14-07-2015

  12:44:18, por Corral   , 146 palavras  
Categorias: Dezires

CANTA O MERLO: Grécia: O acordo repugnante com o IV Reich

O ACORDO REPUGNANTE COM A UE
http://resistir.info/

O acordo alcançado in extremis na madrugada de 13 de Julho é uma demonstração flagrante de que a UE nada mais tem a oferecer aos povos europeus. Ele assinala o começo do fim do euro, que arrastará a prazo o da UE. O acordo é de cumprimento impossivel, como assinalou o ex-ministro Varoufakis. Ele nem sequer contempla o problema fundamental da Grécia, a sua dívida externa impagável adquirida em condições odiosas. Ao aceitá-lo o governo SYRIZA-ANEL submeteu-se a condições mais extorsivas e humilhantes do que se o país tivesse sido derrotado numa guerra militar. As exigências do Eurogrupo fôrom inimagináveis, feitas aparentemente para serem recusadas ? mas o governo do sr. Tsipras aceitou. Um tal governo já perdeu toda e qualquer legitimidade ? terá de ser derrubado pelo povo grego.O texto (integral?) deste acordo infame pode ser visto aqui .

http://www.infogrecia.net/wp-content/uploads/2015/07/acordo12julho.pdf

  12:38:51, por Corral   , 369 palavras  
Categorias: Dezires

CANTA O MERLO: Os comunistas portugueses pedem um referendo para tirar ao país do euro e nacionalizar a banca

Os comunistas portugueses pedem um referendo para tirar ao país do euro e nacionalizar a banca

http://www.elespiadigital.com/

Os cartazes que reclamam umha hipotética saída do euro podem verse nas ruas de Lisboa e O Porto desde há semanas, mas é agora quando o Partido Comunista de Portugal aproveita a conjuntura gerada polo desafio grego para incluir semelhante proposta no seu programa eleitoral para as eleições gerais de Outubro.

O secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, pretende encabeçar um movimento de contestaçom à política actual do Governo de Passos Coelho reclamando um referendo no país vizinho para decidir o retorno à moeda anterior, o escudo.

Na sua opiniom, a Uniom Europeia, o IV Reich, impede o desenvolvimento de Portugal com as suas estritas receitas financeiras, ainda que nom se necessitou um segundo resgate e os prazos de devoluçom de interesses ao Fundo Monetário Internacional estám a se cumprir.

De Sousa considera que a UE é um bloco sem coesom, senom que a maioria dos membros (especialmente, os do sul do continente) limita-se a obedecer a Berlim e Bruxelas.

«O povo português tem direito a sortear esses obstáculos e condicionantes para disociar a questom do euro da integraçom. De momento, estas políticas só nos levam ao empobrecimento, assim que talvez chegou a hora de escutar aos cidadaos», manifestou a cabeça visível do PCP trás a sua reeleiçom como secretário geral o passado fim-de-semana.

O seu objectivo nom é outro que «estudar e preparar a libertaçom de Portugal da submissom ao euro porque representa a degradaçom do aparelho produtivo».

Em qualquer caso, o eventual abandono da moeda única deve basear-se em «o a respeito da vontade popular e umha cuidadosa preparaçom:, ademais da defesa dos salários e das poupanças, dos níveis de vida e dos direitos dos trabalhadores».

Como novas medidas, os comunistas solicitam o regresso ao controlo público da banca e, a partir de 2016, elevar o salário mínimo de 505 a 600 euros.

Amparam na situaçom da Grécia para proclamar que a sua posiçom é «absolutamente justa» e para assegurar de forma categórica: «O euro está vigente em Portugal desde o 1 de Janeiro de 2002 e, desde entom, ficou claro que esta adesom só pode qualificar-se como um grande erro político e financeiro».

08-07-2015

  10:17:43, por Corral   , 152 palavras  
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CANTA O MERLO: Grécia debaixo de sítio

GRÉCIA DEBAIXO DE SÍTIO

http://resistir.info/

Em tempos medievais, quando um exército pretendia conquistar uma cidade bem amuralhada punha-a debaixo de cerco. Na impossibilidade ou dificuldade de um assalto frontal às suas muralhas, tentava assim vencê-la pela fome. É de suspeitar que as tentativas do governo grego de negociar deparem-se com essa táctica ? as delongas pós referendo do Eurogrupo sugerem isso. A Grécia está a míngua. As suas caixas multibanco já pouco dinheiro têm devido à sabotagem deliberada do BCE. Os recursos para importações são escassos. Assim, tudo indica que começou o cerco. O empréstimo imediato solicitado pelo governo está no vamos ver. Quanto à reestruturação da dívida, a Troika nem quer falar nisso. Trata-se, no fundo, de uma tentativa hipócrita de por a Grécia para fora da Eurozona sem o dizer explicitamente. Assim se vê a democracia deles. Por que quer a todo o custo o governo SYRIZA-ANEL manter-se na UE?

07-07-2015

  02:16:29, por Corral   , 433 palavras  
Categorias: Dezires

CANTA O MERLO: Rússia e China esperam a Grécia com os braços abertos

RÚSSIA E CHINA ESPERAM A GRÉCIA COM OS BRAÇOS ABERTOS

Por Manuel Freytas

O recente nom dos gregos a seguir suportando a USURA FINANCEIRA das potências centrais Europeias com Alemanha à frente precipitou umha situaçom de CRISE SEM PRECEDENTES da Uniom Europeia em diferentes frentes. E o triunfo do nom no referendo deste domingo detonou umha nova desvalorizaçom do euro e umha ALERTA VERMELHA dos mercados internacionais com umha baixa generalizada das bolsas a nível mundial.

O nom rotundo dos gregos (que triunfou por um 64 %) apontoa a posiçom da Grécia de nom PAGAR a sua dívida aos credores USURARIOS encabeçados por Alemanha e o FMI. E como efeito emergente o triunfo do nom pom a Grécia ao bordo de abandonar o euro e SAIR DA Uniom Europeia.

Também poderia declarar umha gigantesca falta de pagamento da sua dívida nas próximas semanas. De concretizar-se esta decisom, o bloco imperial EEUU-Uniom Europeia-NATO .poderia enfrentar a sua pior CRISE HISTÓRICA em directo benefício do eixo estratégico Rússia-China ao qual se INTEGRARIA a GRÉCIA se rompe com a UE. "umha Grécia despedaçada poderia voltar-se para Rússia em busca de apoio. A mudança, os helenos poderiam vetar a próxima enxurrada de sançons da UE contra Moscovo, ou mesmo oferecer-lhe as instalaçons navais que no seu dia empregaram os EEUU", assinala a agência Reuters.

No seu PIOR cenário, a possível saída da Grécia do euro e da Uniom Europeia pode potenciar três EFEITOS simultâneos:
A) Desintegraçom e dissoluçom política, económica e financeira da Uniom Europeia,
B) EFEITO CONTÁGIO a outros países, principalmente as ex naçons soviéticas do Europa do Leste, as vítimas mais vulneráveis da espoliaçom capitalista das potências centrais Europeias,
C) EFEITO DE Dissoluçom geopolítico e militar sobre a aliança EEUU-Uniom Europeia com a possível saída da NATO de países ex soviéticos que sigam o exemplo da Grécia.

Este quadro de situaçom poderia gerar umha CRISE MORTAL da estratégia geopolítica e militar da aliança USA NATO na Europa do Leste. E há umha razom de fundo que o explica. Todo o poderio do CERCO MILITAR NUCLEAR que o eixo USA NATO traçou por volta da Rússia, está em bases despregadas em ex repúblicas soviéticas que integram o dispositivo da Aliança imperial.

Por sua vez, e como resultante do nom deste domingo, umha possível aliança da Grécia com Rússia e China em procura de AJUDA ECONÓMICA E FINANCEIRA, poderia precipitar umha CRISE SEM RETORNO da aliança EEUU-Uniom Europeia-NATO. E dar um emborco impensado nas relaçons de força da GUERRA INTERCAPITALISTA. E este quadro de situaçom fai com que hoje Rússia e China ESPEREM A GRÉCIA com os braços abertos.

06-07-2015

  20:41:05, por Corral   , 754 palavras  
Categorias: Dezires

CANTA O MERLO: Grécia: Acerca do referendo-relâmpago

Acerca do referendo-relâmpago
por Dimitris Koutsoumbas [*]

Saudamos as milhares de pessoas que seguiram o apelo do KKE a não ceder à chantagem. Saudamos em particular as eleitoras e eleitores que inseriram o boletim do KKE com a sua proposta de formulação da pergunta para o referendo feita no Parlamento mas bloqueada pelo governo. Com isso, o povo foi privado do direito de votar sobre esta proposta, foi-lhe retirada a possibilidade de poder escolher entre várias propostas.

Face à pergunta parcelar e contraditória do referendo-relâmpago, parte da população conseguiu evitar a confusão, dar uma primeira resposta com boletins nulos ou brancos, ao passo que um grande número de pessoas ficaram à margem deste voto, quanto mais não fosse por causa de dificuldades financeiras e dos custos demasiado elevados dos transportes para se deslocaram aos locais de votação.

Desde a decisão tomada de organizar o referendo, constatámos, com razão, que independentemente da questão do voto, não pode haver soluções alternativas, verdadeiramente positivas para o povo, no quadro da UE, das vias capitalistas, do reconhecimento das dívidas. Todas as outras forças políticas, tanto no campo do NÃO como no do SIM apresentam soluções incluídas neste quadro. Elas encontram-se todas a defender a necessidade de se conformar às regras da UE, a defender os interesses das partes do capital que elas representam respectivamente.

Dirigimo-nos particularmente às eleitoras e eleitores que hoje votaram pelo NÃO e acreditaram que poderiam assim ser posto um fim à política de austeridade, que poderiam resistir eficazmente às medidas mais duras e ao memorando. Apelamos a todos aqueles que hoje se sentem reforçados pela vitória do NÃO a não permanecerem passivos e a não validar a tentativa do governo de transformar este NÃO num SIM para novos acordos anti-populares. Nós lhes estendemos a mão para os combates que hão de vir contra o agravamento das suas condições de vida.

Paralelamente, dirigimo-nos também às eleitoras e aos eleitores que votaram SIM sob a pressão do seu empregador, sob o medo do encerramento dos bancos, com a ideia de proteger seu salário, pensão e algumas economias. Apelamos a que reflicta de novo no seu voto, a resistir a partir de hoje às chantagens, a não deslizar para direcções conservadoras e reaccionárias, a não trazer água ao moinho dos partidos anteriormente no governo.

O governo de coligação SYRIZA-ANEL não deve poder ousar utilizar o resultado do referendo para infligir ao nosso povo novos e pesados sacrifícios, novos memorandos válidos duradouros. Os acordos que o Sr. Tsipras prometeu assinar, na base da sua proposta de três dias atrás às "três instituições", ou seja, à Troika, conduzem, com uma precisão matemática, a um novo memorando ainda pior. Ele legitima assim os memorandos anteriores, inclusive as leis que os puseram em aplicação e, ainda mais grave: não hesita em conduzir o povo para uma verdadeira falência. A outra alternativa possível, de que a Troika falou, ou seja um caminho de saída do euro, representa igualmente uma opção que atingiria somente a classe operária e as outras camadas populares.

É mais urgente e necessário que o movimento e o povo retomem maciçamente a proposta do KKE de saída da crise. As condições prévias: a socialização dos monopólios, o desligamento da UE, a denúncia unilateral da dívida, o estabelecimento de uma planificação central científica para o desenvolvimento da sociedade, para o povo, com o povo realmente no poder. O KKE estará na primeira fila de todos os combates do nosso povo no período que está para vir. Continuaremos a reforçar o carácter anti-monopolista e anti-capitalista da luta, sua junção com o KKE.

Organizemos e preparemos a resistência, a disposição para resistir na eventualidade de novos desenvolvimentos negativos. Apoiemos os mais fracos, os desprezados. Organizemos iniciativas para ajudar as famílias das camadas populares a sobreviver, com comités de acção nos lugares de trabalho, nas empresas, nos hospitais, nos supermercados, nos escritórios, com comités populares nos bairros, com grupos de solidariedade e de entre-ajuda, com grupos e comités de controle.

Nossa resposta à tentativa de polarização e divisão do povo reside na unidade da classe operária, na difusão das posições de classe no movimento, no reforço da força popular. A proposta do KKE reúne a maioria do povo no presente e para o futuro, contra o verdadeiro inimigo, a UE, o capital e sua dominação.

Atenas, 5 de Julho de 2015
Resultados finais do referendo :
NÃO: 61,31% dos votos válidos
SIM: 38,69% dos votos válidos
Nulos: 5,046%
Brancos: 0,75%
taxa de participação: 62,5%

[*] Secretário-geral do CC do KKE.

A versão em francês encontra-se em www.solidarite-internationale-pcf.fr/...

Esta declaração encontra-se em http://resistir.info/ .
06/Jul/15

05-07-2015

  13:51:50, por Corral   , 762 palavras  
Categorias: Ensaio

CANTA O MERLO: Grécia: Ganhar a batalha, continuar a guerra

http://elterritoriodellince.blogspot.com.es/

Ganhar a batalha, continuar a guerra

Hoje é o dia. Hoje Grécia vota e comentei que apoio o "nom". Ocasional e consciente das circunstâncias. Há que lembrar a Protágoras quando dixo que "o homem é a medida de todas as cousas". Grécia está a optar entre o dilema de se o homem é sob medida de todas as cousas ou o é o dinheiro.

Syriza já nom tem ilusons, a gente já nom tem ilusons. Syriza é social-democrata e comportou-se como tal, aceitando todas e cada umha das propostas de "as instituiçons", antes chamadas Troika, ainda que com muito suaves matizaçons. Syriza nunca esteve disposta a jogar as duas grandes baças que tem, a saída do euro e a saída da NATO. A Troika sempre foi consciente disso, polo que actuou em conseqüência. O referendo nom é mais que a tentativa de legitimar "democraticamente" o acordo menos mau: optar entre a morte e a amputaçom. Syriza nom é que seja débil, que o é; é que elegeu ser débil, polo que agravou as dúvidas da populaçom grega.

O voto "nom" fai parte da batalha, umha batalha na que ocasionalmente há que estar junto a Syriza. Mas até aí. Se se ganha a batalha, de imediato há que continuar a guerra. Incluindo a Syriza.

Syriza poda que considere que se ganha o "nom" conta com o apoio incondicional do povo e fazer como quando um barco muda de rumo: aparentemente avança mas o que fai é traçar um círculo para voltar ao mesmo ponto onde decidiu mudar de rumo. Isso é o referendo. Syriza pode considerar, se ganha o "nom", que está legitimada para voltar onde estava quando decidiu aceitar todas e cada umha das propostas da Troika, ainda que matizando ligeiramente algumhas. Isso é o que há que impedir. Se se ganha a batalha, há que continuar para ganhar a guerra. E isso inclui combater contra Syriza e o que representa com mais coragem que até agora porque já se produziu umha derrota da Troika.

A UE tentou silenciar o relatório do FMI que reconhece que a dívida grega é impagável, que há que ir a umha tira que Syriza estabelece em 30%. É dizer, que é a própria Syriza a que estabelece o que há que pagar e o que nom, descarregando do peso da decisom a "as instituiçons". Syriza nom quer aproveitar um relatório demolidor "e haverá que analisar por que EEUU pressionou para que se conhecesse precisamente agora, antes do referendo, em contra do que pretendia a UE- para desacreditar ao FMI, ao Banco Central Europeu e à Comissom Europeia. Trás este relatório som entidades sem credibilidade algumha, se é que tinham algumha. Mas Syriza sai no seu defesa estabelecendo um tope para tira-a, a terceira parte. Só a terceira parte.

Mas é que, ademais, este relatório é determinante para Espanha, para Portugal, para a Irlanda porque pom de manifesto que todo o que se fixo, a destruiçom dos sistemas públicos de saúde, educaçom, trabalhos era perfeitamente evitável. Ao nom insistir na falta de pagamento da dívida, Syriza é corresponsável de todo isso.

Nom há outra saída que abandonar o euro. A teimosia de Syriza em seguir no euro é suicida. É garantir o desastre financeiro e económico a curto, meio e longo prazo baixo a aparência do pam para hoje ainda que seja fame para manhá. Syriza nom só é social-democrata, senom euro-fanática. Dentro da Europa há muitos países que mantem a sua moeda e nom passa nada. Nom se derrubárom nem estám na bancarrota. Inclusive Grécia poderia aprender do seu inimigo Turquia, que nom está na UE, mantém a sua moeda e cresce economicamente (nom vou entrar noutros parâmetros políticos ou económicos, senom que só menciono o mesmo que outros fam com o euro, que sem o euro seria a quebra o que nom é real em absoluto). Por exemplo, Dinamarca mantém a sua moeda, a coroa, e nom passa nada. Por exemplo, Roménia mantém a sua moeda, o leu, e nom passa nada. É mais, segundo os parâmetros capitalistas inclusive Roménia cresceu o dobro desde que está na UE enquanto que Grécia já vemos onde está com o euro. nom caíram as suas exportaçons, ao contrário.

Na zona euro só há um ganhador: Alemanha. Que os avôs e avós gregos nom podam cobrar as suas pensons deve-se unicamente a que os bancos alemáns foram salvados das perdas porque se descarregárom estas perdas nos gregos, por exemplo. Por isso Grécia deve abandonar o euro. E o mesmo vale para outros países como Espanha ou Portugal.

O Lince

03-07-2015

  08:55:56, por Corral   , 3630 palavras  
Categorias: Dezires

CANTA O MERLO: Grécia: Saída da UE, com o povo no poder

Grécia: Saída da UE, com o povo no poder

por Kostas Papadakis [*]
entrevistado por a odiario.info

1. Qual é a posição do KKE sobre o referendo?

Como é bem sabido, o governo do partido "de esquerda" ? e na essência social-democrata ? SYRIZA e do partido de direita nacionalista ANEL, num esforço para gerir a quebra total dos seus compromissos eleitorais, anunciou um referendo para 5 de Julho de 2015, com a única pergunta se os cidadãos estão ou não de acordo com a proposta de acordo apresentada pela UE, o FMI e o BCE e que se refere à continuação das medidas antipopulares, pela saída da crise capitalista com a Grécia no euro.

Funcionários do governo de coligação estão a apelar ao povo a que diga "Não" e deixam claro que este "Não" ao referendo será interpretado pelo governo grego como uma aprovação da sua própria proposta de acordo com a UE, o FMI, o BCE, cujas 47+8 páginas contêm igualmente medidas antipopulares e anti-operárias duras, com o fim de aumentar a rentabilidade do capital, o "crescimento" capitalista e a permanência do país no euro.

O governo SYRIZA-ANEL, que nem por um momento deixou de elogiar a UE, "a nossa casa europeia comum", o "acervo europeu", reconhece que a sua proposta é 90% idêntica à proposta da UE, do FMI, do BCE e tem muito pouco a ver com o que SYRIZA tinha prometido antes das eleições.
Juntamente com os partidos do governo de coligação (SYRIZA-ANEL) e a favor do "Não" posicionou-se o Aurora Dourada fascista, que apoiou abertamente o retorno à moeda nacional.

Por outro lado, a oposição de direita da ND e o PASOK social-democrata, que estiveram no governo até Janeiro de 2015, juntamente com o partido TO POTAMI (nominalmente de "centro" mas na essência reaccionário) posicionaram-se a favor do "Sim" às bárbaras medidas da Troika e afirmam que isto será interpretado como consentimento e "permanência na UE a qualquer custo"

Na realidade ambas as respostas levam a um "Sim" à União Europeia e à barbárie capitalista.

Durante a sessão no parlamento, em 27 de Junho, a maioria governamental de SYRIZA-ANEL rejeitou a proposta do KKE de colocar perante o julgamento do povo grego as seguintes propostas:

Não às propostas de acordo da UE, do FMI, do BCE e do governo grego
Saída da UE ? Abolição dos memorandos e de todas as leis da sua aplicação

Com a sua postura o governo mostrou que quer chantagear o povo para que este aprove a sua proposta à Troika, que é a outra face da mesma moeda. Está a pedir ao povo que aceite os seus planos antipopulares e responsabilizá-lo pelas suas novas opções antipopulares, seja através de um acordo supostamente "melhorado" com os organismos imperialistas, ou por meio de uma saída do euro e o retorno à moeda nacional, que o povo será chamado a pagar de novo.

Nestas condições, o KKE está a apelar ao povo para que utilize o referendo como uma oportunidade para reforçar a oposição à UE, para que se reforce a luta pela única saída realista da actual barbárie capitalista, que tem apenas um conteúdo: Ruptura ? Saída da UE, cancelamento unilateral da dívida, socialização dos monopólios, poder operário e popular.

O povo, com a sua acção e a sua escolha deve responder ao engano da falsa pergunta que o governo coloca e rejeitar tanto a proposta da UE, do FMI, do BCE como a proposta do governo SYRIZA-ANEL. Ambas as propostas contêm medidas antipopulares bárbaras que se acrescentarão aos memorandos e às leis da sua aplicação dos governos anteriores, da ND-PASOK. Ambas servem os interesses do capital os lucros capitalistas.

O KKE sublinha que o povo não deve escolher entre Esquila e Caribdis mas sim expressar no referendo, por todos os meios e formas, a sua oposição à UE e aos memorandos permanentes. Deve "cancelar" este dilema ao votar pela proposta do KKE.

Não à proposta da UE, FMI, e BCE
Não à proposta do governo
Saída da UE, com o povo no poder

2. Como avalia os resultados das negociações do governo grego com a Comissão Europeia?

O governo do Syriza-ANEL está há quatro meses a negociar com a troika, as "instituições", ou seja a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI, mas não a favor dos interesses do povo. Trata-se de uma negociação com os credores, que é a priori antipopular, com a qual o governo está a tratar de assegurar os interesses da burguesia grega no quadro do antagonismo geral que se desenvolve entre os Estados Unidos e a Alemanha, assim como entre os países da zona euro, sobre a fórmula da gestão capitalista. Esta negociação reflecte a confrontação geral em que a burguesia grega tem como objectivo, entre outros, assegurar um superavit baixo para os próximos anos, passando capitais destinados à amortização de empréstimos para o financiamento estatal dos grupos empresarias. Com estes capitais como ferramenta tentam recuperar da crise capitalista. Portanto, os grupos empresariais e as associações (Federação de Industrias etc.) apoiam o governo que se apressou a servir os seus interesses. O acordo antipopular de 20 de Fevereiro já previa que se mantivessem as leis antipopulares do memorando aprovadas pelo ND e pelo PASOK, enquanto se preparam novas medidas antipopulares no sistema tributário, privatizações, abolição de direitos de segurança social, etc. As negociações estão a levar a um novo acordo-memorando, seja qual for o seu nome.

Portanto os interesses do povo grego não são servidos se alinharem por planos antipopulares, que aliás implicam medidas anti-laborais bárbaras; pelo contrário, é necessário lutar contra eles de modo combativo e sem passividade. O povo não é responsável pela dívida da plutocracia; nem a criou nem tem de a pagar. Contra a lógica de uma renegociação antipopular, cujo resultado o povo já pagou e estão a chamá-lo para pagar de novo, o KKE pede ao povo que exija a abolição das leis antipopulares e a recuperação das perdas dos anos anteriores, abrir caminho para o cancelamento unilateral da dívida e, ao mesmo tempo, sair da UE, com o povo no poder.

Cada trabalhador deve pensar que o SYRIZA se tinha comprometido a romper com os memorandos mas agora traz outro e mantém vigentes todas as leis do memorando. O KKE, pelo contrário, apresentou de novo em Fevereiro no Parlamento um projecto de lei para o cancelamento dos memorandos e das leis antipopulares pertinentes. Além disso, apresentou uma proposta para o restabelecimento do 13º salário e do 14.o, aplicação imediata do salário mínimo de 751? como base para aumentos ? que haviam sido abolidos pelo governo da ND e do PASOK ? aplicação obrigatória dos convénios colectivos sectoriais, etc.

3. Como estão a reagir os que votaram com o SYRIZA sobre os retrocessos perante as exigências da Comissão Europeia que invalidam as promessas feitas durante e período eleitoral? E a classe operária?

As "promessas" eleitorais do SYRIZA, o chamado programa de Tessalónica, eram migalhas que de qualquer modo não tirariam as famílias da pobreza e da miséria. Tratava-se de medidas que reciclariam a pobreza mais extrema, mesmo sob a consigna: "contra a crise humanitária", exonerando o próprio sistema capitalista, dando a entender que se trata de uma ocasião excepcional e não da própria natureza de um sistema explorador que está a apodrecer. Constituiriam mesmo os primeiros projectos de lei do governo que iam ser aprovados independentemente do resultado da negociação. Mas logo depois das eleições "o programa de Tessalónica" transformou-se de um programa de 100 dias num programa de quatro anos. Assim as promessas de restabelecer o salário mínimo passaram para um futuro longínquo e dependem do "apetite" dos próprios empregadores. Enquanto o imposto sobre bens imóveis (ENFIA) mantém-se no período próximo. Assim, os impostos existentes estão a aumentar e o povo vai pagar muito caro o aumento das taxas de IVA. Ao mesmo tempo, o 13º mês (pelo Natal) foi adiado, mesmo para os mais fracos economicamente.

O aumento do limiar de entradas isentas de tributação foi também adiado para os finais de 2016. Em contrapartida, estão a promover as privatizações de portos, aeroportos, bloquearam as reservas disponíveis dos municípios, de organismos estatais e os fundos de segurança destinados a cobrir as necessidades populares básicas. Enquanto se está a planificar o corte das pensões antecipadas e entre elas as profissões pesadas e insalubres, das mulheres trabalhadoras com filhos menores de idade, etc. Perante essa política governamental profundamente antipopular, os trabalhadores e outros sectores populares pobres que acreditaram nas esperanças que fomentaram as forças da nova social-democracia do SYRIZA, não devem ficar decepcionados mas sim tirar as conclusões políticas necessárias. Ou seja, que não existem "soluções fáceis favoráveis ao povo" quando o povo concede a responsabilidade a um governo que opera no quadro da UE e na senda do desenvolvimento capitalista. Portanto, o povo é soberano só quando possui os meios de produção, livre da UE, e pode satisfazer as suas necessidades com uma planificação científica central.

4. Como interpreta o enfraquecimento relativo da reacção popular nos últimos meses? Quais são as perspectivas para a luta de massas no futuro próximo?

Para lá da repressão e das provocações utilizadas pelos governos da ND e do PASOK nos anos da crise, um factor determinante que foi usado para enfraquecer o movimento operário e impedir o desenvolvimento da sua união e da sua orientação de classe, foi que a classe burguesa e o seu pessoal proporcionaram a ideia de que outro governo de gestão burguesa se encarregará de resolver os problemas populares e dos trabalhadores. A intenção de apresentar o governo com o SYRIZA no seu núcleo como salvador do povo provocou uma contenção grave do movimento operário. Fomentou a passividade e falsas ilusões, do que resultou que exista mesmo agora um retrocesso na luta operária e popular. Nos primeiros dias depois das eleições o novo governo tratou de por o povo a aplaudir activamente os objectivos da burguesia nas negociações antipopulares. Poucos meses depois, cada vez mais gente compartilha as advertências do KKE sobre o carácter e a missão deste governo. Uma série de mobilizações de trabalhadores não remunerados, grevistas, contratadores nos centros de trabalho são um fenómeno diário. A greve dos trabalhadores no sector da saúde, a 20 de Maio, foi um passo importante porque a situação nos hospitais estatais é explosiva dado que nem sequer têm gaze e os pacientes não só pagam caro por tudo, como ainda trazem os medicamentos de casa, materiais, etc. As mobilizações que o PAME está a organizar a 11 de Junho reclamando que não se aplique o novo acordo antipopular podem significar uma mudança na força, na combatividade do movimento operário, podem marcar um novo ponto de partida para o confronto da ofensiva do governo, da UE e do capital contra o povo, para a recuperação das perdas. A organização do seu contra-ataque para a criação de uma aliança popular forte contra os monopólios e o capitalismo.

5. As divergências no movimento comunista internacional actualmente são óbvias. A que se atribuem? Qual é a posição do KKE?

Sim, efectivamente há desacordos e divergências em assuntos-chave de importância estratégica. Mas o crucial é determinar qual é a base sólida e os critérios para os examinar. Os alicerces estão na cosmovisão marxista-leninista, nos princípios da luta de classes, na estratégia revolucionária. Só nesta base é possível fortalecer o verdadeiro carácter comunista dos partidos comunistas, conquistar a unidade da classe operária e a sua aliança com as demais camadas populares pobres, conseguir agrupar e preparar as forças trabalhadoras e populares para o derrubamento da barbárie capitalista, pelo socialismo-comunismo. De outro modo, os partidos comunistas ficam expostos ao efeito corrosivo das forças burguesas e oportunistas, ao parlamentarismo, à incorporação na gestão burguesa, às alianças sem princípios, à participação em governos de gestão burguesa sob o título de "esquerdas" "progressistas", à opção e à alienação por detrás das uniões imperialistas, a convergência com forças e formações oportunistas, como o chamado Partido da Esquerda Europeia ou a sua expressão política, GUE-NGL. A base de tudo isso é a lógica daninha de etapas entre o capitalismo e o socialismo. O etapismo, que historicamente não se confirmou em caso algum, está a embelezar o capitalismo, está a criar ilusões de que se pode humaniza-lo através da gestão burguesa, com a participação dos partidos comunistas. Este caminho levou à mutação e dissolução de partidos comunistas, por exemplo, em França, Itália, Espanha, etc. Esta percepção de "etapas", que se baseia em elaborações obsoletas do movimento comunista internacional, acalma o derrubamento do poder capitalista, o próprio socialismo, a "segunda vinda" e fragiliza a preparação da classe trabalhadora e dos seus aliados para esta tarefa monumental. Na pergunta crucial "revolução ou transformação", o etapismo opta pela transformação. O KKE quer um debate aberto e essencial entre os partidos comunistas sem etiquetas e sem aforismos sobre assuntos chave de importância estratégica para que se elabore uma estratégia revolucionária contemporânea. Cada partido é responsável por responder e justificar a sua opinião e postura.

6. Como encara o KKE a ofensiva actual do imperialismo em múltiplas frentes: Ucrânia, Médio Oriente, América Latina, China, Rússia?

Os Estados Unidos, tal como a União Europeia, a NATO e os seus governos, estão a levar a cabo planos perigosos contra os povos. O fortalecimento da articulação da UE com a NATO, assim como as intervenções imperialistas independentes da UE com a formação de um euro-exercito regular e o fortalecimento das forças militares para executar guerras e missões imperialistas pelos interesses dos monopólios, confirmam a agudização dos antagonismos pelo controlo dos mercados, das fontes e das rotas de transporte de energia. A corrida armamentista com os estandartes da NATO, os programas avançados de armamento dos chamados países emergentes como a China e a Rússia e de países do Médio Oriente, são reveladores e constituem um prelúdio perigoso da forma e dos métodos com que o sistema capitalista procura recuperar da sua crise profunda. São pura hipocrisia as alianças das potências que estão "dispostas" a actuar contra os jihadistas, que foram apoiados pela NATO, Estados Unidos e a UE, os traficantes de pessoas nos países onde a UE e seus aliados entraram a ferro e fogo em intervenções imperialistas causando enormes vagas de imigrantes.

O governo grego que subscreveu tudo isso, anunciou que vai criar uma nova base da NATO no Egeu para as necessidades da UE e da NATO e dos planos imperialistas e que disponibilizará forças armadas e bases ao serviço da NATO. Subscreveu todos os comunicados militares da UE nas cimeiras e dos ministros de assuntos exteriores e de defesa da UE, enquanto fortalece as relações políticas, económicas e militares com Israel que ataca o povo palestino. É esse o governo das "esquerdas" do SYRZA-ANEL e queremos sublinhar que as forças que se apressaram a celebrá-lo, ficaram irremediavelmente expostas.

Os povos devem intensificar a sua luta para frustrar os planos imperialistas, pelo que é necessário estar em vigilância militante. O KKE desempenha um papel essencial na luta contra a implicação da Grécia nos planos imperialistas, exige que regressem as forças militares gregas das missões euro-atlânticas ao estrangeiro, que sejam encerradas as bases dos Estados Unidos e da NATO. O KKE luta pelo afastamento da NATO e da UE, sendo o povo dono do seu destino.

7. Como vê a nova estratégia de Barack Obama sobre as relações dos Estados Unidos com Cuba?

É particularmente importante que a longa luta do povo cubano em condições muito difíceis e a mobilização mundial de solidariedade contra o bloqueio inaceitável dos Estados Unidos tenham exercido pressão sobre o governo dos Estados Unidos para discutir o seu levantamento. O mesmo acontece com a UE com a chamada Posição Comum e as sanções que impõe há anos contra Cuba. Esta pressão e este movimento mundial de solidariedade que se tem desenvolvido impulsionaram a libertação dos cinco patriotas cubanos.

Mas, não há qualquer complacência ou ilusão já que o imperialismo não deixa de utilizar tanto o engodo como o chicote com o fim de incorporar e subjugar os povos sob a sua estratégia. Por isso é necessário que a solidariedade internacional revele os ajustes da táctica do adversário para que se não apliquem os planos que o imperialismo internacional está a preparar e que se implementem através de sanções, chantagem, e ameaças ou negociações.

8. Qual a opinião do KKE sobre o chamado Socialismo do século 21 e o papel dos intelectuais de esquerda da América Latina a esse respeito? Mesmo hoje em dia, consideram como modelo os chamados governos progressistas, de esquerda, da América Latina?

Ainda hoje os chamados governos progressistas, de esquerda, da América Latina que constroem o "socialismo do séc.21" são considerados como modelo. Esta fabricação ideológica opõe-se à própria experiência popular daqueles países que estão a experimentar a política antipopular, a pobreza, a exploração enquanto os monopólios estão a enriquecer. A fabricação ideológica do "socialismo do séc. 21" reúne as diversas correntes social-democratas e oportunistas, académicos latino-americanos que garantem que falam em nome do marxismo mas distorcem-no, porque o "socialismo do séc. 21" no seu conjunto caracteriza-se pela agressividade contra o marxismo-leninismo e o movimento comunista internacional, promovendo como solução as reformas burguesas que não afectam o poder do capital. É a expressão de certas secções da burguesia, sobretudo na América Latina, que aspiram a uma melhoria do financiamento estatal para a criação de infra-estruturas, mão-de-obra especializada necessária para os monopólios ? que não estão dispostos a financiá-los ? a fim de aumentar a sua rendibilidade. Uma orientação semelhante existiu também nas décadas anteriores nos países da Europa Ocidental. Trata-se das necessidades das classes burguesas desses países para que se reforça a sua posição no antagonismo internacional. O "socialismo do séc. 21" é uma fonte de distorção do conceito do socialismo científico já que não afecta o poder burguês. É apenas uma fórmula de gestão do sistema capitalista a expensas da classe operária e das demais amadas populares de cada país.

9. Quais as razões ? em contradição com a posição de Marx sobre a extinção gradual do Estado ? para que o Estado em vez de enfraquecer estava continuamente a agigantar-se (URSS, Cuba, China)?

O estudo da experiência da construção socialista é o assunto de que o nosso partido se tem ocupado nos últimos 20 anos. Tirámos conclusões sobre os princípios da construção do socialismo através de um estudo a fundo, de um debate colectivo sobretudo da experiência da URSS, principalmente das decisões tomadas no âmbito da economia. Hoje em dia, este debate é necessário para cada partido comunista. Porque, por exemplo, é um problema e uma expressão da situação difícil do movimento comunista internacional o facto de que hoje em dia existem partidos comunistas que negam os princípios, as leis científicas da construção socialista, o poder operário, a socialização dos meios de produção, a planificação e o controlo operário e popular.

O KKE defende a necessidade da revolução socialista e os princípios da nova sociedade e, desse ponto de vista, participa no debate que está em curso no movimento comunista. Nesta perspectiva examinamos, por exemplo, os acontecimentos na China onde, segundo os dados, prevalecem as relações capitalistas de produção.

Para chegar ao ponto de falar da extinção do Estado uma pré-condição necessária é o fortalecimento das relações de produção comunistas, não o seu enfraquecimento. A experiência histórica da contra-revolução, que ainda não acabou, mostra que a tarefa de desenvolver relações comunistas de produção e distribuição requer o desenvolvimento da teoria do comunismo científico pelo partido comunista através do estudo das leis da construção socialista. A experiência mostrou que os partidos no poder, na URSS e noutros Estados socialistas, não só não tiveram êxito nessa tarefa como também sofreram a erosão do oportunismo e se transformaram em veículos da contra-revolução e da restauração do capitalismo.

10. O homem realizou conquistas destacadas no âmbito da ciência e da técnica, mas mudou muito pouco desde a Grécia e Roma, como mostram as guerras, cada vez mais cruéis, e a escalada de crimes do imperialismo. A velocidade com que o "homem velho" reapareceu para milhões na Rússia e na China, e está a aparecer em Cuba, parece mostrar que a transição do socialismo para o comunismo será muito mais lenta do que o previsto por Marx e Engels. A história desmentiu o mito do "homem novo"? Que pensam disto?

Não concordamos com essa ideia. Tudo o que afirmaram Marx e Engels, assim como Lénine, se confirmou e confirma de modo absoluto hoje em dia. A resposta à pergunta surge no próprio carácter da época inaugurada pela Grande Revolução Socialista, que é a época da transição do capitalismo para o socialismo. O capitalismo está na sua última fase imperialista. As condições materiais para a construção do socialismo estão já a amadurecer. O partido comunista deve pois ser capaz de responder com a sua estratégia e táctica para o desenvolvimento da luta de classes, ajudar a classe operária a estar consciente da sua missão histórica, a prepará-la para o confronto com o verdadeiro inimigo, ou seja a UE, os monopólios e o seu poder. A elaboração da estratégia revolucionária é a tarefa dos partidos comunistas independentemente da correlação de forças.

O objectivo é que os partidos comunistas que crêem na luta de classes e seus princípios, na necessidade histórica do derrubamento do poder burguês e na construção do socialismo-comunismo elaborem uma estratégia que cumpra com a própria razão da existência de um partido comunista: reunir forças para o confronto com o poder dos monopólios e não para a gestão e perpetuação da barbárie capitalista. O capitalismo é um sistema apodrecido e obsoleto e nenhum modo de gestão pode dar-lhe rosto humano. A luta pelo socialismo, portanto, não é uma declaração para um futuro longínquo mas um tema chave que determina todos os outros. A questão chave é como trabalha dia após dia um partido comunista para alcançar esse objectivo.
30/Junho/2015

[*] Membro do CC e eurodeputado do KKE.

O original encontra-se em http://www.odiario.info/?p=3692 . Tradução de Manuela Antunes.

Esta entrevista encontra-se em http://resistir.info/ .

02-07-2015

  16:23:02, por Corral   , 925 palavras  
Categorias: Ensaio

CANTA O MERLO: Carta de Albert Einstein alertando para o fascismo sionista em Israel

Carta de Albert Einstein alertando para o fascismo sionista em Israel

? Carta enviada ao New York Times em 1948 em protesto contra a visita de Menachem Begin


por Albert Einstein
Universidade de Harvard, 4 de dezembro de 1948

Cartas ao Editor
New York Times

4 de dezembro de 1948

Aos editores do New York Times:

Entre os fenómenos políticos mais perturbadores da nossa época, está o aparecimento, no recém-criado estado de Israel, do "Partido da Liberdade" (Tnuat Haherut), um partido político muito parecido, na organização, nos métodos, na filosofia política e no apelo social, com os partidos nazis e fascistas. Formou-se a partir dos membros do antigo Irgun Zvai Leumi, uma organização terrorista, de extrema-direita e chauvinista na Palestina.

A atual visita do líder deste partido, Menachem Begin, aos Estados Unidos, é obviamente calculada para dar a impressão do apoio americano ao seu partido nas próximas eleições israelenses e para cimentar os elos políticos com os elementos sionistas conservadores nos Estados Unidos. Vários americanos de reputação nacional emprestaram os seus nomes para dar as boas-vindas a esta visita. É inconcebível que os que se opõem ao fascismo, em todo o mundo, se é que estão corretamente informados quanto ao registo político e às perspetivas de Begin, possam juntar o seu nome e apoio ao movimento que ele representa.

Antes que haja prejuízos irreparáveis, com contribuições financeiras, manifestações públicas a favor de Begin, e a criação na Palestina da impressão de que há na América um grande segmento que apoia elementos fascistas em Israel, o público americano tem que ser informado quanto ao passado e quanto aos objetivos de Begin e do seu movimento. As declarações públicas do partido de Begin não são de forma alguma indicadoras do seu verdadeiro caráter. Agora falam de liberdade, de democracia e de anti-imperialismo, mas recentemente pregavam abertamente a doutrina do estado fascista. É pelas suas ações que o partido terrorista revela o seu verdadeiro caráter; pelas suas ações do passado podemos avaliar o que podemos esperar no futuro.

Ataque a uma aldeia árabe

Um exemplo chocante foi o seu comportamento na aldeia árabe de Deir Yassin. Esta aldeia, afastada das estradas principais e rodeada de terras judaicas, não tomou parte na guerra e até lutou contra grupos árabes que queriam utilizar a aldeia como sua base. A 9 de abril (The New York Times), bandos de terroristas atacaram esta aldeia pacífica, que não era um objetivo militar no conflito, mataram a maior parte dos seus habitantes ? 240 homens, mulheres e crianças ? e deixaram vivos alguns deles para os exibirem como cativos, pelas ruas de Jerusalém. A maior parte da comunidade judaica ficou horrorizada com esta proeza e a Agência Judaica enviou um telegrama de desculpas ao Rei Abdulah da Transjordânia. Mas os terroristas, longe de se envergonharem da sua ação, ficaram orgulhosos com este massacre, deram-lhe ampla publicidade e convidaram todos os correspondentes estrangeiros no país para verem as pilhas de cadáveres e o caos em Deir Yassin. O incidente de Deir Yassin exemplifica o caráter e as ações do Partido da Liberdade.

Na comunidade judaica, têm pregado uma mistura de ultranacionalismo, misticismo religioso e superioridade racial. Tal como outros partidos fascistas, têm sido usados para furar greves e estão apostados na destruição de sindicatos livres. Em vez destes, propõem sindicatos corporativos de modelo fascista italiano. Nos últimos anos de esporádica violência antibritânica, os grupos IZL e Stern inauguraram um reinado de terror na comunidade judaica palestina. Espancaram professores que falavam contra eles, abateram adultos a tiro por não deixarem que os filhos se juntassem a eles. Com métodos de gangsters, espancamentos, destruição de montras e roubos por toda a parte, os terroristas intimidaram a população e exigiram um pesado tributo.

A gente do Partido da Liberdade não tomou parte nas ações de construção da Palestina. Não reclamaram terras, não construíram colonatos, e só denegriram a atividade defensiva judaica. Os seus esforços para a imigração, amplamente publicitados, foram mínimos e dedicados sobretudo a dar entrada a compatriotas fascistas.

Contradições observadas

As contradições entre as afirmações ousadas que Begin e o seu partido andam a fazer, e o registo do seu comportamento passado na Palestina, não têm a marca de qualquer partido político vulgar. Têm o carimbo inconfundível dum partido fascista para quem o terrorismo (contra judeus, árabes e britânicos, igualmente) e a falsidade são os meios, e o objetivo é um "Estado Líder".

À luz destas considerações, é imperativo que o nosso país tome conhecimento da verdade sobre Begin e o seu movimento. É tanto mais trágico quanto os líderes de topo do sionismo americano se recusaram a fazer campanha contra os esforços de Begin, e muito menos denunciar aos seus apaniguados os perigos para Israel do seu apoio a Begin.

Os abaixo assinados utilizam, assim, este meio para apresentar publicamente alguns factos relevantes, relativos a Begin e ao seu partido; e para apelar a todos os interessados que não apoiem esta manifestação tardia de fascismo.
Isidore Abramowitz
Hannah Arendt
Abraham Brick
Rabbi Jessurun Cardozo
Albert Einstein
Herman Eisen, M.D.
Hayim Fineman
M. Gallen, M.D.
H.H. Harris
Zelig S. Harris
Sidney Hook
Fred Karush
Bruria Kaufman
Irma L. Lindheim
Nachman Maisel
Seymour Melman
Myer D. Mendelson
M.D., Harry M. Oslinsky
Samuel Pitlick
Fritz Rohrlich
Louis P. Rocker
Ruth Sagis
Itzhak Sankowsky
I.J. Shoenberg
Samuel Shuman
M. Singer
Irma Wolfe
Stefan Wolf.

Nova Iorque, 2 de dezembro, 1948

Ver também:
Porquê o Socialismo? , Albert Einstein
"O perigo fascista e o desemprego" , Albert Einstein
Einstein, a bomba e o FBI , Jean Pestieau

O original encontra-se em www.globalresearch.ca/... . Tradução de Margarida Ferreira.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
03/Abr/15

  11:30:39, por Corral   , 107 palavras  
Categorias: Dezires

CANTA O MERLO: A Indignidade do Governo Syriza-Anel

http://resistir.info/

A INDIGNIDADE DO GOVERNO SYRIZA-ANEL

Entradas de leão, saídas de sendeiro. Mesmo após o anúncio do referendo, o governo SYRIZA-ANEL fez novas capitulações aos credores da Troika. A carta de 30 de Junho dirigida ao sr. Juncker, sra. Lagarde e sr. Draghi é um documento vergonhoso: anuncia novas cedências que o governo grego se dispõe a fazer e dá a entender que o referendo poderia ser cancelado se os três aceitassem as novas concessões.
O desespêro da fraca burguesia grega, representada pelo governo SYRIZA-ANEL, é um espectáculo degradante. Está disposta a submeter-se às maiores abjecções a fim de ter a protecção da UE e permanecer na eurozona.

30-06-2015

  19:35:28, por Corral   , 576 palavras  
Categorias: Ensaio

CANTA O MERLO: Grécia - Paul Krugman: Grécia nom deve temer abandonar o euro

http://actualidad.rt.com/economia/178952-grecia-nobel-economia-crisis-euro-referendum

Nobel de Economia explica "forte e claro" por que Grécia nom deve temer abandonar o euro

Partindo da base de que a criaçom do euro "foi um terrível erro", o economista Paul Krugman, ganhador do prémio Nobel em 2008, fai umha radiografia muito concreta das causas reais e os mitos que se tecem por volta da crise na Grécia. Tendo em conta que neste domingo o país vai celebrar um referendo sobre a conveniência de aceitar as exigências da Troika de reforçar, ainda mais, a austeridade, o perito deixa as cousas claras.

"A situaçom na Grécia alcançou o que parece ser um ponto sem retorno. Os bancos estám fechados temporariamente e o Governo impós controlos de capital (limites ao movimento de fundos ao estrangeiro). Parece muito provável que o Executivo logo tenha que começar a pagar as pensões e os salários em papel, o que, na prática, criaria umha moeda paralela", ressalta Krugman num artigo publicado em 'The New York Times'.

"É evidente que a criaçom do euro foi um terrível erro. Europa nunca tivo as condiçons prévias para umha moeda única de sucesso, e sobretodo, o tipo de uniom fiscal e bancária", assinala o Nobel, mas agrega que abandonar umha uniom monetária é umha decisom "bem mais difícil e mais aterradora" e ressalta que até agora as economias europeias com mais problemas deram um passo atrás quando se encontravam "ao bordo do abismo".

Grécia deve votar 'nom', e o seu Governo deve estar listo para abandonar o euro se é necessário."

"Devemos primeiro ser conscientes de que a maioria de cousas que ouvimos sobre o esbanjamento e a irresponsabilidade grega som falsas. Sim, o Governo grego estava a gastar mais ali das suas possibilidades a finais da década dos 2000. Mas, desde entom recortou repetidamente o gasto público e aumentou a arrecadaçom fiscal", ressalta o economista. Ademais, o emprego público haver caído mais de 25% e as pensões, que eram certamente demasiado generosas, reduziram-se drasticamente. Todas as medidas foram, em soma, "mais que suficientes para eliminar o deficit original e convertê-lo num amplo superavit".

O Grexit, a saída da Grécia do euro, nom é necessariamente conveniente. "O problema do Grexit foi sempre o risco de caos financeiro, de um sistema bancário bloqueado polas retiradas, represa do pânico e de um sector privado obstaculizado tanto polos problemas bancários como pola incerteza sobre o status legal das dívidas".

Mas a Troika rejeitou a opçom de manter a austeridade nos níveis actuais. Agora o ponto crave é que os credores ofereceram a Grécia um "toma-o ou deixa-o", umha oferta indistinguível das políticas do últimos cinco anos.

"Esta oferta está destinada a ser rejeitada polo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras: nom pode aceitá-la porque suporia a destruiçom da sua razom de ser política. Portanto, o seu objectivo deve ser levar-lhe a abandonar o seu cargo".

"A adesom ao ultimato da Troika levaria o abandono definitivo de qualquer pretensom de independência da Grécia. Nom nos deixemos enganar por aqueles que afirmam que os funcionários da Troika som só técnicos que explicam aos gregos ignorantes o que devem fazer. nom é umha questom de análise; é umha questom de poder: o poder dos credores para tirar do conexom da economia grega, que persistirá enquanto a saída do euro considere-se impensável".

Assim, Krugman adverte que é hora de pôr fim a este inimaginável. "De nom ser assim Grécia se enfrontara à austeridade infinita e a umha depressom de cujo final nom se tem nengumha pista".

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