“Que teria passado neste país com a língua se há trinta anos triunfassem as teses reintegracionistas?”
PGL – Manuel Pastoriza é médico em Carvalho, o PGL foi o seu abre-te Sésamo, a chave está nas crianças e aspira em 2020 a umha geraçom de estudantes trilingues em inglês, castelhano e na sua língua materna galaico-portuguesa.
Manuel Pastoriza cresceu e vive num ambiente galego-falante. Como era a tua visom, quando mais novo, da estratégia reintegracionista?
Pois a verdade é que mui limitada, algo ouvira falar na escola de Carvalho Calero e as suas focagens, mas nom tinha umha visom mui clara. Por outra banda no meu ambiente essa estratégia era desconhecida.
Como começou a mudar a tua visom ao respeito? Que fatores ou produtos favorecêrom a mudança de perspetiva?
Devagar, na faculdade conhecim uns rapazes dumha associaçom reintegracionista da Estrada, aí começou a interessar-me o tema. Depois trabalhei uns meses em Portugal e fum percebendo que muitas barreiras mentais nom eram tais. Já por último e recentemente ao descobrir o PGL deu-me o empurrom definitivo.
Seja como for, esta passagem tem-te deixado um certo pouso de amargura. Por quê?
Sendo tam delicada a situaçom do galego parece que qualquer toma de posiçom é como umha claudicaçom. Para mim e terrível ver essas discussons entre isolacionistas e reintegracionistas,quando sei que no fundo ambas posturas procuram o melhor para a nossa língua.
Pensas que é difícil dar o passo de escrever em galego-português? Como se poderia facilitar esse trânsito?
A chave é o ensino desde crianças (que teria passado neste país com a língua se há trinta anos triunfaram as teses reintegracionistas?) A escrita tem as suas dificuldades mas nom som insalváveis.
Por onde pensas que deve transitar a estratégia luso-brasileira para alcançar um maior impacto social e chegar (e seduzir) mais pessoas?
Eu penso que a estratégia seguida pola AGAL vai na direçom correta,a nossa língua serve no mundo, ajuda a descobri-lo e fomenta os aspetos positivos.
Recentemente estiveste num ateliê para empresários em Carvalho com o título As vantagens das empresas galegas na internacionalização. Há quem diz que os empresários podem ser mais recetivos ao galego internacional. Concordas?
Está claro que à grande empresa interessa que a nossa língua poda abrir-se a grandes mercados (a Galiza também) Seria pena desaproveitar umha oportunidade que temos ao alcance da mao.
Manuel Pastoriza trabalha num serviço de urgências em atençom primária. Á área da atençom sanitária destaca por ser das mais impermeáveis ao galego. Por que achas que pode ser?
Ainda que nom comparto essa apreciaçom suponho que é umha suma de vários fatores que em realidade afetam todos os sectores, a diglossia pode ser um, a nossa história seria outro, e a falta de compromisso com a nossa cultura outro.
Que visom tinhas da AGAL, por que te associaste e que esperas da associaçom?
Comecei a conhecer-vos polo PGL e a verdade e que me deixou impressionado a gente que escrevia e o claro que tinham e transmitiam os seus conceitos. Ajudárom-me a romper as barreiras do isolacionismo.
Como gostarias que fosse a “fotografia linguística” da Galiza em 2020?
Som pessimista (ou realista?), mas postos a imaginar desejaria umha geraçom de estudantes trilingues em inglês, castelhano e na sua língua materna galaico-portuguesa.
[alert type=”info”]
Conhecendo Manuel Pastoriza
Um sítio web: o PGL.
Um invento: os analgésicos.
Umha música: Luís Miguel.
Um livro: lamentavelmente som pouco fam da leitura mas gostei muito de O galego (im)possível de Fagim.
Um facto histórico: a declaraçom universal dos direitos humanos.
Um prato na mesa: o cozido.
Um desporto: o basquete.
Um filme: Um lugar no mundo.
Umha maravilha: as crianças.
Além de galego/a: Acho que qualquer sitio pode ser bom se um está bem.
[/alert]
[alert]
Entrevista publicada originalmente no PGL na sexta, 31 de janeiro de 2013
[/alert]