Temos que multiplicar X100 o galego…
com ábacos, não com moeda,
na areia, não nas finanças,
com as mãos, não com a cobiça,
na fala, não nos ditames,
nas terras, não nos impérios,
nas gentes, não nos hierarcas,
no gozo, não na condena.
Temos que multiplicar por cem o galego
na mente, não no domínio,
nos frutos, não na ferrugem,
no tempo, não nas tobeiras,
no alvor, não na clausura.
Na água, na farinha, no cheiro da madeira,
nas vozes que se cruzam, nos olhos que se encontram,
na idade de quem nasce constantemente amante
procurando o que estava ao lado sem sabê-lo.