Um NEW DEAL para o GALEGO

O New Deal, novo trato ou novo consenso, foi a resposta do governo do Presidente F. D. Roosevelt à depressom do 29. Um dos pontos chave do seu sucesso foi que descansou sobre um novo consenso: a velha forma de fazer as cousas simplesmente nom funcionava, ficara vazia e sem conteúdo. Os EUA estavam numha situaçom estranha com um grande número de pessoas a viverem na pobreza absoluta enquanto os numerosos recursos que os poderiam ajudar nom produziam o bastante. Havia riqueza mas nom estava a ser usada. Este New Deal, implementando umha nova estratégia, permitiu os EUA saírem da crise.

No mês de janeiro de 2015, e antes de ser eleito primeiro-ministro na Grécia, Alexis Tsipras dirigiu umha carta aberta ao povo alemám para explicar o que o seu partido faria caso conseguisse chegar ao governo. No penúltimo parágrafo desse texto manifestava o seu desejo de “obter um New Deal europeu, através do qual o nosso povo poda respirar, criar e viver com dignidade”.

Momentos críticos requerem, precisamente, soluções extraordinárias. Novos caminhos que permitam confrontar as crises e superá-las.

Na Galiza levam-se três décadas aplicando a mesma estratégia no ámbito da língua, e levamos o mesmo tempo recebendo os mesmos dados, negativos, sobre o seu uso social. O velho consenso do galego descansa sobre a ideia de que a língua falada no Brasil, em Portugal ou em Angola, tal como as sociedades que as falam e as suas ricas produções, simplesmente nom nos interessam, apesar da língua portuguesa ter nascido na Galiza. O velho consenso descansa sobre a ideia de que o galego nom sobressai do quadro administrativo espanhol e fora daí tudo é estrangeiro e portanto estranho. O velho consenso vive na ilusom de que nos bastamos sós, que nom precisamos mais ninguém e que seremos capazes de produzir tudo o que precisa umha pessoa galego-falante que aspire a viver em galego.

Trinta anos deveriam ser suficientes para tomar consciência que este modelo está acabado e nom vai dar mais de si. Um velho consenso que nom vai dar para conseguir superarmos a dura crise que sofre o galego, na Galiza. É preciso atingirmos um novo consenso e umha forma diferente de fazer as cousas.

A Lei Paz Andrade pode ser um ponto de partida para esse consenso. Aprovada por unanimidade e partindo de diferentes focagens encontra um espaço para o português na Galiza sem necessidade de que ninguém perda o seu. As medidas que propom serám um reforço poderoso para a língua galega e sobretudo permitirám aumentar o bem-estar das galegas e dos galegos, falem a língua que falarem.

É tempo de fazer e de avançar na procura do NEW DEAL que o galego precisa. É tempo de construir esse NOVO CONSENSO para mudarmos o roteiro. Queremos continuar a torcer o gesto com más notícias ou construir umha nova forma de fazer as cousas?.

 

queremos_nd

8 de fevereiro de 2015 – MANIFESTAÇOM NACIONAL
12h – Alameda de Santiago de Compostela