CRIANÇA NATURAL, QUE É O QUE É?

28-04-11

A CRIANÇA NATURAL

Aprender a criar querendo e respeitando

Maria Álvares

Impor a autoridade, recorrer o castigo (físico se é necessário), marcar-lhes o caminho... som frases escolhidas tradicionalmente para referir-se à educaçom das crianças. Som pautas educacionais que ultrapassam a barreira do lar e transcendem às aulas. Umhas pautas em que muitas geraçons de meninos e meninas fomos educadas. De tal jeito que ainda hoje está bem visto dar umha palmada corretora aos filhos ou filhas quando nos questionam ou ?contestam? de maus modos. Algo que seria censurado socialmente se um homem di que de vez em quando dá umha palmada à sua mulher quando esta nom lhe faz caso. Considera-se deste jeito que as crianças som seres inferiores, sem nenhum tipo de opiniom e que somos nós os adultos os garantes últimos do bem-estar desse ser. Quer dizer, castigamos, berramos e mesmo batemos para mostrar-lhes o caminho correto.
Mas nom sempre aconteceu assim, de facto, som valores que só transcedêrom à metade da povoaçom mundial: a pertencente aos países ocidentais, desenvolvidos e capitalistas. Pola contra, as sociedades que desde o primeiro mundo conhecemos como subdesenvolvidas (em termos económicos) soubérom manter umha criança baseada na afetividade, na liberdade das crianças e no contacto físico. Isto é, nos valores da comunidade frente ao individualismo e a competitividade que se transmitem como positivos desde o primeiro mundo.
Resulta paradoxal que o bem-estar da criança para os primeiro mundistas seja o número de brinquedos que se poidam oferecer à menina ou menino, que na escola aprenda três idiomas ou que durma sozinho toda a noite sem protestar... Descuida-se assim respeitar os ritmos de aprendizagem, comparando sempre o bebé com outros próximos (mostrando-lhe já desde bem pequenos a competitividade) ou esquecem-se os valores comunitários e coletivos que favorecem o egoísmo ou a pouca toleráncia à frustraçom.
As sociedades modernas som capazes de fabricar carrinhos ultra-ligeiros, contos eletrónicos ou berços de última geraçom... nom para o bem-estar da criança que durante séculos puido medrar feliz sem estes inventos, senom para alimentar financeiramente a quem sabe que ter filhos e filhas deixa muito dinheiro nas indústrias dedicadas ao suposto cuidado dos bebés nos países ocidentais.
Mas algo está mudar no jeito de entender a criança, fôrom e som muitos pais e sobre todo muitas maes quem, nestas sociedades, estám a questionar estes valores transmitidos durante os últimos 150 anos. Som maes que se baseiam no instinto à hora de atender as necessidades dos seus filhos e filhas, que respeitam os seus ritmos evolutivos, que educam na casa ou em centros alternativos porque nom acreditam nos valores impostos na escola tradicional que servem para fabricar seres submissos e sem consciência crítica e que sirvam, portanto, para perpetuar a ordem estabelecida.
Trata-se do que se conhece como criança natural, criança com apego ou criança respeitada.
As que assim educam praticam o coleito porque sabem que deste jeito se dormiu sempre, porque o bebé tem sempre acesso ao alimento, desenvolve-se muito mais a nível neurológico e fomenta-se a afetividade dos pais com a sua criança. Levam o menino sempre pegados a eles para que esteja tranquilo e favorecer o apego, aleitam a demanda até idades tardias e nom castigam nem imponhem: negociam com o seu filho ou filha os limites à hora de educar. Pensam que nom há crianças boas e más, porque nom som julgadas. Os erros falam-se, pensam-se e corrigem-se conjuntamente.
Em definitiva: escuitam, respeitam, querem, abraçam, beijam, entendem e falam de igual a igual. Nom compreendem a criança como um tempo de transiçom entre berros, castigos e correçons que há que passar até que os seus filhos cheguem à idade adulta, senom que desfrutam de cada etapa e aprendem também com as suas crianças.
Esta nova seçom pretende achegar os leitores a este tipo de criança. Em próximos números aprofundaremos com mais pormenores nestes temas, já que a construçom de um novo mundo passa, sem lugar a dúvidas, polos mais novos. Umha educaçom responsável fará melhores homens e mulheres no futuro mas também ajudará a transformar pais e maes em seres melhores.

Publicado no Novas da Galiza nº101.

Escrito ?s 10:56:29 nas castegorias: Formaçom
por maesepais   , 681 palavras, 749 views     Chuza!

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