Em 15 de maio de 1977 funda-se em Tumbaco (Equador) o jardim de infáncia Pestalozzi como plantel particular, seguindo o sistema educativo "Montessori". Começa-se o trabalho com 4 crianças.
Em outubro de 1979, com 7 crianças de 6 anos, começa-se o nivel primário. Polas características metodológicas a aplicar, começa-se o trabalho deste nivel sem o reconhecimento oficial do Ministério de Educaçom.
Em março de 1982, o Dr. Claudio Malo, entom ministro de educaçom e cultura, assina o acordo ministerial que legaliza a existência do Centro Experimental Pestalozzi, ficando pendente o reconhecimento do plano de estudos.
Os pais de família, animados por este reconhecimento oficial, e desejando que o plantel tenha bases jurídicas mais sólidas, de comum acordo com os fundadores, constituem-se em outubro de 1982 na Fundaçom Educativa Pestalozzi, um organismo sem afám de lucro.
Em agosto de 1989 finalmente a Fundaçom Educativa Pestalozzi recebeu o reconhecimento oficial do seu plano de estudos até incluido o ciclo básico.
FUNDAÇOM EDUCATIVA PESTALOZZI
BOLETIM Nº1
A NOM-DIRECTIVIDADE COMO EIXO DUMHA NOVA EDUCAÇOM
Nesta página do boletim da Fundaçom Educativa Pestalozzi publicaremos em cada número um pequeno artigo sobre algum aspecto da educaçom por meio da actividade espontánea da criança.
Para começar parece indicado lembrar que o eixo no qual se move esta prática educativa é a nom-directividade do adulto. Através dos anos, em muitas reunions e conversas com os pais, decatamo-nos que a consciência sobre este ponto chave está a medrar lentamente.
Ao decidirmo-nos por umha educaçom diferente, além dumha grande variedade de razons particulares, todos os pais coincidimos em que lhe queremos facilitar aos nossos filhos umha infáncia mais feliz, quiçá mais feliz que a que nós tivemos. Queremos que sejam mais livres, que nom tenham que suprimir os seus impulsos vitais espontáneos para aprender. Que podam mover-se, falar, rir e chorar, fazer cousas que lhes interessem, viver intensamente, ter relaçons mais sinceras com companheiros e adultos. E estamos dispostos a luitar para criar e manter um ambiente escolar e familiar onde se realizar esta visom.
Tarde ou cedo decatamo-nos que esta nova prática educativa remove muitas cousas em nós próprios. Formamo-nos e continuamos a viver num mundo que funciona através da directividade. As relaçons familiares, laborais, educativas, comerciais, até de amizade e amorosas obedecem ao mesmo modelo. A directividade é o eixo que impulsa umha grande maioria das acçons. Os movimentos antiautoritários ou rebeldes de todo tipo nom som mais que a outra face desta moeda mundialmente reconhecida. Umha vez identificada, a directividade nos dá nas vistas em toda parte, com muitos matizes e sobretodo nas acçons e reacçons cotiás dos adultos com as crianças.
Ainda que tenhamos prática em descobrir a directividade em outros, ainda falta muito até a sentir espontaneamente em nós próprios, cada vez que nos relacionamos com outros, sobretodo com as crianças. No Pestalozzi estamos convencidos que o adulto decidido a luitar por umha nova educaçom nom só deve confiar na sua intuiçom, mas também deveria aproveitar o crescente número de investigaçons que comprovam que o caminho da nom-directividade na realidade é o caminho do desenvolvimento humano auténtico. Temos à nossa disposiçom os estudos minuciosos da psicologia genética de Jean Piaget e por outro lado, as investigaçons da neurologia moderna, um campo amplíssimo que se nutre de arredor de 500.000 contribuiçons cientistas ao ano. Outras informaçons importantes venhem de institutos que a nivel mundial estám a reunir novos conhecimentos da biocibernética e problemas ecológicos e sociais em geral. Estes estudos coincidem na importáncia de aprender a respeitar os processos biológicos a todo nivel, em vez de ?domar? a natureza, para evitar a desintegraçom da vida no nosso planeta. Esta demanda fai-se nom só em favor da natureza mas igualmente em favor do ser humano que é parte do ecosistema. A coerência entre estes campos é impressionante. Todos os estudos confirmam que a sobrevivência e o desenvolvimento dependem dumha interacçom autónoma dos organismos vivos com o seu entorno. No ser humano esta interacçom conduz à operatividade autêntica que é o pré-requisito dum razoamento vital com capacidade para compreender e solucionar problemas vitais.
Quando começamos a decatar-nos da enorme importáncia de que as crianças pratiquem cada dia a tomada de decisons dacordo às suas necessidades autênticas, batemos ao instante com a aparente contradiçom de que os ambientes preparados para facilitar as acçons espontáneas das crianças nom som ?ambientes indefinidos?, que cada situaçom vital inclui também limites naturais e de sentido comum, sem os quais nom há respeito mútuo nem campo relaxado indispensável para todo desenvolvimento autêntico. Todos os adultos temos dificuldades em compreender a diferença entre ?ser directivos? e ?pôr limites?. A prática da nom-directividade realmente apresenta-nos com um novo paradigma. Viver dentro dele pom-nos numha situaçom semelhante à das crianças: temos que actuar sem compreender plenamente, sem poder apoiar-nos em aprendizagens anteriores ou ?longas experiências?, e igual a eles as novas estruturas de compreensom ?medram? num longo processo de viver com abertura, alertas, com disposiçom de aprender dos erros, de renunciar à seguridade de ?saber as cousas de antemao?.
Preparar ambientes para as crianças onde se poda viver é o nosso desafio como pais e professores. Para alcançá-lo estamo-nos a someter a processos persoais e familiares. Os artículos deste boletim tratarám de enfocar diversos temas relacionados com este desafio.
Escrito ?s 02:34:48 nas castegorias: Formaçom
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