02-05-2010

  20:48:09, por Corral   , 989 palavras  
Categorias: Ensaio

F.M.I. O grande vampiro. A MORTE e A MISÉRIA dos trabalhadores é a sua razom de ser

O caminho à ruína do FMI&#59;De Letónia a Grécia

Mark Weisbrot
CounterPunch

Em dous anos Letónia sofreu a pior queda económica da que se tenham dados, e perdeu mais de 25% do PIB. Prognostica-se que baixará ainda mais durante a primeira metade deste ano, dantes de iniciar umha lenta recuperaçom, na qual o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que nem sequer em 2015 chegará ao seu nível de produçom de 2006 nove anos depois. Com um desemprego de 22%, um forte aumento na emigraçom e recortes no financiamento da educaçom que causárom um dano em longo prazo, os custos sociais desta trajectória som elevados.

Ao manter a sua moeda vinculada ao euro, o governo renuncia à oportunidade de permitir umha depreciaçom que estimularia o crescimento ao melhorar a balança comercial. Mas inclusive mais importante é que pola manutençom desse vencelho Letónia nom pode utilizar umha política monetária expansiva, ou umha política fiscal expansiva, para sair da recessom. (EE.UU. utilizou ambas: aparte do seu estímulo fiscal e do recorte das taxas de interesse a cerca de zero criou mais de 1,5 bilions de dólares desde que começou a recessom.)

Os que acham que pode dar resultados o que se faga o contrário do que fam os países ricos - isto é políticas pró-cíclicas- apontam à vizinha Estónia como umha história de grande êxito. Estónia mantivo a sua moeda vencelhada ao euro, e como Letónia trata de conseguir umha desvalorizaçom interna. Em outras palavras, com umha recessom suficientemente profunda e suficiente desemprego, salários e preços podam ser reduzidos. Em teoria isto permitiria que a economia volte a ser competitiva, inclusive se se mantém fixa a taxa [nominal] de mudança.

Mas o custo para Estónia foi quase tom alto como em Letónia. A economia reduziu-se quase num 20%. O desemprego aumentou de cerca de 2% a 15,5%. E espera-se que a recuperaçom seja dolorosamente lenta: o FMI prevê que a economia crescerá em só um 0,8% neste ano. Surpreendentemente, prognostica-se que em 2015 a Estónia ir-lhe-á ainda pior que em 2007. É um custo enorme em termos de produçom real e potencial perdidos, bem como nos custos sociais sócios com um elevado desemprego em longo prazo que acompanhará esta lenta recuperaçom. E apesar do colapso económico e de umha forte queda nos salários, a taxa de mudança real efectiva foi a mesma ao final do ano passado que a de princípios de 2008 em outras palavras, nom tinha ocorrido umha desvalorizaçom interna.

Nom obstante Estónia é apresentada como um exemplo positivo, inclusive é utilizada para atacar a economistas que criticárom as políticas pró-cíclicas em Letónia. O motivo é que Estónia nom tivo o avultado deficit e os problemas de dívida que Letónia tivo na sua recessom económica. A sua dívida pública de 7% do PIB é umha pequena fracçom da média na UE de 79%, e o seu deficit orçamental para 2009 foi de só 1,7% do PIB. Por isso está em caminho a se unir à Zona Euro, possivelmente adoptando o euro a princípios do próximo ano.

Como conseguiu Estónia evitar um grande aumento na sua dívida durante esta severa recessom? Primeiro, o governo tinha acumulado activos durante a expansom, que ascendiam a cerca de um 12% do PIB; e também mantinha um superavit orçamental ao começar a recessom. E recebeu bastantes subvençons da Uniom Europeia: em 2010 o FMI prognostica um enorme 8,3% do PIB em subvençons, em comparaçom com 6,7% no ano anterior.

A Grécia, lamentavelmente, nem a Uniom Europeia nem o FMI oferecem-lhe subvençons. O seu plano para Grécia nom é mais que dor e castigo. E com umha dívida pública de 115% do PIB e um deficit orçamental de 13,6%, Grécia ver-se-á obrigada a fazer recortes nos gastos que nom só terám drásticas conseqüências sociais senom que levárom, com quase absoluta certeza, ao país a umha recessom ainda mais profunda.

É um comboio que vai na direcçom equivocada, e umha vez que um vai por esse caminho nom há modo de dizer onde estará o final. Grécia ?como Letónia e Estónia? estará à graça de eventos exteriores para resgatar a sua economia. umha melhoria económica rápida e robusta na Uniom Europeia que ninguém prognostica poderia sacar a esses países do seu depressom com um imenso aumento na demanda das suas exportaçons, e umha afluência de capital como nos anos da borbulha. Ou nom: os bancos europeus ocidentais ainda tem centos de milhares de milhons de dívidas de cobrança duvidoso em Europa central e oriental dos anos da borbulha. Ainda poderia ter algumhas conseqüências inevitáveis que fariam baixar o crescimento regional inclusive por sob da lenta recuperaçom que foi prevista para a Zona Euro. Alemanha, que dependeu de exportaçons para todo o seu crescimento de 2002 a 2007, continuaria absorvendo os benefícios do comércio regional de umha Zona Euro e/ou da recuperaçom mundial.

Nom importa como sejam analisadas, essas brutais políticas pró-cíclicas do Século XIX nom tenhem sentido. Som enormemente injustas, já que colocam o peso do ajuste do modo mais directo sobre a gente pobre e trabalhadora. Nom desejar-lhe-ia a ninguém o ?sucesso? de Estónia, simplesmente porque evitou um aumento da dívida e vai em caminho a unir-se ao euro. Poderiam descobrir, como Grécia ?bem como Espanha, Irlanda, Portugal e Itália? que os custos de adoptar umha moeda que está sobrevalorizada em relaçom com o nível de produtividade de um país som potencialmente bastante elevados em longo prazo, inclusive depois que essas economias terminem por se recuperar.

A Uniom Europeia e o FMI tem o dinheiro e a capacidade para possibilitar umha recuperaçom baseada em políticas contra-cíclicas em Grécia bem como nos Estados do Báltico. Se envolve umha reestruturaçom da dívida ?ou inclusive um corte de cabelo para os tenedores de obrigaçons? assim seja. Nengum governo deveria aceitar políticas que lhe dizem que deve sangrar a sua economia por um tempo indeterminado dantes de que se possa recuperar.

--------

Mark Weisbrot é economista e codirector do Center for Economic and Policy Research. É coautor, com Dean Baker, de: Social Security: the Phony Crise.

Este artigo foi originalmente publicado em The Guardian.

Fonte: http://www.counterpunch.org/weisbrot04302010.html

30-04-2010

  16:35:04, por Corral   , 68 palavras  
Categorias: Ossiam

Wall Street, segue com o SÁQUEIO e, a classe trabalhadora: FAME E MISÉRIA

Ossiam

Numha situaçom económica marcada por umha duvidosa "recuperaçom" (da que todos duvidam), com umha crescente crise fiscal que acende as luzes vermelhas em Europa, e com um aumento constante do deficit e da desocupaçom em EEUU e a UE, a carteiras e as macro empresas e bancos que copam em Wall Street seguem a colheitar ganhos multimilionárias que se contradizem com os números oficiais da economia real.

25-04-2010

  17:08:07, por Corral   , 356 palavras  
Categorias: Ensaio

COLÔMBIA, Estado GENOCIDA

Rebelión.org

Em Colômbia o terrorismo de Estado desapareceu já a 200.000 pessoas segundo as últimas cifras compiladas e segundo o denunciou ultimamente Piedade Córdoba; em Colômbia a estratégia paramilitar do estado, e as mesmas forças policiais e militares, semeárom de fossas comuns o país... Em Colômbia foi atopada em Dezembro 2009 a maior fossa comum do continente americano, está na Macarena, departamento do Meta. É umha fossa descomunal com 2000 cadáveres: desde 2005 o exército, despregado na zona tem estado enterrado ali aos milhares de desaparecidos.

A descomunal fossa foi descoberta polas filtragens putrefactas à águas de beber, e graças à insistência dos familiares de desaparecidos. A força ?Omega? pretendeu num início fazer crer a Colômbia e ao mundo que os cadáveres eram de guerrilheiros dados de baixa em combate... soterrados NN numha zona controlada polo exército (Como se isso lhe restasse horror à abominável prática de desaparecer os cadáveres de seres humanos em fossas comuns).

Porém os familiares de desaparecidos fizérom ouvir as suas vozes, e à luz das milhares de desaparecimentos reportados polos familiares, aparece que os 2000 restos mortuórios som as pessoas procuradas incansavelmente polos seus familiares depois do seu desaparecimento ocorrido após a chegada à zona das tarefas intensivas da força ?Omega?.

Camponeses, indígenas, estudantes, sindicalistas, mulheres, líderes agrários assassinados para acalar a sua reivindicaçom social, encontram-se na fossa, esperando que o estado se digne proceder a todas as identificaçons com DNA o qual demora em fazer, como parte de umha estratégia de minimizar esta barbárie e a fazer passar baixo silêncio: o mundo inteiro deve impedir que a taipa do silêncio recaia sem cessar sobre o povo colombiano.

Em Colômbia o exército assassinou ao menos a 5000 meninos e jovens para as suas montagens macabros dos "falsos positivos": som assassinatos sistemáticos de jovens e meninos cometidos polo Exército colombiano para fazê-los passar por "guerrilheiros morridos em combate".

Em Colômbia a ferramenta paramilitar do estado e multinacionais construiu FORNOS CREMATORIOS para eliminar os cadáveres dos milhares de torturados e desaparecidos... Que mais fai falta para que Colômbia seja notícia e escândalo mundial? Que mais fai falta para que o mundo se alce em repudio contra esse CRIMINOSO ESTADO?

23-04-2010

  07:26:03, por Corral   , 117 palavras  
Categorias: Dezires

A Uniom Europeia cúmplice dos assassinatos em Honduras

Resistir.info

Apenas durante o mês de Março foram assassinados cinco jornalistas na Honduras sob a pata dos gorilas golpistas junto aos seus amos, US Army E já vam sete desde que o presidente golpista, Lobo, assumiu o poder. Mas ninguém diz nada nos media nem neste excelso Parlamento Europeu que, na Europa dos desempregados e em crise, pretende dar lições acerca de direitos humanos. A campanha contra Cuba recrudesce e tudo serve de pretexto. A morte voluntária de um criminoso de direito comum fez gastar rios de tinta na imprensa corporativa europeia. A desinformação vai de vento em popa. Trata-se de uma campanha sórdida, mais uma, articulada pelo imperialismo e com a participação activa do próprio Obama.

  06:53:09, por Corral   , 115 palavras  
Categorias: Novas

BIEITO XVI processado nos U.S.A.

Agência Lusa

O monarca do Vaticano, Bento XVI, foi hoje formalmente processado judicialmente nos Estados Unidos por acochar os estupros de um crego violador de Wisconsin, acusado de acossar e violentar a mais de 200 crianças surdas entre 1950 e 1975. O processo refere que um demandante do Estado de Illinois enviou em 1995 duas cartas ao Vaticano em que relatou os abusos e pediu ajuda, mas nunca recebeu resposta.

Conforme a agência, o violado foi estudante quando criança na escola para surdos nos subúrbios de Milwaukee e vítima de estupro por parte do crego pederasta Lawrence Murphy.

A acçom requer agora o acesso a arquivos confidenciais do Vaticano que contem informaçons de abusos sexuais por membros do clero.

22-04-2010

  13:05:44, por Corral   , 231 palavras  
Categorias: Ensaio

O capitalismo, O CRIME como organizaçom

Iarnoticias.

O sistema capitalista, nom é outra cousa que umha organizaçom delictiva legalizada convertida em abstracçom numérica. É umha simples operaçom matemática (roubar ao próximo com a política e a guerra) que terminou convertida numha civilizaçom: O sistema capitalista nivelado como "mundo único" a escala planetária.

O capitalismo nom é nada mais que umha empresa de ladrons comuns, que nivelou a escala planetária um "sistema" (económico, político e social) para legalizar e legitimar com leis e instituiçons um roubo em massa e planetário de trabalho social e de recursos naturais, disfarçado de "economia mundial".

Na economia, o coraçom estratégico do sistema capitalista, nom existem nem a verdade nem a mentira (som só moralismos antitéticos para controlar cérebros), senom que existem situaçons objectivas e interesses comerciais que determinam o que e o pára que dos processos económicos.

E há que ter em conta um princípio provado pola história: A guerras militares nom se fam para matar (a morte é só um emergente do roubo) senom para dominar países, se apoderar dos seus recursos e dos seus mercados e os roubar com total impunidade. Toda a história do capitalismo (e dos sistemas imperiais que o precederam) está marcada por essa dinâmica (Ver: Operaçons psicológicas: A sua mente está a ser controlada por experientes ).

Como definiçom o capitalismo nom é somente um modelo económico, senom um sistema de dominaçom mundial estabelecido como civilizaçom única.

21-04-2010

  12:18:04, por Corral   , 108 palavras  
Categorias: Ensaio

UMA EUROPA ASQUEROSA

resistir.info

A óptica de classe dos governantes da União Europeia ficou bem caracterizada pelas últimas medidas adoptadas.
Primeiro emprestaram a mão-cheias ? à taxa de 1% ? aos banqueiros que provocaram a crise. A seguir emprestam ? à taxa de 5% ? às vítimas gregas dessa mesma crise.
Por outro lado, esta Europa pretende controlar os orçamentos dos Estados membros antes mesmo de estes serem aprovados pelos respectivos parlamentos. E ao mesmo tempo, recusa-se a aplicar um imposto aos bancos que provocaram a crise e que receberam centenas de milhares de milhões de euros de ajudas públicas para sanar os seus balanços apodrecidos ? eles continuarão a obter lucros milionários.

  12:16:35, por Corral   , 182 palavras  
Categorias: Ensaio, Dezires

A Banca têm direito ao SAQUEIO, a Humanidade à MISÉRIA

Paul Krugman
The New York Times

Saqueio: o mundo económico das quebras com fins de lucro.

A maior parte da discussom sobre o papel da fraude na crise centrou-se em duas formas de engano: os empréstimos abusivos e a distorçom respeito dos riscos. Nom cabe dúvida de que alguns tomadores de empréstimos foram seduzidos para tomar créditos caros e complexos que nom compreendiam -processo facilitado polos reguladores federais da era Bush-. Ademais, os emissores de empréstimos subprime nom conservavam os créditos que faziam. Vendiam-nos a investidores, sabendo que era grande o potencial de perdas futuras.

De novo o saqueio. Nestes dias a Comissom de Valores de Estados Unidos acusa a Goldman de ter criado e vendido títulos que estavam destinados a fracassar, de forma tal de que um cliente importante fizesse dinheiro com esse falhanço. Isto é o que chamo saqueio.

Grande parte da indústria financeira converteu-se numha tramóia, num jogo no que a um punhado de pessoas se lhe pagam enormes somas para enganar e explodir aos consumidores e investidores. E se nom pomos coto a estas práticas, a tramóia seguirá.

20-04-2010

  23:15:10, por Corral   , 228 palavras  
Categorias: Ensaio

O IMPERIALISMO ALIMENTÁRIO extermina à humanidade

Moscou, 19 de Abril, RIA Novosti. O consumo de alimentos transgénicos implica riscos importantes para a saúde e a capacidade reproductiva de animais de laboratório, revela um estudo independente de cientistas russos apresentado hoje em Moscou.

O estudo, cujos responsáveis som a Associaçom Nacional para a Segurança Genética (ANSG) e o Instituto Severtsov de Problemas Ecológicos e Evolutivos adjunto à Academia de Ciências de Rússia, foi realizado entre 2008 e 2010 numha populaçom de laboratório do hámster russo de Campbell.

Segundo o subdirector do Instituto Severtsov, doutor em biologia Alexéi Súrov, detectaram-se atrasos no desenvolvimento e o crescimento, o desequilíbrio entre os sexos em camadas com a predominância de fêmeas, a diminuiçom de crianças em camadas e a esterilidade na segunda geraçom, e também como umha importante merma da capacidade reproductiva nos machos.

Pola sua banda, o presidente da ANSG, Alexandr Baránov, destacou a esterilidade da segunda geraçom como a principal e a mais grave conseqüência do consumo de transgénicos.

"O resultado mais importante de nosso estudo é a paralisaçom da capacidade reproductiva. A natureza suspendeu a procriaçom nos animais alimentados com transgénicos", indicou Baránov.

Segundo ecólogos, no mundo realizam-se muito poucos estudos sobre o consumo de transgénicos e suas conseqüências para a saúde de animais. Os últimos estudos independentes deste tipo conhecidos levaram-se a cabo no Instituto da Actividade Nervosa Superior e Neurofisiología (Rússia, 2005) e a Universidade de Caem (França, 2006).

18-04-2010

  21:15:02, por Corral   , 1437 palavras  
Categorias: Ensaio

Fundamentalismo marxista

por Zoltan Zigedy

Por mais que as coisas tenham mudado desde o tempo de Karl Marx, suas percepções fundamentais sobre a conexão entre trabalho, exploração e lucro continuam sendo o melhor guia para a compreensão do capitalismo e da sua crise. Teóricos vêm e vão, alternando revisões elaboradas ou alternativas baseadas em conceitos de subconsumo, superprodução, desequilíbrio, etc.

Muitos têm encontrado nas características mutantes do capitalismo ? como monopolização, automação, integração vertical, descentralização, inovação em chips e robôs, globalização, financiarização, etc. ? a alternância entre a lógica da produção capitalista e sua inclinação à disfunção.

Outros ainda têm visto as mudanças nas relações gerenciais e de propriedade como mudanças na dinâmica da acumulação capitalista. Ainda que tudo isso reflita verdades e perspectivas úteis, perdem de vista ou obscurecem o mecanismo que dirige todos os processos capitalistas: a busca do lucro pela exploração da empresa capitalista.

Para Marx, a expressão desse mecanismo e da sua propensão para errar o alvo reside na luta para manter lucros mesmo com sua tendência intrínseca ao declínio. Chamem-me de fundamentalista, mas eu acredito que isso era, e ainda é, o melhor, se não o único, caminho para entender a crise capitalista, incluindo a recente profunda recessão.

Exploração, lucros e salários

Tenho frequente e enfaticamente escrito acerca da elevação da taxa de exploração nos EUA como consequência do severo declínio econômico. Apontei a explosão de produtividade do trabalho gerada pelo desemprego em massa, fraca resistência organizada e cumplicidade governamental.

Os números oficiais são assombrosos, e superam todos os precedentes recentes (ver A exploração aumenta, o desemprego dispara! e A guerra de classes: como estão as coisas ). E os relatórios desta radical reestruturação das relações entre trabalho e capital continuam a aumentar, apesar de haver pouca repercussão na imprensa trabalhista e esquerdista.

O Departamento do Comércio relata que os lucros corporativos antes de impostos no quarto trimestre de 2009 subiram quase 30% em relação ao ano anterior e 8% em relação ao trimestre anterior (a elevação no terceiro trimestre foi de 10,8% sobre o segundo trimestre). A economia dos EUA não via aumento igual nos lucros corporativos antes de impostos desde 1984, durante a administração Reagan. Claramente, a produtividade do trabalho e a taxa de lucro estão se movendo atreladamente. Isso é uma evidência adicional de que os lucros estão crescendo a partir da intensificação do processo do trabalho ? nas costas dos trabalhadores.

Se algum dado adicional ainda fosse necessário, o Departamento de Comércio também relata que o rendimento pessoal caiu em 42 dos 50 estados no último ano a uma taxa acumulada de 1,7%, não ajustada pela inflação. Deve-se notar que este relatório agrupa num bolo só os salários, dividendos, rendas, pensões de aposentadoria e benefícios governamentais, subestimando o impacto sobre a classe trabalhadora.

É claro que nem todos os lucros foram gerados diretamente a partir da exploração no nível da produção. Metade da explosão de lucros foi gerada no setor financeiro. Com o setor financeiro, os trabalhadores foram, todavia, indiretamente explorados pelos numerosos empréstimos, pela assunção de ativos cancerosos e pela extensão dos empréstimos essencialmente livres de juros e risco. Alguns estimam esse fardo ? a ser recuperado através de juros futuros e dos cortes em ativos públicos comuns e programas sociais ? em um total de US$ 14 milhões de milhões (trillion). Outros estimam ainda mais.

Admito que o trabalho organizado nos EUA está mostrando alguma iniciativa no campo eleitoral, incentivando a administração e os Democratas a mostrar alguma fibra na defesa de programas que beneficiam trabalhadores. Não obstante, o legado de cumplicidade na destruição do sindicalismo de luta de classes nos primeiros estágios da Guerra Fria atrelou os atuais líderes trabalhistas a um tímido colaboracionismo de classe que falha em opor mesmo uma resistência modesta a esta brutal ofensiva de classe.

O crescimento, a rede de segurança e a luta de classe

Graças a movimentos mais militantes e mais fortes de trabalhadores, formações oposicionistas e partidos políticos genuinamente de esquerda, tem havido muita resistência na União Européia a qualquer rendição no estilo americano a uma recuperação unicamente capitalista construída nas costas dos trabalhadores e a partir dos seus bolsos.

Num raro distanciamento das práticas passadas, de reservar diatribes ideológicas às páginas finais, The Wall Street Journal apresentou um discurso na primeira página à União Européia: "A escolha da Europa: Crescimento ou rede de segurança" (25/3/2010). Os redatores do WSJ encamparam a causa do alto desemprego de jovens na Europa, mas estranhamente deixaram de reconhecer qualquer conexão com os fracassos do capitalismo. Ao invés disso, culparam as pensões, benefícios, proteção ao emprego e outros elementos da rede de segurança social-democrata histórica na Europa. Estranho, mesmo. Eles notam que "? muitos economistas dizem: vamos acabar com o precioso 'modelo social'.

Isso significa limitar as pensões e benefícios àqueles que realmente necessitam deles, assegurando que os capacitados estejam trabalhando ao invés de viver do estado, e eliminando leis de comércio e do trabalho que desestimulem o empreendedorismo e a criação de empregos".

Esta prescrição pode ter sido considerada um atrativo para o modelo americano quando a economia dos EUA estava indo bem sozinha, mas inspira desprezo face ao desemprego maciço dos EUA, com pensões e benefícios financiados ou inexistentes, cuidados médicos criminosamente inadequados, execuções de hipotecas residenciais, aumento da fome, etc. Não admira que escritores comentem "Mesmo nas melhores épocas, os europeus relutam em migrar para o modelo do tipo dos EUA". E deviam mesmo relutar.

As trincheiras desta batalha pelo futuro da classe trabalhadora européia estão nos países tradicionalmente mais pobres ? Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda ? que tomaram extensivamente empréstimos para manter um ritmo econômico e um padrão de vida consoantes com seus vizinhos mais ricos: acompanhando os outros numa escala nacional. Agora, os membros mais fortes da comunidade européia querem puni-los por suas dívidas ? dívidas em escala não muito diferente da dos EUA ou Reino Unido. Os estados mais poderosos estão insistindo em cortes orçamentários que reduzirão drasticamente salários, pensões e benefícios, ao mesmo tempo em que também sufocarão qualquer potencial para o crescimento. Isso é simplesmente impor o modelo americano por decreto.

Na Grécia, em particular, as classes trabalhadoras estão vigorosa e determinadamente resistindo a essas mudanças draconianas, dirigidas por um movimento trabalhista combativo e pelos comunistas gregos. Eles merecem nossa solidariedade e servem como exemplo ao nosso próprio movimento trabalhista.

Dívida e a luta de classe

A dívida é um monstro de duas cabeças. No pior momento da crise, a carga de débitos incorridos por instituições financeiras irresponsáveis foi pronta e não-democraticamente transferida do setor privado para o setor público através de imensos empréstimos. O problema deles com as dívidas é agora nosso problema. Zhu Min, vice-governador do Banco Popular da China, coloca bem isso: "Os governos tentam colocar todo o fardo do seu setor financeiro sobre os seus próprios filhos".

Mas agora, com esta carga sobre os ombros dos trabalhadores, estes mesmos governos pedem alarmados a redução das dívidas. Não surpreendentemente, seguem de perto a estratégia da UE de exigir reduções em programas sociais. No caso dos EUA, a dieta de dívidas prescreve cortes no "desperdício" de programas sociais como Medicaid, Medicare e Segurança Social. Naturalmente, não se fala em reduzir o imenso orçamento militar ou elevar impostos sobre corporações e grandes riquezas. A questão da dívida é calculada para ser outra arma no assalto aos padrões de vida dos trabalhadores.

Devem-se extrair lições desta ofensiva intensa contra os trabalhadores. Nos EUA, a administração Democrata e sua tropa de congressistas fizeram pouco o nada para apoiar os trabalhadores na luta de classe. Ao contrário, eles incentivaram medidas que intensificaram a exploração, acumularam dívida sobre a classe trabalhadora e ameaçaram sua rede de segurança. Os líderes do movimento trabalhista conseguiram muito pouco com lobbies, persuasão e afagos; eles falharam em levar a luta para os locais de trabalho e para as ruas.

A crise capitalista está longe de ultrapassada. As monstruosidades financeiras que desencadearam a crise estão novamente gordas, desreguladas e perseguindo ardorosamente novas aventuras arriscadas que acelerarão sua taxa de lucro. Há todas as razões para acreditar que irão cair por terra novamente. Tivemos uma oportunidade de parar este ciclo louco com a nacionalização, mas nossos líderes econômicos escolhem premiar os bancos e encorajá-los a continuar com suas loucuras.

Empresas não financeiras estão inchando com lucros da exploração intensificada, mas não têm mercados ou crescimento de consumo que justifiquem investimento, expansão ou aumento de empregos, uma situação que promete ainda mais pressão em sua taxa de lucros. Naturalmente eles podem arrochar ainda mais os trabalhadores, mas esperançosamente aprenderemos a lição dos nossos camaradas gregos e a eles nos uniremos nas ruas.
O original encontra-se em http://mltoday.com/en/marxist-fundamentalism-821-2.html . Tradução de RMP.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

<< 1 ... 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 ... 118 >>

Abril 2024
Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom
 << <   > >>
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30          

Busca

  Feeds XML

Ferramentas de administração

powered by b2evolution free blog software