Joám Vicente Biqueira

(1886-1924)

Irmandade da Corunha (Presidente)

 “O galego, nom sendo umha língua irmã do português, senom um português, umha forma do português (…), tem-se que escrever pois como o português.”

 

Joám Vicente Biqueira é o autor de “Pol-a reforma ortográfica”, onde se pode ler a frase acima. Este artigo é considerado por muitos como o texto iniciador do debate normativo nas páginas de ANT. Porém, debruça-se sobre a questom em mais artigos, como os seguintes:

“(…) para adaptar a nossa literatura aos leitores portugueses temos que admitir a sua ortografia, quer dizer, a hoje válida em Portugal somente com aquelas modificações (bem pequenas, decerto!) que exigem as diferenças da língua. Esse caminho já foi seguido polos flamigantes na Bélgica que tivérom de tomar a ortografia holandesa, o que lhes aumentou de maneira considerável os leitores. Fagamo-lo pois!” Em “D´un novo irmán. Duas ideias”, ANT, 22 (20/06/1917)

“(…) O português é um filho do galego e entre os dous nom hai mais capitalmente que diferenças fonéticas que nom som tam grandes quiçais como as que existem entre o andaluz e o castelhano (…)” Em “Tema de Verdadeiro Intrés. Pol-a reforma da ortografía”, ANT, 43 (20/01/1918)

“(…) Um galego bilingue tem mais probabilidades de êxito no mundo que um galego que nom conheça mais que o castelhano porque aquele tem abertos à sua atividade o mundo português (Portugal e as suas colónias e o Brasil) e o mundo da língua castelhana, e o derradeiro somente o mundo de linguagem castelhana (…)” Em “Nosos problemas educativos”, ANT, 61 (20/07/1918)