MULTIPLICA x100 A TUA LÍNGUA
A maioria dos mapas do mundo costumam agigantar certos países e diminuir outros. Ao longo da nossa vida observamos mapas que desenham para nós e através dos quais vemos a realidade de umha forma concreta. Como sabemos, nom é fácil quebrar esses limites.
Os galegos e as galegas fomos sociabilizados desde há muito tempo na ideia de que a nossa língua se correspondia com a operação aritmética da subtraçom – e com o atraso. Argumentava-se que tendo a fortuna de ser espanhóis, estava a nosso dispor umha língua, o castelhano, que nos fornecia de todas as necessidades que umha pessoa do mundo ocidental podia reclamar. Nom só, para além de desenhar um mapa enorme para a língua de Castela desenhava um outro mesquinho para a língua da Galiza incapaz de fornecer as suas falantes dos recursos que precisavam, prestando apenas para falar e nem em todos os terrenos.
Em finais dos anos 70 e começos de 80, fruto de umha mudança política, foi desenhada nas instituições umha estratégia para a língua que, segundo os seus artífices, implicava umha nova operaçom aritmética, a soma +. No entanto, esta estratégia partia da base que as outras variantes nacionais da nossa língua, Brasil, Portugal, Angola… nom interessavam e portanto nom interessavam as suas gentes e as suas produções. Havia que começar de zero: traduções, mass média, software, Internet… porque estávamos sós, orgulhosamente sós.
No entanto, milhares de galegos e galegas tomamos já umha decisom importante e cada vez somos mais a o fazer: ignorar os mapas que nos inculcaram na escola, das instituições, dos meios de comunicaçom e reparamos que a operaçom aritmética que melhor condiz com a nossa língua é a da multiplicaçom x
Esta mudança permitiu-nos fazer duas descobertas fundamentais:
Podemos viver em galego sem esperar polas políticas linguísticas da Xunta, sem esperar que decida subvencionar tal ou qual área social, cultural ou técnica. Lemos, ouvimos e vemos o que um cidadão do s.XXI quer ler, ouvir ou ver e fazemo-lo na nossa língua, a língua da Galiza.
A segunda descoberta é que, ao ter acesso a estes recursos, somos um bocado mais ricos que a média porque temos dous planetas linguístico-culturais ao nosso alcance, com só abrir a porta.
O nosso desejo nos anos que se seguem, e para isso trabalha o reintegracionismo, é que toda a cidadania poda usufruir desta multiplicaçom x 100.