Mirando um gravado erótico chino
tú me perguntache
que como era possível fazê-lo desse modo
Intentamo-lo, lembras?
Intentamo-lo
Mas foi um fracaso
China tem os seus arcanos
China tem os seus segredos
China tem as suas muralhas infranqueáveis
***
Um poema de Luis Rogelio Nogueras
Quem elabora o discurso?
Quem dirige o movimento?
Alguém sabe quem fixou a estratégia?
quem definiu a táctica?
Alguem pode explicar quem
ou quê
decidiu o caminho?
Por quê é que estamos dando voltas
ao redor da ausência?
Onde estám os instrumentos
as ferramentas
as armas?
Como é que
a nossa defesa
foi o pior
dos seus ataques?
Quem nos enganou?
Por quê motivo nos deixamos enganar?
Já há vários dias que Fanny+Alexander comentarom no seu blogue que estavam a trabalhar num dos temas do seu próximo disco, que por agora leva o título de "Caixa de Alfaias". Falavam da colaboraçom de Carlos Valcárcel, Projecto Mourente, ponhendo vozes num tema feito a partir do meu poema "Artefacto Burbur". Também no blogue do Projecto Mourente apareceu um comentário sobre isto.
Fanny e Alexander, que já tenhem experiência, com óptimos resultados, nisto de musicar textos da nossa literatura mais recente, anunciam para este novo disco poemas de Xiana Arias, Mario Regueira, Pedro Lamas, Yolanda Castaño, Emma Couceiro, Tati Mancebo, Daniel Salgado Estibaliz Espinosa, Diego Ameixeiras (neste caso prosa), e meu.
Duas novas achegas musicais para o blogue. As duas da Itália, as duas escolhidas por Xende, as duas mais que recomendáveis.
[youtube]KUpcxdg2Iqs[/youtube]
[youtube]v55g74Oi8qs[/youtube]
Hoje celebram-se as eleiçons presidenciais nos Estados Unidos de Norteamérica. A ver se por fim nos deixam de bombardear os meios de comunicaçom com toda essa propaganda ianqui que nos levam vendendo nos últimos messes.
Mas, eu, a pergunta que me fago é: "Quê diram, quê diremos, quando Obama bombardee um país, um estado soberano? Quando dé a orde, como Comandante em Chefe que é do exército do seu país, de atacar qualquer estado com qualquer pobre excusa?".
Por quê Obama vai dar essa orde? Desde o ano 81, com Ronald Reagan, todos os Presidentes dos EEUU tenhem bombardeado um, ou vários, países, além de ser responsáveis de toda umha política exterior expansionista, bélica, imperialista, e aliada com todo tipo de ditadores e regimes fascistas e opressores. Vai ser Obama a excepçom? Muito me temo que nom.
Os monarcas podem reinar, mas que nom lhe chamem a isso Democracia. Porque há umha definiçom de Democracia, e nom é compatível com este sistema operativo de monarquia parlamentária (parlamentira?)
Está Ponferrada inçada (imagino que como muitas outras cidades e vilas da Galiza) de cartazes anunciando festas de "Halloween". Mas, quem organiza essas festas?: bares, pubs, cafetarias, cervejarias, discotescas, tascas, furanchos,... Halloween, que se calhar dentro de cento cinqüenta ou douscentos anos é já considerada umha festa "tradicional" ou "histórica", pertencente ao património imaterial de quen ande por estes lares na altura, Halloween, digo, é umha das festas mais comerciais que se "celebram" hoje em dia no nosso país; Ou, se calhar, a festa mais comercial, muito por diante doutras. Marcas de cerveja a fazer promoçons, marcas de whiskei a fazer mais promoçom, todo tipo de negócios subindo-se ao carro do ócio com a excusa do halloween.
A maior parte dos cartazes som practicamente iguais. Eu, até figem algum no trabalho, por encargo. E é que é isso o que pedem. Umha "imagem de halloween", di quem encarrega o cartaz. Porque no seu imaginário, e no nosso imaginário colectivo, nom nos enganemos, umha "imagem de halloween" e umha imagem do halloween ianqui. Porque os ianquis, a indústria ianqui do espectáculo, do entremento, da cultura, é a maior produtora de imaginário colectivo na nossa sociedade. E o resultado é esse: uniformidade. As nossas cidades cheias de cartazes com cabazas ianquis, com tipografia Blood Cyrillic, e anuncinado festas onde a grande protagonista é a cerveja ou o whiskie que promociona essa festa.
Mas as cousas podem ser doutro modo.
Atopei um apartamento novo, barato, amplo, com bons vizinhos e vizinhas, onde poder trabalhar com os meus quadros, ou o que sejam.
Nom é que vaia deixar esta casa, cá! O que se passa é que o apartamento permite-me seguir trabalhando naquelas cousas com um pouco de orde, e podo ter os quadros na parede, e nom por aí arrombados de qualquer modo tras das portas.
Tal vez
um homem novo
um ser humano novo
Um Ser Humano
onde ser
também significa estar
onde humano
também significa vivo
Tal vez
só umha nova forma
de nom seguir renunciando
de nom seguir claudicando
de nom seguir aceitando
placidamente
as derrotas
Estes som os últimos dias
Sabemos que vai chover
Vai chover
Novamente vai chover
E pode que seja mais umha derrota
Umha outra derrota
que somar
ao nosso curriculum colectivo
Tam necessária
e imprescindível
como as anteriores
Tam distinta
e diferente
como as anteriores
Mas estes som os últimos dias
e vai chover
Sabemos novamente
que vai chover
e que estes som
precisamos que sejam
os últimos dias