuína em Portugal ou no Brasil.
  
-Que se pode fazer evidenciam-no palavras como auto-estrada, para-lamas, quadro de pessoal, altofalante ou plataforma, que som promovidas desde a oficilidade em lugar das correspondentes castelhanas((autopista, guardabarros, platilla, altavoz e andén)).+Que se pode fazer evidenciam-no palavras como autoestrada, para-lamas, quadro de pessoal, altofalante ou plataforma, que som promovidas desde a oficilidade em lugar das correspondentes castelhanas((autopista, guardabarros, plantilla, altavoz e andén)).
  
 Em resumo, o que promovemos para Galiza é o mesmo que outras entidades promovem para [[http://ca.wikipedia.org/wiki/Valenci%C3%A0#Hist.C3.B2ria|Valência]] ou para o [[http://es.wikipedia.org/wiki/Spanglish|espanhol dos estados Unidos]]. Em resumo, o que promovemos para Galiza é o mesmo que outras entidades promovem para [[http://ca.wikipedia.org/wiki/Valenci%C3%A0#Hist.C3.B2ria|Valência]] ou para o [[http://es.wikipedia.org/wiki/Spanglish|espanhol dos estados Unidos]].
  
  
 +{{ :wiki:escolantes.jpg | Vinheta de Franjo Padin em Novas da Galiza}}
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