Para o ser humano em desenvolvimento não há diferença entre jogo e trabalho, essas categorias estão unidas em uma só atividade, e as suas interações, quando são dirigidas a partir de dentro e se levam a cabo num ambiente adequado, servem necessariamente para o seu desenvolvimento e maturidade.
As atividades do jogo nascem para partir dos impulsos que têm a sua origem nas necessidades de sobrevivência. Muda o comportamento instintivo, mas uma vez satisfeita a necessidade mais urgente (por exemplo, chuchar no peito), começa um outro elemento fundamental no jogo: a variação, a experimentação. A criança graças ao jogo desenvolve as estruturas de compreensão que lhe permitem viver com sucesso no mundo.
O jogo quando se trata de uma atividade autônoma e voluntária produz a mielinização do sistema nervoso e envolve habilidade, paciência, fantasia e força de vontade. Significa viver um processo.
A atividade não dirigida favorece:
- a coordenação sensorio-motoras,
- a segurança no raciocínio concreto,
- a capacidade de abstração e,
- a capacidade de encontrar a atividade pessoal satisfatória.
Evolução do jogo:
Até os 2-3 anos, trata-se do jogo de prática baseada na imitação e na repetição continua inconsciente.
De 3 a 5-6 anos dá-se o jogo simbólico em que é parte fundamental a imaginação. A partir dos 2-3 anos a criança já tem imagens internas do mundo o que lhe permite realizar as primeiras simbolizações (madeira voando brrrrrrrrrr). Segundo o Piaget o jogo representativo:
- é a base para a capacidade de simbolização e abstração
- o menino incorpora realidades concretas em seus esquemas mentais
- graças ao jogo crianças dixieren experiências difíceis de assimilar
- a criança procura através do jogo o equilíbrio entre adaptação e assimilação
- serve para colaborar com outras crianças, trocar papéis, aprender a ver o ponto de vista do outro e sair do egocentrismo infantil.
A partir dos 6 anos entram na fase operacional e começam os jogos com regras, já existe planejamento e finalidade.
O ambiente:
O conjunto é o meio natural de expressão da criança (ao contrário do adulto que se expressa sobretudo verbalizando). Em todo indivíduo existe uma força que o impulsiona para a maturidade, a independência e a autoregulação. Este incentivo precisa de um ambiente adequado. Quando a criança joga livremente está experimentando um período de pensamento e ação independente e está liberando aqueles sentimentos e atitudes que estão lutando por sair.
A criança deve ser totalmente aceite na sua actividade, só assim pode expressar todos os seus sentimentos e emoções. Isto não implica uma aprovação de todo do que faz, mas sim aceitação.
Para o jogo permita expressar a criança é muito importante que não seja dirigido, que a criança se sinta respeitada e aceite.
O adulto deve antecipar os possíveis conflitos que surgem durante a atividade do jogo para não ter de intervir e interferir na atividade (explicar bem os limites e as regras no uso do espaço, dos materiais, ...). Embora as normas menos importantes se devem apresentar quando surge a necessidade para não dar a impressom ao menino de controle da atividade.
No espaço da criança é a pessoa mais importante, ele controla a situação e a ele próprio, ninguém lhe diz o que deve fazer, ninguém o critica, ninguém rifa nem sugere ou obriga e ninguém se entromete na sua vida privada, é aceite por completo . Pode testar as suas idéias e expressar-se abertamente, não tem que competir com outras forças como a autoridade do adulto ou a rivalidade com outras crianças. Se lhe trata com dignidade e respeito.
Desaparecem as sugestões, mandatos, repressão, restrições, críticas, desaprovação, apoio e intromissom do adulto, o que é uma experiência única para a criança porque lhe permite ser ele próprio.
Os limites contribuem para o sentimento de segurança que se gera na criança num ambiente relaxado.
O adulto respeita à criança e acredita em sua habilidade para bastarse por ele próprio e tornar um indivíduo mais maduro e independente quando lhe dá a oportunidade de fazê-lo.
A criança é capaz de resolver os seus problemas, tomar decisões e assumir responsabilidades.
Brinquedos:
Para o jogo simbólico necessitam de material concreto. Além disso, precisam de material não estruturado.
Jogar e recolher vão tão unidos como inspirar e expulsar o ar, para recolher deve ter em conta:
- espaços classificados
- acompanhar a criança (até aos 6 anos), enquanto ordena
- dar-lhe muito tempo, sem pressas, permitindo o jogo enquanto se recolhe
- em casa pode fazer isso no fim da tarde, por exemplo, para permitir a interação entre vários jogos
- permitir deixar algo sem classificar sempre que estiver claro que o jogo não terminou
Brincar com animais feitos com materiais naturais:
Os animais feitos com materiais naturais são adequados para a etapa entre 4 e 8 anos, já que satisfazem as necessidades das crianças desta etapa, tanto sensoriais como o jogo simbólico.
As crianças descobrem o mundo usando constantemente os seus sentidos. É preciso que os materiais com que o descobrem lhes acheguem informações sobre cor, peso, forma, textura, tamanho, som ... e que lhes transmitam ao tato sensações diferentes (ao contrário do que acontece com o material plástico).
O jogo simbólico livre é o meio natural de expressão da criança (ao contrário das pessoas adultas que se expressam principalmente verbalizando), constitui a base para a capacidade de simbolização e abstração, permite às crianças digerir experiências vividas difíceis de assimilar, incorpora realidades concretas aos seus bosquejos mentais, e serve-lhe para colaborar com outros meninos e meninas trocando papéis, aprendendo a ver o ponto de vista do outro e saindo do egocentrismo infantil.
Escrito ?s 15:05:12 nas castegorias: Formaçom
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