(1899-1986)
Irmandade de Lugo
“[Proponho] adotar a ortografia do português nas suas leis mais convenientes para nós.”
Correia Calderom propunha “adotar a ortografia do português nas suas leis mais convenientes para nós”, já que ao fazê-lo “nem imitávamos nem costruíamos umha inane neografia”.
“O galego de hoje é a mesma língua dos clássicos portugueses. Murguia, autor da mais comentada Historia de Galicia, anota a experiência feita com um camponês galego, ao qual foi lido um canto d’Os Lusíadas, que compreendeu integramente”.
“O galego poderá evoluir com mais rapidez aproveitando o ensino e as experiências adquiridas polo português em vários séculos, adotar a sua grafia mais universal, que é, ademais, a etimológica, a grafia do g e do j, assim como também as variantes do lh e nh (de origem provençal, segundo opiniom de Friedrich Diez em Ueber die erste portugiesische Kunst- und Hofpoesie). Esta unificaçom com o português facilitaria a expansom da cultura galaica a um meio mais amplo.
Por outra parte, o português pode ver a sua adolescência no galego atual, como num retrato, já um pouco apagado, é verdade; aumentar o seu léxico com vozes usadas polos seus clássicos e hoje ainda vigentes nas ribeiras lusitanas do Minho e na Galiza (atopar, estinhar, etc.); purificar o vocabulário plagado de castelhanismos –agua, pequenito, por auga, pequeninho.” (Correa Calderón, E., “Enlaces literarios de Galicia y Portugal” em Índices de Utopías gallegas, Madrid: Compañía Iberoamericana de Publicaciones. 1929: 237).
“No nosso manifesto Aa Nova Generazón Galega -imune dos pecados das anteriores, e melhor preparada -propugnávamos esta ortografia etimológica, e ainda aconselhávamos o uso do lh e nh em sustituiçom do ll e do ñ. Esta, que parece umha caprichosa variante, seria de umha frutuosa trascendência para a nossa literatura, que amplificaria de modo mui considerável a sua área de expansom para Portugal e o Brasil.”
Pingback: Co-as Irmandades na rua, A Fala continua. | if100 | AICL Colóquios da Lusofonia